Opinião

Opiniao 12 01 2018 5472

IR NA ONDA – Vera Sábio*

Você tem estilo próprio? Consegue segurar sua onda? Ou está sempre pegando carona em qualquer onda?

Vivemos em uma sociedade onde a ética é constituída de várias normas morais, com muitas culturas e diversos costumes. O que é regra para uns não é para outros e a constituição determina leis padrões para todos, porém, ainda assim de acordo com classes sociais e formações educacionais, uns recebem penas diferenciadas, burlando padrões gerais a todos.

Nem sempre o que é bom para um é para outro e mesmo sendo bom às vezes não lhes convêm, e ainda que lhes convenha pode ultrapassar as diretrizes de uma sociedade que não coloca aquela atitude como moral.

Vivemos em união onde os elos que nos entrelaçam e permite o bom andamento do conjunto social, deve ser realizado de maneira a não aprisionar e sim conscientizar da necessidade da colaboração de cada um.

Onde cada um precisa fazer sua parte e até mesmo partes extras em prol do convívio harmônico, sendo todas notas da mesma canção.

No entanto principalmente na fase da adolescência quando são feitas as maiores descobertas, onde os pais deixam de ser os únicos heróis e passam a serem vistos como falhos, sabendo por vezes bem menos do que os adolescentes sabem e sentem, como descobertas superimportantes ao seu ponto de vista.

Neste momento da vida, a construção ética é essencial, embora os adolescentes não sentem que estão plantando o próprio futuro e por mais que percebam os pais falhos e com poucas referências para eles, são os pais seus portos seguros, muito mais valiosos do que as inteligências natas e tecnológicas, as quais eles confiam tanto.

Os adolescentes desconhecem o abismo que terão no futuro se não forem podados no presente e se qualquer onda lhes fizer surfar.

O turbilhão de informações misturado com a falta de experiências produz estresse infantil sem base sólida com bom filtro para absorver o que realmente for eficaz em suas vidas.

Existem caminhos sem voltas e os limites são necessários se quiserem crescer. Portanto acalme o coração, quanto mais serenar a mente, melhor conseguirá obter sucesso e foco naquilo que lhes atrai, tendo uma força madura e familiar que lhes sustentem até seu amadurecimento.

Cair na onda é algo muito fácil aos adolescentes livres e que acham saber tudo sem experiência de nada.

A onda passa, a moda acaba, os estilos se modificam, porém o princípio de confiança, bondade, partilha, moral e solidariedade sempre são constantes.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, escritora, esposa, mãe e cega com grande visão internaCRP: 20/[email protected]

Contrabando bate recorde – Luciano Barros*

Em 2017 o Brasil conquistou mais um triste recorde: o país se tornou o maior mercado mundial de cigarros ilegais, que hoje responde por cerca de 48% de todos os cigarros vendidos. Este não é um problema recente nem exclusivo do país, mas há apenas seis anos o volume total deste mercado girava em torno de 20%. Nenhum outro setor da economia, legal ou ilegal, apresentou crescimento semelhante no mesmo espaço de tempo.

Entre os principais motivadores deste crescimento está o exagero na dosagem de medidas que tinham como objetivo reduzir o consumo de cigarros no Brasil, mas que tiveram o efeito perverso de estimular o crescimento do mercado ilegal. O aumento de impostos promovido em anos recentes criou o cenário perfeito para a entrada de organizações criminosas neste mercado, que chega a ser tão ou mais lucrativo do que o tráfico de drogas, mas com riscos infinitamente menores, já que as penas para quem for flagrado contrabandeando cigarros são muito curtas.

O Brasil já viveu momentos semelhantes no passado, e conseguiu solucionar o problema. Quem não se lembra da realidade do setor de informática entre os anos 80 e 90? Para o consumidor comum, e mesmo para muitas empresas, a única forma de adquirir um computador moderno a preços acessíveis era buscar o mercado informal, na forma dos famosos ‘PCs Frankenstein’, montados por empresas que traziam ilegalmente os componentes do Paraguai.

Um estudo do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf) mostra que mudanças na política tributária do setor promoveram a redução no volume de computadores contrabandeados apreendidos ao mesmo tempo em que expandiram a produção e a comercialização de produtos legais no Brasil. Entre 2005 e 2016, as apreensões caíram de cerca de 10 milhões de unidades para cerca de 3 milhões de unidades. No mesmo período, a produção nacional de computadores saltou de menos de 3 milhões de unidades para cerca de 13 milhões de unidades.

O cigarro passa hoje por um momento semelhante ao dos produtos de informática nas décadas de 1980 e 90. Mas com diversos agravantes. Um dos principais é o desmantelamento da exitosa política nacional de redução de consumo, já que cigarros contrabandeados não seguem nenhuma das normas de controle de consumo estabelecidas por lei, como a política de preço mínimo e a obrigatoriedade de que maços tragam informações e imagens sobre prejuízos à saúde.

Com impostos que podem chegar a até 80% em alguns estados, os fabricantes brasileiros têm de conviver com o Paraguai, país que taxa o setor em apenas 16%, uma das menores cargas tributárias sobre o cigarro do planeta. Vendidos livremente nas cidades brasileiras a preços inferiores aos R$ 5,50 estabelecidos em lei, em muitas localidades essas marcas são campeãs de venda. E por mais incrível que pareça hoje a marca líder de mercado no Brasil é a Eight, fabricada pela Tabacaleradel Este, empresa de propriedade do presidente paraguaio Horacio Cartes.

A entrada de cigarros ilegais no Brasil não acontece de forma isolada. É comum lermos matérias na imprensa sobre a apreensão de cargas de cigarros acompanhadas de volumes menores de drogas e armamentos, que vão alimentar o crescimento na violência urbana que tem sido a regra em todo o país nos últimos anos.

Precisamos nos livrar do problema do contrabando, não só de cigarros, mas em todas as suas frentes. O Brasil que nós queremos para o futuro não pode mais conviver com esta realidade que prejudica a saúde dos brasileiros, retira recursos financeiros dos governos, contribui para a escalada na violência e estimula o desemprego no país. É hora de agir!

*Presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras

O que é educação? – Oscar D’Ambrosio*

A educação vem se tornando um desafio cada vez maior para todos. A sociedade precisa de profissionais cada vez mais qualificados, tanto em termos de conhecimento tecnológico como de valores humanos. Os indivíduos, por sua vez, necessitam ter um número cada vez maior e melhor qualificado de experiências para poder tomar melhores decisões.

Enfrentar a vida significa, em boa parte, fazer escolhas constantemente. Entre cada pessoa e a sociedade está a escola, desde o ensino básico ao superior. Participar de uma instituição de ensino, em qualquer nível e função, é, nesse sentido, ter a oportunidade e a responsabilidade de contribuir para a formação de indivíduos.

E isso demanda o desenvolvimento pessoal de numerosas habilidades, aperfeiçoadas ao longo do tempo. É essencial desenvolver o lado emocional e a capacidade de avaliar situações diversas e adversas. Nesse processo, ser criativo e surpreendente é essencial. Para isso, torna-se indispensável entender a diversidade como potencial de êxito coletivo.

Atuar como educador significa, portanto, construir pontes entre as pessoas e a sociedade, pois de pouco adiantam indivíduos geniais que não respeitem o todo; ou uma coletividade aparentemente bem-sucedida que não tenha olhar para cada pessoa. Educar é isso: erguer sólidas pontes feitas com delicadas pétalas de flores.

*Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp, onde atua na Assessoria de Comunicação e Imprensa

Cuide de sua beleza – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A alegria não está nas coisas; está em nós.” (Goethe)

O maior salão de beleza do mundo é o de Deus. Mas não propaga, não divulga. No mundo só é feio quem não quer ser bonito. Não fique brigando com essas rugas que estão se instalando no seu rosto. Se elas estão chegando cedo demais, veja onde você está falhando. O que você está fazendo para evitá-las? Talvez você esteja indo ao salão errado. Os salões de beleza não distribuem folhetos sobre o milagre do sorriso. Os cosméticos seriam mais eficientes se associados ao sorriso. Pessoas que sorriem mais envelhecem menos. Porque sabem viver. Sabem também, que a velhice é inevitável. Tudo na sua hora.

É claro que o salão de beleza de Deus não se restringe aos toques e retoques. Ninguém leva muito em conta uma pessoa que não sabe se cuidar. Mas é preciso, primeiro, de preferência, cuidar do seu interior. Ninguém consegue rir nem sorrir se não estiver de bem consigo mesmo. E ninguém pode estar de bem com os outros se não estiver de bem consigo mesmo. Uma troca entre você e você mesmo. Dê um sorriso e receberá outro de volta. Esta é a essência do é dando que se recebe. Quando você se dá, dá. Isso faz com que, mesmo que a recompensa não venha do recebedor, virá de você mesmo. Observe isso nas coisas mais corriqueiras do dia a dia.

Se você não sentir um prazer enorme ao dar uma informação a alguém que lhe pergunta onde fica uma determinada rua, algo está errado com você. Vá ao salão de beleza de Deus. O tratamento é gratuito. O endereço você conhece. Não precisa sair por aí procurando a casa do Homem. Ele está onde você estiver se você estiver com Ele. Se estiver, isso fará de você uma pessoa bonita, independentemente do seu aspecto físico; se ele segue, ou não, padrões convencionais.

Não se preocupe em ser. Apenas seja. Sinceridade e espontaneidade fazem parte do folheto do salão de beleza de Deus. Seja espontânea e comedida, e você será bonita. Todos prestarão atenção em você se você for alegre ou carrancuda. Nalgum lugar alguém estará comentando isso. Um recado que todos ouvirão. Não tente ser o que você não é. Você não tem que chamar atenção; basta ser a atenção. Certa vez, em um Natal, no Brooklin, em São Paulo, apresentei minha esposa para uma amiga minha. Logo, minha amiga dirigiu-se à Dra. Débora Rodrigues e comentou: – Menina… Que sorriso lindo tem a esposa do Afonso!

A Salete nunca soube disso. Nem precisaria. Ela nem imagina o momento de felicidade que proporcionou à minha amiga, com aquele sorriso que é todo dela. Não se esforce para mostrar que você é. Apenas seja sendo feliz. Pense nisso.

*[email protected]