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PRAÇA SIMÓN BOLÍVAR (Rotatória defronte ao Posto Trevo)

Simón José Antonio de La Santíssima Trinidad Bolívar – Nasceu em 24/07/1783, em Caracas (capital da Venezuela); e faleceu no dia 17/12/1830, aos 47 anos, na cidade de Santa Marta (uma das subdivisões da Grã-Colômbia).A Independência de Venezuela foi o processo emancipador desenvolvido entre 1810 e 1821 para romper os laços coloniais que existiam entre esse território e o Império Espanhol. Simón Bolívar, junto a José de San Martín, foi uma das peças chave nas guerras de independência dascolônias do Império Espanhol.

Simón Bolívar é considerado por alguns países da América Latina como um herói, visionário, revolucionário, e libertador. Durante seu curto tempo de vida, liderou e tornou independente a Bolívia, a Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela (independente em 5 de julho de 1811), e ajudou a lançar as bases ideológicas democráticas na maioria da América Hispânica. Participou ainda da fundação da primeira união de nações independentes na América Latina, nomeada Grã-Colômbia, da qual foi Presidente de 1819 a 1830.

Em Boa Vista o 6º Batalhão de Engenharia de Construção – 6º BEC-, recebeu o nome de “Batalhão Simón Bolívar”. E, ainda, há, em sua homenagem, uma Praça defronte ao Posto de combustível “Trevo” com o nome de “Praça Simón Bolívar”.

Passados 169 anos após a morte de Simón Bolívar, eis que foi promulgada em 15 de dezembro de 1999, pela Assembleia Constituinte, a nova Constituição da Venezuela, proposta pelo então presidente Hugo Chaves Frias, e chamada por ele como a “Constituição Bolivariana” em razão do Bolivarianismo pregado por ele e seus seguidores, os “Chavistas”.

Após a promulgação desta constituição, a Venezuela passou a se chamar oficialmente “República Bolivariana da Venezuela” ou até mesmo “Quinta República da Venezuela”.

Porém, em 2009, após um referendo constitucional, foi aprovada uma Emenda que garante ao Presidente e aos demais cargos públicos, o direito de “reeleição ilimitada”. O que não agradou a oposição e recebeu críticas de vários países, mesmos dos aliados socialistas, que lembraram as palavras de Simón Bolívar: “Nada é tão perigoso como desejar um cidadão permanecer por muito tempo no poder. O povo se acostuma a obedecer-lhe e ele a mandar. Dai se originam a usurpação e a tirania”.

Ainda assim, na época, a Venezuela sentiu o sopro do desenvolvimento econômico devido a exportação em larga escala do Petróleo – uma de suas fontes de renda.

No entanto, com a morte do presidente Hugo Rafael Chávez Frias, no dia 05/03/2013, assumiu o vice, Nicolás Maduro Moros, e então o país passou por intensas mudanças de ordem política e social, com o desequilíbrio capital/financeiro, desabastecimento de gêneros alimentícios, falta de empregos, violência interna, prisão de opositores e êxodo de cidadãos venezuelanos para os países vizinhos (Colômbia e Brasil).

O Estado de Roraima, por estar na fronteira norte, é o que recebeu (e, ainda recebe) o maior número de cidadãos venezuelanos, aqui chamados pelas autoridades brasileiras de “refugiados políticos”, o que lhes garantem assistência social e outros benefícios.

Milhares de venezuelanos já cruzaram a fronteira com o Brasil em Roraima e lotam as ruas de Pacaraima e de Boa Vista em busca de oportunidades de emprego. Estima-se que há mais de 40 mil venezuelanos atualmente em Boa Vista. A maioria, por ainda não ter documentos oficiais do Brasil, o que dificulta o emprego com carteira de trabalho assinada, ou por falta de qualificação profissional, lotam as esquinas próximas aos semáforos onde limpam os vidros dos carros e vendem produtos (como o doce Pirulim, da Venezuela).

DILEMA HUMANITÁRIO: “Primeiro os meus ou os teus”? Estamos diante de uma nova fronteira. A “nova fronteira” que falo não é uma linha divisória entre dois países nem a segregação entre nativos, visitantes, imigrantes ou “refugiados políticos” (como estão sendo tratados). Esta nova fronteira é um conjunto de desafios que não se resume apenas a recebê-los e dar-lhes abrigo, mas ao que se pretende fazer para acomodá-los, dar-lhes habitação, emprego, cuidar da saúde, educação e segurança social e política.

Nesta assertiva, há ainda o marco divisório entre as partes quando se procura promover o bem-estar de todos. Dai surge o dilema: ajuda-se primeiroos nativos residentes? (roraimenses e roraimados) que já enfrentam problemas da falta de emprego e renda; ou os milhares de estrangeiros que chegam a cada mês e certamente não pretendem retornar?Fecharemos os olhos agora para não resolver a questão? Ou os abriremos de vez para enfrentar de antemão o pesadelo que certamente virá acontecer no futuro próximo?

Com a palavra as autoridades a quem competem solucionar o problema.

Aproveito a oportunidade para deixar registrado aqui o meu respeito à memória do general Simón Bolívar e ao povo venezuelano que ora está em Boa Vista à procura de melhor condição de vida e trabalho.

Para finalizar, lembro o que se lê na Bíblia, em Hebreus 13:2 “Não vos esqueçais de praticar a hospitalidade; pois agindo assim, mesmo sem perceber, alguns acolheram anjos”.