Opinião

Opiniao 09 02 2017 3636

Bullying – Geórgia Moura*“O que mais me impressiona nos fracos é que eles precisam humilhar os outros para se sentirem fortes”. GhandiÉ um termo da língua inglesa (bully = valentão) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa.

Esta é uma das formas de agressão que mais cresce no mundo. Pode ocorrer em qualquer contexto social (como escolas, universidades, família, vizinhança e locais de trabalho) e o que inicialmente pode parecer inofensivo, pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa.

São três envolvidos (personagens): O Autor, o Alvo e o Espectador (testemunha dos fatos, atitude passiva, reforça a agressão rindo ou dizendo palavras de incentivo, retransmite imagens e fofocas).

Além de um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, crianças e adolescentes que passam por humilhações podem apresentar doenças psicossomáticas (é quando uma doença física ou não tem seu princípio na mente e os sintomas normalmente são físicos) e sofrer algum tipo de trauma que influencie nos traços da personalidade.

Para ser considerado bullying é necessário que a agressão ocorra entre pares (colegas de classe ou de trabalho, por exemplo). Algumas características são: intenção do autor em ferir o alvo, a repetição da agressão, a presença de um público espectador e a concordância do alvo com relação à ofensa. Todo bullying é uma agressão, mas nem toda agressão é bullying.

Infelizmente, muitas vítimas (muitas vezes por vergonha de se expor) não denunciam esse crime, e isso só reforça o comportamento do agressor. Uma pesquisa da Associação Brasileira Multiprofissional mostrou que 41,6% das vítimas nunca procuram ajuda.

A popularidade do fenômeno cresceu com a influência dos meios eletrônicos. É o que podemos chamar de bullying virtual ou cyberbullying. É quase uma extensão do que os alunos dizem e fazem na escola, mas com o agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara a cara.

Bullying não é brincadeira, é crime! Diga não ao bullying!

*Psicóloga (CRP-RR 20/06603)Contatos: 991112692 (vivo/wpp) e 981113060 (Tim)[email protected]; IG psicologa_georgiamoura

Faça o que precisa ser feito – Vera Sábio*                O único momento de agir é agora, o restante são hipóteses ou vivências do “se”: se fosse assim, se acontecesse desta forma, se tivesse feito isto, etc. Seria até engraçado, se não fosse triste, verificar o quanto de coisas erradas não existiriam se as pessoas fizessem bem feito o que precisam fazer. Ao invés de lamentar o ocorrido, sempre posteriormente e não previamente, quando ainda se pode evitá-lo.

Há muita falta de justiça, tantas vidas transformadas em mortes, diversas impunidades e futuros que não existirão simplesmente porque tampam os ouvidos, fecham os olhos e deixam o mal prevalecer e depois, bom depois, lamentam.

Até quando o povo viverá saudoso do passado e reclamando do presente, porém sem muito trabalho e dedicação para que aconteça um futuro melhor?

O plantio é livre, mas a colheita é obrigatória e dela não tem como correr.

Assim, aquele que não planta e deixa para o outro encher-lhe a vida de futilidades, de comodismos e de ações erradas, por pura preguiça de ajudar no bom plantio, conscientizando, educando, preparando as novas gerações, com atitudes corajosas, conscientes e úteis a todos, contribui direta e indiretamente com todo o mal que existe, mal este produzido muito mais pela omissão do que pelas ações.

Não espere do outro a responsabilidade que lhe cabe, pois somente cada um fazendo o que precisa ser feito poderemos ter uma engrenagem fraterna, consciente e útil para a renovação do planeta e a realização da honestidade, saúde, segurança e felicidade, desejo de todos nós.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/04509

Afinal, somos iguais? – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Não importa se o gato é branco ou preto. O que importa é que ele pegue o rato”. (Provérbio chinês)Já falei sobre esse episódio, por aqui. De repente ouvi um barulho indicando um movimento de rua, lá na Praça da Sé. Curioso, peguei o elevador, desci e fui dar uma espiadinha. Era um movimento interessante.

Pacífico, ordeiro e muito ativo. Eram só pessoas negras. As faixas protestavam, contra a criação de cotas para negros, nas universidades. Fiquei realmente encantado, porque aquele era exatamente meu pensamento sobre o assunto. Várias pessoas, realmente preparadas falaram sobre a reação do grupo, como protesto. As falas eram calmas e não demonstravam revoltas, apenas protestos. Postei-me na calçada da Catedral, e observei por algum tempo. Voltei para casa e foquei meditando sobre o assunto.

Os argumentos expostos pelos participantes da reunião estavam dentro dos moldes da racionalidade. Nada me parece mais ridículo do que esse programa de cotas. Para mim ele é um incentivo descarado à discriminação. Os argumentos que vimos ouvindo, durante todo esse tempo, para justificar as cotas, sempre me pareceram hipócritas. Ouvi um daqueles participantes do evento dizer que as cotas desqualificam os negros. Concordo plenamente. Será que não os estamos considerando incompetentes para entrarem numa faculdade? Será que as escolas onde estudam os pobres brancos não são tão ineficientes quanto as escolas onde estudam os pobres negros? E por que não melhorar o nível das escolas independentemente da cor dos alunos?

Sinceramente, não estou a fim de me tornar um chato aborrecendo você, todos os dias com assuntos desagradáveis. Mas não consigo evitar segurar a bandeira, ouvindo protestos dos que são beneficiados com cotas. E ouvimos, na última quarta-feira, pela televisão local, uma senhora indígena protestando contra as famigeradas cotas. Vamos amadurecer? As cotas não beneficiam pessoas realmente competentes, pelo fato de elas serem negras. Ao contrário, estamos constrangendo pessoas que se consideram realmente competentes e dignas, independentemente da cor da sua pele.

Que importância tem a cor do pelo do gato? A menos que você não goste de gato preto. Aí o problema, que é problema, é seu. E o que é que o gato tem a ver com seu mau gosto? Vamos acordar, brasileiros. Não seremos superiores enquanto continuarmos a desclassificar os que consideramos inferiores à nossa inferioridade. Porque os realmente superiores sabem que somos todos iguais nas diferenças. Vamos melhorar nossa Educação, em vez de ficarmos tentando mascarar nossa incompetência. Pense nisso.*[email protected]     

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