Opinião

Opiniao 10 05 2017 4011

A tensão das avaliações e sua real eficácia – Ana Regina Caminha Braga*Dia de prova, e agora? Bastam as avaliações escolares começarem para que as crianças entrem em pânico, fiquem ansiosas e até desesperadas. As avaliações geram nos pequenos um misto de sentimentos, como o medo, a frustração e a preocupação. Esse é um processo delicado em que nós professores precisamos estar atentos e preparados, afinal, dia de prova é esperado com estresse e nervosismo por grande parte das crianças que estão sendo avaliadas.

As crianças veem as provas como um julgamento do que é certo ou errado e levam isso a sério. E o ato que rotula é evasivo aos colegas, que por instantes constroem suas relações com base naquela visão. Toda essa ansiedade e tensão pré-avaliação podem acabar levando a criança a um nível de estresse fora dos padrões para a idade. Tal tensão pode desencadear sintomas demasiados como enjoo, diarreia, pressão baixa, taquicardia, sensação de desmaio, choro e sentimento de incapacidade.

Se pararmos pra pensar, não são raros os momentos que vemos crianças de oito anos, porexemplo, que no dia da prova já acordam estressadas, mal-humoradas, falando para os pais que estão nervosos, que não conseguem comer, isso mesmo tendo estudado a matéria. Não é raro e deve sim, chamar nossa atenção para a questão: Será que os métodos avaliativos atuais são realmente eficazes? Vou dar outro exemplo: Gabriel é um menino inteligente, que precisava de determinada nota em matemática, porém, seu professor era rígido e tratava a avaliação de forma muito dura. Qual o resultado? Mesmo tendo estudado, Gabriel ficou nervoso e teve uma crise de choro do começo ao fim da avaliação, atrapalhando seus resultados.

Por esses e outros motivos, devemos parar e refletir sobre os métodos avaliativos usados em nossa educação, em como eles refletem nos alunos e em como nós podemos melhorá-lo, para uma real avaliação, sem toda essa tensão. O fato é: não existe um culpado para a situação aqui discutida, mas sim, um conjunto de fatores que precisam e devem ser avaliados, para se possível, serem melhorados, para que alunos e s professores não sofram nesse processo. Afinal, o professor é a porta de entrada e de abertura ao novo, pois é ele que acompanha o aluno do primeiro ao último dia de aula. Se essa mediação não acontece de maneira tranquila, alguns problemas, como os já citados, podem ser revelados e precisam ser encaminhados para soluções adequadas, evitando assim maiores prejuízos.*Escritora, psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar

Minha inesquecível mãe – Brasilmar Nascimento Araújo*Sim, mamãe, é para você que escrevo. Amo-te eternamente. Você está para sempre em meu coração, independentemente de onde me encontre. Se escalando a monumental cordilheira do Himalaia, na Ásia; esquiando nos Alpes suíços; atravessando os maiores e mais áridos desertos do mundo, seja o Saara, na África ou o Atacama, no continente-sul-americano, no Chile, ou caminhando na 5ª Avenida nova-iorquina.

Você, mamãe, viaja sempre comigo, mesmo que imaginariamente. Guia meus passos em todas as travessias. Você, mamãe, é o terço que conforta a minha alma. É o sopro que toca a minha face quando os tropeços parecem inevitáveis. Mamãe, você é o oxigênio que rega as minhas artérias e me faz acreditar que a vida é um espetáculo único. É para ser vivido intensamente. Mamãe, você, é luz!

Sim, mamãe, assim como você foi, todas as mães do mundo são maravilhosas. São de admirável capacidade de amar, incondicionalmente. Desde o dia da fecundação de uma nova vida no ventre de uma mulher começa toda uma transformação de visão de mundo dessa futura mãe, inclusive no seu próprio corpoque depois de um período de nove meses está apto para celebrar a chegada de um pequenino ser. Uma vida completamente indefesa e que você, mãe, amará, sob todos os obstáculos que, às vezes, rondam o cotidiano de muitas de vocês. Mas todas as mães são dotadas de extraordinária resiliência o que lhes capacitam a suportar as adversidades que são inerentes a todas elas, em relação a seus filhos. Conseguem ser verdadeiras fortalezas humanas em situações adversas com seus filhos, quando todos enxergam horizontes desanimadores; as mães nunca desistem. São corajosas. Fortes. Amorosas. Pacientes. Determinadas. E, acima de tudo amam a sua prole como ninguém jamais amou!

Existem alguns métodos humanizados para bebês prematuros dando aos mesmos conforto e segurança nas incubadoras das maternidades, como é o caso do Projeto Octo, desenvolvido pela Dinamarca. É bem simples: é o polvo feito de crochê colocado junto a essas crianças o que possibilitará estímulos diversos e seu melhor desenvolvimento. Outro método muito eficaz para bebês prematuros é o Canguru, nascido na Colômbia. É a criança atada junto ao peito da mãe trazendo inúmeros benefícios de ordem física e emocional. Certamente todos os métodos que propiciem algum benefício à saúde das crianças são muito importantes. Mas nenhum método é capaz de substituir o amor de uma mãe pelos seus filhos. É um vínculo tão forte essa relação mãe e filhos que é impossível dimensionar esse amor.

“Minha mãe foi a mulher mais bela que conheci. Tudo o que sou devo a minha mãe. Atribuo todos os meus êxitos na vida ao seu ensinamento moral, intelectual e físico que recebi dela”. A frase é do ex: presidente americano George Washington (1732-1799), sobre sua mãe e simboliza o que todas elas representam para seus filhos em todo o mundo. Um filho é para uma mãe a extensão de seu próprio ser!* Articulista e Poeta

Socorro abençoado – Francisco Habermann* Abri um berreiro quando acordei e não vi minha mãe em casa. Foi o que me contaram, mas guardo na memória longínqua de criança de quatro ou cinco anos a sensação de rosto molhado, derramando choro e gritando pela mãe, no portãozinho de casa, junto à rua, na cidade de Leme-SP. Foi neste cenário dramático, desesperador, que aconteceu um milagre.

Vindo de sua casa, um jovem lemense – que depois se ordenaria padre – passava em frente dacena e se aproximou daquela criança desesperada. Estendeu a mão e afagou o pequeno, explicando que a mamãe chegaria logo. Repetia que ela só havia ido ali, na esquina e já estava voltando para casa. Pelo o que me contaram depois, a criança foi se acalmando e sem demora a mãe chegava. O enorme drama se desfizera magicamente, mas jamais esqueci a ação carinhosa daquela criatura que caíra do céu naquela manhã, socorrendo-me naquele desamparo e realizando o milagre de me trazer de volta a mãe.

Tanto é que muitas décadas mais tarde, quando soube aqui em Botucatu que aquele jovem se ordenara padre e era o responsável pela Catedral de São Carlos-SP, fui visita-lo. Recebeu-me carinhosamente em seu escritório naquela igreja e recordamos as trajetórias pessoais. A dele pareceu-me divina desde sempre. Deu-me um livro de sua autoria e despedimo-nos, deixando-me em paz, mais uma vez.

Foi a derradeira oportunidade que tive de rever o querido Monsenhor Luiz Cechinato, o ilustre e reconhecido benfeitor não só meu mas de toda a cidade de São Carlos que o tem, agora e sempre, junto a todos os ilustres benfeitores daquela comunidade. Como veio, viveu, socorreu, trabalhou e passou na vida…

Chorei quando soube, por amigo comum, do seu recente passamento. Um choro, agora, de agradecimento eterno pelo longínquo milagre realizado…*Nascido em Leme-SP, é médico e docente aposentado da FMB-UNESP, Botucatu-SP

Perdidos sem espaço – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos”. (Pitágoras)Será que realmente somos mais violentos, hoje, do que foram os nossos ancestrais? Claro que não. Somos os mesmos seres humanos de então. A terra vem sofrendo transformações e mudanças através dos milênios, enquanto nós, humanos, não mudamos nada. Somos os mesmos da idade da pedra, na época do celular. O que indica que ainda estamos no mundo primário, que acreditamos ser moderno. Séculos e séculos depois do Pitágoras, o Napoleão Bonaparte também disse: “Devemos construir mais escolas para não termos que construir mais presídios”. O pensamento dos dois é o mesmo.

E como humanos, continuamos no degrau mais baixo da escada da evolução racional. Paramos na corrida do tempo e continuamos sem construir escolas nem presídios. E como queremos evoluir, sem fazer nossa parte, na nossa evolução? Vamos fazer nossa parte. O mundo, hoje, não é diferente do dos nossos avôs. Continuamos pensando como eles pensavam; apenas mantemos o foco dos nossos pensamentos no momento atual. E é por aí que não conseguimos ser o que deveríamos ser no novo velho mundo.

Procure-se dentro de você mesmo. Olhe-se no seu espelho interior. Procure ver em que você progrediu, dentro da modernidade. Não permita que as fantasias façam de você um ilusionista de você mesmo, ou mesma. O que não faz diferença. Somos todos responsáveis pelo nosso desenvolvimento. As diferenças que vimos vivendo e sofrendo é apenas o resultado da nossa incompetência diante da racionalidade. Lembre-se de que a Astrologia Espacial nos diz que o dia, hoje, não tem mais vinte e quatro horas. Com a inclinação do eixo da Terra, ela vai acelerando sua rotação e os dias ficando mais curtos. Não temos mais tanto tempo para perder com tolices. E continuamos na tolice de acreditar que a azáfama do dia a dia é consequência do aumento de carros no trânsito.

Embora isso lhe pareça brincadeira de botequim, não é. Reflita um pouco e procure viver a vida com mais racionalidade. E comece pelo aprimoramento da nossa política. Procure políticos que estejam preocupados, de fato, com a Educação. Porque sem educação não seremos capazes no nosso desenvolvimento. E a população continuará crescendo desordenadamente e você vai pagar o pato; porque nem percebe que já está pagando. E devemos nos preparar para reiniciar nossa Educação. E isso não vai ser fácil. E os resultados só virão se começarmos a fazer nossa parte, agora. Faça sua parte. Mas faça-a com responsabilidade e respeito. Pense em como você vai fazer sua parte nas próximas eleições. Pense nisso.*[email protected]      

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