Opinião

Opiniao 04 02 2017 3615

Exemplo de gestão a ser seguida – Vera Lúcia Sábio*”As palavras convencem, todavia os exemplos arrastam”Estamos em um período tão decepcionante com a política e as leis existentes, onde há tantas inversões de valores em que a moralidade e a legalidade não estão entrelaçadas, dificultando a crença em dias melhores. 

Assim uma  gestão ética, eficiente, preocupada com os servidores, prática para o público, célere e exemplar, a qual deveria ser a regra, e não a exceção, merece ser destacada, pois aconteceu.

São pessoas como o desembargador Almiro Padilha que mostra que, principalmente com boa vontade, é possível fazer o que precisa ser feito para que os servidores do poder Judiciário e a sociedade como um todo acreditem que ainda existem gestores preocupados em servir, o que é seu verdadeiro papel.

O presidente Almiro é humano. Não estou aqui para colocar nenhum título de santo em alguém.    Como humano, provavelmente houve diversas falhas em sua gestão; no entanto, disposto a fazer o que seu cargo pede, fez o melhor papel de presidente da história do Tribunal de Justiça de Roraima. E isto é preciso ser reconhecido e divulgado, pois em quaisquer dos 3 poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) nós, servidores, como toda a população, sabemos que podemos ter gestores assim; fazendo com que a ordem, a paz, a justiça e o trabalho realizado de boa vontade com servidores satisfeitos e dedicados aconteça sempre.

Gestores ouçam seus subordinados, acreditem que vocês dependem deles, pois como uma engrenagem, não importando onde está cada peça, ela é essencial ao bom funcionamento.    Façam o que realmente é preciso ser feito, já que a omissão é um erro de falta de vontade, piorando e dificultando o bom andamento e a satisfação de todos. Bem mais do que as tentativas, as decisões e as realizações com pelo menos metade das chances de dar certo.

O presidente Almiro ouviu praticamente todos os servidores e com certeza fez sempre o possível para atendê-los da melhor forma o que mostrou seu grande diferencial.  Parabéns, presidente Almiro, e que Deus continue guiando seus passos em todas as suas decisões.

Foi um grande prazer tê-lo como nosso presidente. E assim ficamos na expectativa do olhar de mulher, sensibilidade de mãe e capacidade de magistrada da desembargadora Elaine Bianchi, para que este próximo mandato seja tão bom quanto o seu foi.

*Servidora do Poder Judiciário.

O fim do mundo – Jaime Brasil Filho*O mundo acabou. Para além das profecias escatológicas, é importante entender que o mundo já era.

Nasci em 1971 e vivi em um mundo que do ponto de vista ambiental e também social se difere completamente deste que estamos vivendo. Mas não é somente a obviedade das aceleradas transformações que o capitalismo produziu no Brasil e na Amazônia nas últimas décadas a que me refiro. Estou falando de algo mais.

Karl Marx, ao contrário do que muitos pensam, não foi um panfletário que passou a vida toda sonhando com um mundo perfeito. Marx dedicou a maior parte da sua obra a desvendar e explicar como o capitalismo funciona. Aliás, se você quiser entender de capitalismo, leia Marx.

Marx dizia que o modo de produção capitalista não tinha comparação com os modos de produção anteriores, a saber: modo de produção coletivista, modo de produção escravista/asiático e o modo de produção feudal.

Marx dizia, já no século XIX, que o capitalismo ganhava de lavada de qualquer outro modo de produção anterior a ele, e que a capacidade do capitalismo de produzir riquezas era tão grande que as alterações sociais e ambientais também seriam muito grandes.

É verdade que Marx, apesar de reconhecer todas as qualidades do capitalismo na sua capacidade de produzir riquezas em uma escala nunca antes sonhada pela humanidade, tinha profundas críticas sobre a forma como o capitalismo se organizava para essa tremenda produção. E, mais, avisava que as consequências sociais e ambientais do desenvolvimento do modo de produção capitalista seriam catastróficas para a humanidade e para o planeta, como de fato já estão sendo.

A quantidade de mercadorias que o capitalismo é capaz de produzir é, sem dúvida, exuberante, apesar de toda a descartabilidade intencional e desperdício dos produtos. O problema é que o sistema capitalista, ou melhor, as relações de produção que operam as forças produtivas e os meios de produção, que constroem as infraestruturas e superestruturas das sociedades, organizadas em Estados, têm como características principais a exploração cada vez maior do homem pelo homem, a acumulação sem freios da riqueza produzida coletivamente nas mãos de cada vez menos pessoas, a necessidade de controle de cada vez mais fontes de energia por parte dos mais poderosos, o uso da guerra como instrumento para dominar economicamente aqueles países que não se submetem aos países mais ricos.

Vivemos uma verdadeira tirania mundial do mercado, do capitalismo, sobre os povos e sobre os diversos biomas da nossa biosfera.

Estamos vivendo desde o começo do século XX o que podemos chamar de fase monopolista do sistema capitalista. Se os críticos de Marx dizem que o socialismo e o comunismo (que, aliás, não são a mesma coisa) não deram certo e são utopias, muito mais utópico é acreditar no liberalismo, na livre concorrência e no livre mercado. Está claro que tudo, tudo no mundo econômico é controlado por pouquíssimas pessoas. Eles controlam as fontes de energia, as matérias-primas, os preços pagos pela mão-de-obra, e, finalmente, definem qual o valor que você pagará por cada produto. Como se diz popularmente: está tudo dominado. O preço da sua gasolina, do arroz, do carro, da carne etc., tudo afinal é cartelizado e monopolizado por poucas pessoas no mundo.

É da natureza do sistema capitalista a necessidade do crescimento infinito, como se isso fosse possível, e, ao mesmo tempo, a “incorporação” das empresas menores pelas empresas maiores, ou seja: a destruição paulatina dos pequenos pelos grandes.

Um estudo recente, insuspeito, apresentado em Davos pela OXFAM, justamente no FórumEconômico Mundial, que reúne os maiores capitalistas do planeta e que foi publicado nos principais jornais do mundo diz que, pasmem!: “os oito homens mais ricos do mundo possuem tanta riqueza quanto as 3,6 bilhões de pessoas que compõem a metade mais pobre do planeta”

Quer mais? Segundo a mesma organização 1% das pessoas do planeta possuem a mesma riqueza que os outros 99%. Isso mesmo, 99% por cento das pessoas do mundo trabalham para enriquecer esses 1%.

Não é apenas uma desigualdade absurda, é simplesmente da natureza do capitalismo que esse tipo desigualdade chegue a esse ponto e se aprofunde ainda mais.

O neoliberalismo tem muito a ver com isso, foi essa “sofisticação” recente do sistema capitalista que fez com que esse 1% da população, bilionária, tivesse a renda aumentada em 182 vezes entre 1988 e 2011, segundo a própria OXFAM, que é o Comitê de Oxford de Combate à Fome.

Não haverá paz no mundo enquanto uma desigualdade nessas proporções perdurar.

Marx avisava em seus textos que o mundo cairia na barbárie, no caos, na violência sem freios, nas guerras fratricidas e entre nações e países, caso a humanidade não ultrapassasse o modo de produção capitalista para um outro onde houvesse solidariedade e se buscasse o máximo de igualdade possível.

O que temos hoje é um desenvolvimento tão grande das forças produtivas, da tecnologia, que o trabalho humano é cada vez mais dispensável, pois as máquinas e robôs o substitui. O desemprego, portanto, não depende apenas do humor do mercado, mas trata-se de uma questão estrutural do próprio sistema capitalista. Não se trata mais de dividir trabalho, pois não existe trabalho para todos. O nosso desafio é dividir a riqueza.

Quando eu era jovem uma graduação em nível superior era praticamente o passaporte para uma vida confortável. Hoje em dia há muitos dedicados cidadãos com doutorado e que se encontram desempregados. E isso não ocorre apenas no Brasil, é no mundo inteiro.

O sistema não faz mais sentido. Temos abundancia de bugigangas para comprar, mas não há distribuição de riquezas. Temos excesso de virtualidade e pouco contato presencial. Criamos máquinas para diminuir a carga de trabalho, mas trabalhamos cada vez mais. Temos piscinas por todos os lados enquanto jogamos esgoto nos igarapés e rios. Todos são convidados e participar do sistema, mas cada vez menos pessoas conseguirão. É por isso que querem “flexibilizar” as leis trabalhistas e acabar com a aposentadoria do trabalhador. Isso nada mais é do que o esforço do sistema para se manter funcionando, para que as pessoas participem do circo do consumo, ainda que à custa de sua própria escravização e da exploração perversa e despudorada do seu suor.

Por isso digo que o mundo acabou. Porque o sistema em que vivemos não tem mais respostas a dar às futuras gerações.

De certeza, mesmo, a seguir como vamos, temos apenas a desigualdade, a violência que nasce da desigualdade, a opressão estatal para manter a ordem social injusta, o esforço dos que têm mais para manter o Estado funcionando, o envenenamento e a contaminação do ambiente que nos cerca, a descrença das novas gerações diante de um mundo que o melhor que lhes oferece é a escravização e a exploração de suas vidas até a morte, as guerras dos países a mando das corporações em busca de recursos energéticos e de matéria prima.

O mundo acabou. Precisamos recriá-lo.

*Defensor Público

Lady Winston – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Meu senhor, se nós pensássemos exatamente do mesmo modo, um de nós seria desnecessário”.Esta foi a resposta singela, de Lady Winston Churchill, a um repórter que lhe perguntou se ela e o Sir Winston concordavam e pensavam a mesma coisa sobre os assuntos do governo. Uma pergunta que, mesmo no cunho profissional, não deixa de ser tola. Todos nós temos nossos próprios pensamentos. Mesmo quando concordamos com pensamentos alheios, sempre há alguma coisa que a deixamos à parte. E o inteligente é deixá-la à parte. Nada de discussão.

Você é religioso? Ótimo. Você tem todo o meu respeito, assim como você deve respeitar o fato de eu não ser. Apenas temos pensamentos diferentes, para que sejamos donos de nós mesmos, e cada um na sua. O importante é que saibamos respeitar uns aos outros, independentemente de pensarmos ou não da mesma maneira. Se pensássemos todos da mesma maneira, não seríamos mais do que elefantes de circo pensando ser humanos.

Somos o que pensamos, não somos? E se somos, por que ficar pensando com os pensamentos dos outros? Por que os outros têm que me dizer o que devo fazer para merecer ser o que desejo e quero ser? Você está nesse barco. Então o dirija. Você tem o timão e todo o poder de que necessita para dirigir sua vida na direção escolhida em livre arbítrio. E é com o livre arbítrio que você se prepara para aquele papo com seu subconsciente. Porque ele é o poder íntimo por trás do pensamento consciente. Você nunca irá ter liberdade mental enquanto não for capaz de pensar livremente.

Seu consciente localiza-se no seu cérebro; seu subconsciente localiza-se em todas as partes da sua anatomia. Portanto, leve o assunto mais a sério. Você nunca será uma pessoa equilibrada se não equilibrar os seus pensamentos. Porque sem pensamentos equilibrados não conseguimos falar com o subconsciente. E sem falar com ele, nada feito. Vamos continuar querendo ser o que pensamos que somos sem saber que somos o que pensamos. Você nunca será uma pessoa livre enquanto não libertar seus pensamentos. Mas cuidado com o que pensa. E você nunca vai conseguir pensar, enquanto continuar se deixando dirigir pelos pensamentos dos outros. Confie mais em você. Pense no quanto você é capaz. Sua felicidade depende do quanto você se ama. E quando nos amamos somos capazes de ser feliz, independentemente dos trancos e barrancos do dia a dia. Nunca, em hipótese nenhuma, duvide da sua capacidade de vencer. O importante é que você saiba o que realmente quer na vida. Sua caminhada não deve ter linha de chegada. Esta está no horizonte. E o horizonte é inatingível. Pense nisso.

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