Opinião

Opiniao 09 12 2017 5308

Florescer – Brasilmar do Nascimento Araújo*

“Não se preocupe em gravar suas palavras no mármore, e, sim, nos corações”. Charles Spurgeon (1834-1892). O príncipe dos pregadores.

É Natal. Tempo de reflexão. Tempo de paz. Tempo de colher os grãos que plantamos o ano inteiro. Os grãos que são o retrato do que fomos nesse período de doze meses. Somos o somatório de tudo aquilo que diz respeito aos nossos atos como cidadãos, no cotidiano de qualquer sociedade. Portanto, vale ressaltar que é preciso cultivar as nossas lavouras em áreas férteis da concórdia, da sensatez e da tolerância. Com certeza, nada assolará as colheitas daqueles que plantarem em terras fecundadas pela generosa chuva!

É preciso semear a solidariedade em todos os lugares, assim como uma grande colmeia que tem espaço para todos. Precisamos estar unidos na vasta e inabalável teia do universo humano. O mundo somos todos nós, do negro ao mestiço e do branco aos povos indígenas. Povoando as margens de rios caudalosos, nas imensas metrópoles, nas encostas das grandes cordilheiras ou os sábios viajantes dos desertos. Somos um único povo aberto à miscigenação tão necessária em todo o mundo. Carecemos coexistir de forma pacífica e civilizada em meio às nossas diversidades. Esse é o grande desafio neste início de terceiro milênio, ainda muito turbulento, sobretudo, pelo egoísmo de uma imensa parcela da humanidade. Não a qualquer tipo de interferência unilateral entre nações, grupos ou pessoas, que possa de alguma forma causar danos irreparáveis nas partes envolvidas. Precisamos gostar de gente!

Almejamos o mundo abraçado ao manto do compartilhamento. Essa enorme mola propulsora que eleva a alma, salva e une os indivíduos. Porque compartilhar é amar, é contribuir, é unir, é realizar; é proporcionar horizontes inspiradores. É chegar ao ápice do entendimento humano culminando, consequentemente, com a tão almejada paz! A paz da edificação por um mundo melhor, onde o amor prevaleça na essência de todos os seres humanos!

O amor sem fronteiras, independentemente de crenças e de todas as ordens de pensamentos. Amando como os católicos, os budistas, os evangélicos, os mulçumanos, os batistas, os protestantes, os anglicanos, os espíritas, os judeuse todos aqueles que imprimem suas preces para celebrar a paz. Todos nós, certamente, temos algo de bom para oferecer aos outros, em qualquer circunstância. Vamos comungar de todos os credos cantando a canção pela vida!

Façamos que o Planeta Terra, este mosaico maravilhoso impregnado de vida, onde haja algum vestígio da presença humana, seja parte do grande celeiro da fraternidade e da união entre todos os povos. Fortalecendo os mais fragilizados atingidos por algum tipo de adversidade e estendendo o nosso longo braço em todas as direções. O braço que conforta, pacifica e restaura a vida em todas as suas dimensões!

Nós somos o mundo!

Feliz Natal, Paz e Horizontes de Prosperidade em 2018!

*Articulista e [email protected]

Bruxaria e Ciência – Ronaldo Mota*

Anteriormente ao período conhecido como Renascimento na Europa, particularmente antes das contribuições de pensadores como Copérnico (1473-1543), Galileu (1564-1642) e Newton (1643-1727), a percepção dos indivíduos acerca de alguns fenômenos cotidianos era muito diversa da atual. Alguém imaginar que habitávamos um mundo que não fosse basicamente plano beirava a insanidade ou acreditar que um astro como a Lua pudesse interferir à distância no fenômeno das marés era crer em bruxaria.

A pergunta difícil de responder é quais fatos ou concepções atualmente negamos, desprezamos ou chamamos de feitiçarias e que, talvez, em tempos adiante, fruto de avanços científicos, venhamos a aceitar como corretos ou verídicos. Adotamos que os limites entre bruxaria e ciência só se tornam mais claros à luz do método científico, aprimorado a partir do nascimento da ciência moderna, construída, entre outros, pelos mesmos personagens acima citados.

Um interessante exemplo de espaço difuso entre a ciência e o misticismo é a alquimia, a qual foi responsável por consideráveis avanços da química na Idade Média, anterior ao Renascimento. O principal objetivo da alquimia, além de obter o elixir da imortalidade, era a transmutação de metais não preciosos em ouro. Ainda que não tenham sido bem-sucedidos neste item, desenvolveram os principais processos de destilação, a técnica do banho-maria para aquecer lentamente soluções e criaram a porcelana, entre outras significativas contribuições.

Copérnico era cônego da Igreja e a ele foi encomendado que solucionasse o calendário Juliano em vigor. Este corrigia o ano solar de 365 dias adiantando um dia a cada quatro anos, o conhecido ano bissexto. Por ser excessiva esta correção, no século XVI havia uma defasagem acumulada de 10 dias, e o calendário oficial da Igreja estava trazendo reais prejuízos aos agricultores que nele se baseavam para seus plantios. Copérnico resolveu o dilema adotando o Sol como centro e a Terra girando em torno dele. Assim foi construído o calendário Gregoriano, adotado pela Igreja em 1582. Contraditoriamente, a Igreja permaneceu reafirmando o irracional geocentrismo, ainda que ciente da racionalidade do Heliocentrismo.

As marés, antes do Renascimento, eram, em geral, associadas com animismos do tipo “respiração” do mundo. Galileu, tentando apoiar a tese heliocêntrica de Copérnico, procurou explicar, sem sucesso, as marés desenvolvendo uma comparação com a água em um vaso. Haveria três maneiras para a água do vaso se mover: a inclinação do vaso, causas externas (ventos, por exemplo) e o movimento do próprio vaso, sujeito a acelerações e desacelerações.

Aquilo que Galileu não resolveu, Newton, que nasceu alguns meses após a sua morte, elucidou, baseado na teoria gravitacional de atração entre os corpos. As marés são basicamente consequências de três fenômenos principais: a atração Terra-Lua, a atração Terra-Sol e a rotação da Terra em torno de seu eixo. Assim, Terra e Lua (ou Sol) se atraem mutuamente, sendo que os pontos da Terra mais afastados da Lua (ou do Sol) são atraídos mais fracamente do que os pontos mais próximos. A gravidade faz com a forma quase arredondada da Terra se achate, decorrente do movimento da massa de água, gerando uma protuberância externa na face voltada à Lua (ou ao Sol). Quando Sol, Lua e Terra se alinham (luas novas e cheias) as marés altas ocorrem, e quando Sol, Terra e Lua formam um ângulo reto (luas crescente e minguante) os efeitos da gravidade são mais neutros.

Em suma, devemos ser cautelosos acerca de, eventualmente, estarmos classificando certos fenômenos como bruxarias simplesmente porque os limites atuais de nossos conhecimentos ainda não permitem elucidar por completo. O que restará em comum a ser preservado, em todos os tempos, será o método, o método científico moderno, este sim o grande legado do Renascimento.

*Chanceler da Estácio

País sem memória ou de eleitores irresponsáveis – Júlio César Cardoso*

Se o país não tiver memória para lembrar que a administração petista quase levou o Brasil à bancarrota, em mais de 13 anos de governo, então, que se elejam novamente Lula e seus asseclas.

Não se deve esconder a cabeça como avestruz. O governo petista deixou mais de 13 milhões de desempregados e endividados, empresas fechadas, causou o retorno da inflação, provocou o descrédito internacional, loteou as instituições públicas entre a pelegada incompetente, saqueou e quase destruiu a Petrobras, e, nesse período, ocorreu o enriquecimento ilícito de Lula, comprovado pela Lava-Jato, que desmascarou o falso demiurgo, já condenado a nove anos e seis meses da prisão e a caminho da segunda condenação.

Grande parcela de jovens sonha hoje em ir embora do país, decepcionados com o alto grau de corrupção política, que impede o seu desenvolvimento e que sustenta a riqueza de Lula e de outros mequetrefes políticos, agarrados ao poder e às benesses públicas. E, não obstante isso, ainda existe gente favorável ao retorno de Lula ao poder? Um político desmascarado pela Lava-Jato, Odebrecht, OAS e mais recentemente por seu amigo e homem forte do governo petista, Antônio Palocci.

Não tenho bandeira partidária, o meu partido é o BRASIL sem corrupção política. Ainda espero que LULA, DILMA, TEMER, AÉCIO, RENAN, JUCÁ, GLEISI, LOBÃO, COLLOR, SARNEY, MALUF e outros indignos políticos sejam devidamente sentenciados a passar um bom tempo na cadeia e indenizar a nação pelos prejuízos provocados.

O cenário político é o pior possível: muita corrupção. Até um ex-presidente da República é condenado pela Justiça e caminha célere para a segunda condenação. O atual presidente, por manobra encardida, escapou de ser julgado pelo STF. No Rio de Janeiro, três ex-governadores estão presos. Assim, sem outra intervenção para resgatar o amor à Pátria e a moralidade política, o Brasil não sairá do impasse em que se encontra.

*Bacharel em Direito e servidor federal aposentado

Segredos da qualidade – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Motivação é a arte de fazer as pessoas fazerem o que você quer que elas façam por vontade delas”. (Dwight Einsenhouwer)

Não é exibicionismo; apenas vou falar sobre um assunto muito meu: Qualidade. O Brasil sempre se preocupou com a qualidade, sobretudo na indústria. Desde a década de cinquenta, do século passado, que vimos tentando entrar no mundo dos que fazem qualidade. Mas, nunca se andou tão lentamente. Atualmente a necessidade da competição internacional está nos empurrando, como se isso nos levasse a algum lugar. É claro que vamos chegar lá. Mas com competência e sem empurrões. É conversando que as pessoas inteligentes se entendem. E o contraditório é que nunca se falou tanto sobre qualidade quanto atualmente. Mas, quem está falando?

Há décadas venho lendo grandes PhDs e grandes empresários, do assunto. E o que concluí? Que eles são realmente os grandes cobras no assunto. Mas que continuam conversando, só entre eles. Conversa de gente grande.

E os pequenos que são os que realmente devem produzir com qualidade? Como ficam? Quais os empregados de uma empresa, que leem Anthony Robbins, por exemplo? Enquanto a qualidade vai sendo discutida em âmbito de diretoria, empregados continuam sem a devida orientação.

Wesley Bjur diz: “Qualquer organização moderna é uma associação dinâmica, de tecnologia de ponta, operada por pessoas”. Estamos vivendo a era em que todos insistem em chamar de “era da competitividade” quando na realidade ela deveria ser a era da competência e não da competição. Competitividade é um termo já anacrônico. Qualquer empresa inteligente, hoje, preocupa-se com a competência. E quem é competente não compete; faz o que tem que fazer como deve ser feito, e vence.

José Maria G. Dapena afirma: “O segredo está em possibilitar às pessoas a autoria de suas próprias decisões”. Eu necessitaria de mais espaço para debulhar essa assertiva. Mas, em linhas gerais, não se fará qualidade enquanto não se iniciar o trabalho pelas bases operacionais. E isso requer firme tomada de posição da direção da empresa que nem sempre está disposta a isso. Em 1965 tive um atrito com a diretoria da empresa paulista, onde eu chefiava o Controle de Qualidade. Motivo? Eu usei, no jornal da empresa, a expressão: “Tomada de posição da diretoria”. A diretoria da empresa sentiu-se melindrada.

A mentalidade empresarial atual terá mudado? Não sei. Poucos são os empresários que veem a qualidade como um investimento, e não como um gasto. E a maioria dos empresários não está habituada a investir na qualidade, em longo prazo. Oportunamente voltaremos ao assunto. Pense nisso.

*[email protected]