Jessé Souza

Algo na divisao do despojo 6251

Algo na divisão do despojoO governo Suely Campos vai chegar ao seu final sem ao menos ter conseguido formar uma equipe de confiança para trabalhar pelas mudanças que o Estado precisa. Fala-se em novas substituições no primeiro escalão, repetindo um comportamento que vem desde o início dessa administração. E de remendo a remendo em sua equipe, a governadora vai partir para tentar a reeleição em um cenário muito ruim.

Mas esse cenário ruim não só para ela, politicamente, como também para a vida da população roraimense que vai para uma eleição insatisfeita em vários aspectos, principalmente no que diz respeito às expectativas que foram criadas em torno da eleição dessa administração que aí está. O povo tinha esperança de uma mudança profunda na condução de um Estado que clamava por alguém que possa encarar os desmandos e devolver a esperança de um Estado de Roraima que tem todos os potenciais para se desenvolver.

Mas a realidade não correspondeu ao que foi proposto e o momento político atual colocou o eleitor em uma encruzilhada. E a sociedade sente-se órfã e será obrigada a fazer uma profunda reflexão quando todos os nomes que vão se colocar para a avaliação popular estiverem lançados na disputa pelo Governo de Roraima. E todos que depositaram sua confiança nesta atual administração serão chamados a uma nova responsabilidade.

O que preocupa, neste momento de incertezas, é que o governo não consegue ter uma equipe de trabalho, mas pede R$17 milhões da União a título de compensação a Roraima pelos gastos com venezuelanos que chegaram fugindo da fome em seu país. E justamente em um ano eleitoral, quando a governadora precisará mais do que uma boa equipe para tentar a reeleição, mas principalmente de dinheiro.

É por isso que a sociedade roraimense precisa ficar atenta a este pedido para fechar a fronteira com a Venezuela, ao Norte de Roraima, pois ele não significa apenas um pleito para amenizar a crise imigratória no Estado, mas também uma oportunidade política para arrancar recursos federais em tempo de disputa eleitoral. O cidadão roraimense clama por socorro federal, mas sabe no que pode resultar quando as aplicações de recursos federais e de todas as fontes bancadas pelo contribuinte não são fiscalizadas.

Então, diante dos desacertos e atropelos políticos do governo Suely, que está ilhado por caos nos setores mais importantes, o momento é de muita apreensão e desconfiança, tanto no que diz respeito ao pedido de dinheiro do Governo Federal em nome dos venezuelanos, quanto nessa possível mudança no primeiro escalão que se desenha, pois mudança nesse governo sempre significou divisão do despojo em troca de apoio político. E fica a pergunta: o Estado suportará mais um toma-lá-dá-cá?

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