Opinião

Opiniao 12 10 2017 4951

Expoferr: a nossa feira de negócios – Flamarion Portela*

Criada nos idos de 1950, com a denominação de Exposição de Animais e Produtos Econômicos do Território, e hoje denominada Exposição Feira Agropecuária do Estado de Roraima, a Expoferr chega este ano à sua 40ª edição.

Até o início da década de 1990, a Expoferr tinha como sede um amplo terreno no bairro São Pedro, que foi cedido no começo dos anos 50, por Alvino Rocha Lima e sua esposa, Elvira Albuquerque. Em 1991, a Feira foi transferida para o Parque de Exposições Dandãezinho, na região de Monte Cristo, BR-174/Norte, onde permanece até hoje.

Nesta 40ª edição, que começou dia 5 e segue até domingo, dia 15, a Expoferr trás como tema “Roraima, a nova fronteira agrícola”, com destaque para as potencialidades do Estado. Foram disponibilizados 235 espaços para exposições de pecuária, de agricultura familiar e de empresas agropecuárias, veículos, universidades, supermercados e outros ramos. O público está tendo acesso também a cursos gratuitos, rodeios, shows e leilões.

De acordo com a organização do evento, a meta para este ano é movimentar R$ 35 milhões durante os 11 dias da Feira. Isso significa R$ 10 milhões a mais do que na edição passada do evento, realizada em 2015.

Um ponto importante da realização da Expoferr é a participação de instituições financeiras, como Banco do Brasil, Banco da Amazônia, Caixa Econômica Federal e Desenvolve RR, que estão recebendo e fazendo análise de propostas para agricultores, pecuaristas e empreendedores interessados em linhas de crédito para custeio, investimentos e comercialização.

Só o Banco do Brasil que já tem mais de R$ 3 milhões em financiamentos aprovados durante a Feira, para a aquisição de máquinas, insumos, construção de estruturas para armazenamento e gado. O Banco da Amazônia também está presente no evento disponibilizando diversas oportunidades de crédito para os produtores. Da mesma forma, a Caixa Econômica Federal está na Expoferr com os serviços para financiamento de automóveis, abertura de contas, custeio pecuário e financiamento para médios e grandes produtores.

Por fim, a agência de fomento do Governo do Estado, a Desenvolve RR, também atrai os pequenos e médios agricultores, microempresários, empreendedores individuais e autônomos, com taxas de juros menores que nos bancos tradicionais, com os serviços do Banco do Povo, Crédito Rural e Balcão de Ferramentas. A previsão é que sejam financiados mais de R$ 600 mil durante a Expoferr.

Afora as críticas da oposição, a governadora Suely Campos tem trabalhado incessantemente para colocar Roraima nos trilhos do desenvolvimento. E a Expoferr é uma vitrine de investimentos que vai trazer um saldo positivo para o nosso agronegócio e, por consequência, incrementar a economia.

*Deputado estadual e ex-governador de Roraima

Vitória das trevas ou da sensatez? – Antonio de Souza Matos*

O Movimento Brasil Livre (MBL) conseguiu, por meio de campanha nas redes sociais, antecipar o fechamento da exposição de arte Queermuseu – Cartografias das Diferenças na Arte Brasileira, em Porto Alegre. A mostra, aberta a crianças e adolescentes, atentava contra os valores morais e éticos do cristianismo. A reação negativa da mídia revela que esse segmento, com raras exceções, aprova e defende o rompimento com o paradigma judaico-cristão.

A revista Veja (20/9/17, p. 75), logo após o encerramento precoce da exposição, financiada com dinheiro público (perto de 1 milhão de reais), exibiu uma reportagem de quatro páginas para condenar a atitude dos integrantes do MBL. Assinada por Paula Sperb, a reportagem emprega expressões como “vitória das trevas”, “obscurantismo do MBL”, “intolerância”, “diatribe conservadora”, entre outras, para desqualificar a ação deflagrada pelos jovens do movimento político e enaltecer os artistas, os curadores e os patrocinadores da exposição.

A reportagem defende irrestrita liberdade de expressão artística, asseverando que “manifestar opiniões é um direito inalienável”. Ou seja, em se tratando de arte, vale tudo – até mesmo debochar da imagem de Cristo, cruzando-a com a da deusa Shiva, ou expor desenhos de pessoas mantendo relações sexuais com animais, com outras do mesmo sexo, além de figuras de crianças que remetem ao homossexualismo e à pedofilia.

Segundo a Análise do Discurso, inexiste neutralidade nos textos produzidos, quer verbais, quer não verbais, como pinturas e desenhos. Há sempre uma intenção em quem os produz ou financia, ainda que subjacente ou subliminar. No caso da mostra exibida nas dependências do Banco Santander Cultural, iniciada em agosto e com previsão de encerramento para outubro, a intenção era explícita, como denunciou o MBL: estimular a zoofilia, a pedofilia, o homossexualismo e ridicularizar a cosmovisão cristã sobre sexualidade.

A reportagem afirma, citando Umberto Eco, que “é possível que, diante de uma obra de arte, eu compreenda os valores que ela comunica e, ainda assim, não os aceite”. O que a autora, com o aval da revista, está dizendo é que todos, inclusive crianças e adolescentes, têm capacidade de discernir o que é bom e o que não é. A realidade, entretanto, depõe contra esse pensamento. Se menores tivessem maturidade emocional e psicológica, as autoridades brasileiras não teriam criado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para protegê-los de agressões e/ou constrangimentos físicos e morais.

É estarrecedor perceber que boa parte da sociedade brasileira, com o apoio da mídia oficial, caminha numa direção contrária à da sensatez e do bom siso. A quebra do paradigma cristão, tão almejada por essa gente, pode significar a instalação definitiva do caos no País e, aí, sim, a vitória das trevas.

*Professor. E-mail:[email protected]

Você se conhece? – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Se você pensa que o autoconhecimento exige muito esforço, tente evoluir com a ignorância.” (Waldo Vieira)

Mas, antes de iniciar nosso papo vamos nos desculpar. Faz uma semana que o número do meu telefone está incompleto, aqui, na matéria. Mas não é problema meu nem me preocupa. Estou só comentando. O que me preocupa é o deslize que cometi na matéria do dia 09-10-17, (segunda-feira). Citei uma frase do Bob Dylan, com o nome do Bob Marley. Ainda bem que o Bob Dylan não lê meu artigo. Mas está corrigido, e espero ser desculpado. E agora vamos conversar.

Tentar trabalhar o autoconhecimento já é uma demonstração de ignorância. Waldo sabe disso. Somos seres, produtos de uma evolução lenta e difícil. E a dificuldade está em não entendermos nosso papel no evoluir. Sabia que passamos maior parte do nosso tempo, e consequentemente da nossa vida, pensando mais nos outros do que em nós mesmos? Quantas vezes você já não criticou alguém dizendo que ele só pensa nele mesmo? Mera tolice.

Não devemos pensar em nós mesmos sem pensar na nossa evolução. E não evoluímos enquanto não pensarmos nas outras pessoas. Um verdadeiro paradoxo se não procurarmos desvendá-lo. Mas não tente embarcar na piroga furada da ignorância, ignorando você mesmo. Agora, chega de blá-blá-blá, e vamos pairar no ar da observação. Nunca tente ajudar alguém com sentimento de misericórdia ou coisa assim. O que fazemos quando ajudamos alguém é nos ajudarmos no caminho duro e tortuoso da evolução racional. Faça sempre o melhor que puder fazer na ajuda a alguém, mas sem sentimento de dádiva.

O mundo vive um verdadeiro redemoinho. Mas isso é natural; sempre existiu e sempre existirá. As mudanças vão depender do nosso grau de evolução racional. E esta está no nosso autoconhecimento. E por isso é necessário que nos conheçamos para que possamos mudar o mundo, sabendo e conhecendo as suas evoluções naturais. Tudo que está acontecendo nos dias atuais já aconteceu em outros tempos. E o que não sabemos disso é o que está engavetado pelos que deveriam nos esclarecer.

Alguém já disse: “A ciência e a religião sempre andaram de mãos dadas. A religião quando descobre alguma coisa e não consegue provar, fantasia. A ciência quando descobre alguma coisa e não consegue provar, engaveta.” E nós, pobres ignorantes, por mais sábios que nos julguemos, continuamos remando em águas turvas. A empáfia, o orgulho doentio, a arrogância, são irmãos gêmeos. Têm o mesmo valor que encortina e venda, limitando o conhecimento dos que não procuram o autoconhecimento. Enquanto você não se conhecer não se valorizará. Pense nisso.

*[email protected]