Opinião

Opiniao 13 05 2017 4026

A razão, qual? – Luiz Maito Jr*Taciturno talvez seja o termo correto, o modo como as coisas vêm ocorrendo, o distanciamento do discurso para a prática tem ganhado alguns metros a cada dia, um show de egos tem se estabelecido dentro dos setores de todos os lugares, cada vez mais o menor, o improvável, o desatino tem ganhado corpo, destemperando homens e mulheres reconhecidamente repletos de razão.

Mas qual é esta razão? A pura? Isenta de sentimentos e principalmente de empatia? Acho que o Iluminismo chega a um ponto de esgotamento, vejamos, pois o que acontece no país. É racional dizer que precisamos de uma reforma previdenciária? É racional dizer que precisamos de uma reforma trabalhista? Reforma Política? Reforma Tributária? Claro que sim, é racional lógico. Mas a que razão serve estas reformas? Vou citar aqui o trecho de uma letra do Humberto Gessinger, cantor e compositor brasileiro “Eu sei que eles têm razão, mas a razão é só o que eles têm…”

Justificar a razão é simples e óbvio, o que parece faltar é a premissa de que esta razão é incoerente com a vida e o futuro da maioria dos racionalizados, ou seja, os que se submetem a esta razão. Sob que perspectiva se encontra esta razão? Vejamos: é racional trabalhar 12 horas por dia? É racional trabalhar 49 anos para se ter uma aposentadoria integral? Perder direito a férias, décimo terceiro, trabalhar por comida e moradia? Basta se colocar como parte integrante da maioria esmagadora deste país e se posicionar.

Podemos olhar o mundo e ver que tudo que é “moderno”, modernidade filha ainda do Iluminismo parece estar despedaçando. A democracia representativa que nos rege já demonstrou que não representa os eleitores, apenas setores que injetam dinheiro na campanha do postulante ao cargo, um investimento, que como todo investimento espera e cobra retorno. Aqui temos falado da descrença na política e que a abstenção é um reflexo disso. Acabamos de ver a França escolher seu presidente em segundo turno com uma abstenção de 25%, pouco menor do que vem acontecendo por aqui.

Mesmo em países extremamente politizados como Dinamarca, Suécia, a rejeição a classe política é predominante e lá não temos todas as benesses que encontramos em outros países e principalmente no Brasil. Você pode me perguntar então: Aonde você quer chegar? Justamente na questão que iniciei o texto. A razão pura e simples não resolve mais nossos problemas, o modelo é arcaico e corroído, até porque a razão tem um lado e será sempre dos que controlam a razão. O processo de judicialização da democracia é mais um indicativo do controle da razão.*Estudante de História

Maternidade: Missão árdua, amor sublime – Tamille Cunha*Praticamente qualquer mulher consegue gerar vida, mas tornar-se mãe é uma missão designada àquelas mais capazes. Sim, porque diferente do que se afirma e é perpetuada há séculos, a maternidade não é um dom natural. Conforme pesquisa desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a depressão pós-parto atinge uma entre quatro mulheres no Brasil. Algumas conseguem por meio de terapia e tratamento recuperar-se, mas outras se martirizam e culpam-se por não conseguirem alcançar o ideal de maternidade imaginado pela sociedade. Infelizmente uma pequena parcela de mulheres que dão à luz não consegue atingir a transformação necessária para encarar tal responsabilidade que é a de criar e educar um ser humano.

Entre as que aceitam o papel de mãe, pouco a pouco, abrem mão de alguns sonhos, pelo único motivo de fazer o filho feliz. Conseguimos então enxergar nessas, um espírito aguerrido, que acredita na humanidade e se entrega de corpo e alma a essa tarefa árdua, trabalhando, estudando, por vezes aceitando passar por humilhações, pensando que é necessário enfrentar esses percalços para que o filho não precise passar por tantos obstáculos na vida. Depositam esperanças naquele ser, que faz parte dela. Que seja alguém melhor do que ela pôde ser e talvez faça a diferença no mundo.

É piegas, mas é verdade que elas erram tentando acertar, afinal, para ser mãe não existe manual de instruções. Protegem a cria como se ela fosse a coisa mais preciosa e sagrada na face da terra. Mas de onde vem esse amor intenso? De onde vem a coragem, a força de vontade que as mães possuem? Ainda não existe uma explicação final para tais questões, mas todos nós sabemos e sentimos que o amor de mãe é o mais genuíno e desinteressado que existe. Aquelas que conseguem enfrentar o maior desafio da vida de uma mulher, com todas as incertezas e inseguranças que a maternidade possui, acabam tornando-se seres especiais.*Mãe, repórter e estudante de História da UERR

Ser mãe e ser filho – Vera Sábio*Desde o início da criação, em que Deus, com sentimentos maternos, fez o ser humano, as mães vêm gerando os filhos e fazendo o círculo da vida perpetuar.

Assim, ser mãe e ser filho é comum, é simplesmente a continuação da vida. Os filhos, que na fase da adolescência se consideram os “sabem tudo” e perdem a noção do quanto é importante valorizar as mães e de como este tempo passa rápido, se tornarão pais que também desejam ser respeitados e valorizados pelo quanto fizerem aos seus filhos.

O que mais magoa os pais é a ingratidão dos filhos; pois com ela vem a visão de que no futuro seus filhos serão pais abandonados e deixados em asilos, já que, o que se planta se colhe. Mas como colocar esta realidade de futuro na visão imediatista dos adolescentes?

Com limites e obrigações. Nenhuma lei é maior do que a lei do amor paterno. Os pais devem entender que a modernidade não pode retirar-lhes a autoridade. Que a amizade e a liberdade entre pais e filhos jamais sobressai ao respeito que precisa existir dos filhos aos seus pais.

Não importa se os filhos são mais inteligentes e têm grande conhecimento virtual. A realidade sempre é a mesma de anos atrás e os filhos não têm a experiência de vida, algo que a vivência dos pais lhes informa através das palavras, até que com o tempo a vida lhes mostre pelas ações.

É muito importante esta confiança construída em laços familiares, fortes e indissolúveis; pois com tanto atrativo errado neste mundo, só o respeito, a obediência, os ensinamentos e os limites colocados pelos pais aos filhos, nos trará um futuro melhor.

Mães sejam sábias, sensatas e doces; todavia fortes; amorosas e modeladoras. Compreendam que os remédios amargos podem ter um efeito muito benéfico. Não aceitem a realidade sem limites, onde pregam privacidade como se os filhos adolescentes tivessem consciência e maturidade para isto.

Verifiquem as mochilas, os computadores, os jogos, os celulares, os horários, as frequências das aulas e as companhias. É muito melhor ser chamado de careta e inconveniente do que imprudente e punir tardiamente.

Obrigada a toda mãe pelo seu ‘sim’ e por ter nos colocado neste mundo, principalmente por ter nos adotado, cuidado, protegido e amado. Afinal, seja mãe de origem ou de coração, a vossa missão é a mesma e saibam que foi Deus que as concedeu esta graça. Portanto, valorizem o vosso papel e conquistem o respeito e o amor que tanto merecem.

Que a Mãe de Jesus interceda ao seu filho para que ilumine nossa caminhada na certeza da missão cumprida, fazendo dos nossos filhos, antes de tudo, cidadãos de bem, honestos e preparados para a vida.*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e [email protected]

No seu campo de guerra – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Não vá bom Deus julgar Que a guerra que estou falandoÉ onde estão se encontrandoTanques fuzis e canhões.”(Lupicínio Rodrigues)O Lupicínio continua afirmando que a guerra está na grande luta em que a humanidade luta pior do que os leões. Vivemos numa divergência antirracional incomensurável. A luta é desmedida e faz parte do nosso desenvolvimento. E é por isso, que devemos lutar menos e viver mais. Não devemos continuar reféns do archote da divergência. Mesmo porque, a divergência só causa transtornos. E se é assim, por que divergir quando podemos apenas analisar a concordância?

Ainda não aprendemos a usar a nossa maior e mais potente arma, que é nosso pensamento; que é a arma pacífica que em vez de nos levar à guerra, nos livra dela. Os bons pensadores não lutam. Eles fazem o que devem fazer como deve ser feito, e vencem. Eles não disputam. Não têm inimigos, mas adversários. E os adversários nós os vencemos, sem armas. Mas, só entenderemos isso, se nós entendermos que nosso maior adversário somos nós mesmos.

A luta é menos renhida quando lutamos em nosso interior. Quando sabemos que é com os erros que aprendemos a acertar. Mas temos que aprender primeiro, que quando erramos não erramos, e sim aprendemos como não fazer a coisa do jeito que a fizemos. Simples pra dedéu. Aborrecer-se ou se martirizar com o erro cometido é uma tolice em forma de guerra interior e, consequentemente, espiritual.

Pare, respire e reflita sobre o que está martirizando você. É assim que você se olha no seu espelho interior. O que não estiver dando certo pra você é porque você deve corrigí-lo. E, logo, você vai descobrir que o erro está em você mesmo. Sorria pra você mesmo e procure subir mais um degrau na sua escada da evolução racional. E é só isso. É quando você vai descobrir o valor real que você tem para dirigir sua vida como ela deve ser dirigida. A busca da racionalidade é a mais viável das veredas da vida.

Viva o dia de hoje, porque são os resultados do que você faz hoje, que vão lhe garantir sua caminhada amanhã. Os tropeços de amanhã vão depender da sua caminhada de hoje. Não se esqueça de que seu futuro começa agora; ontem é passado, e passado passou. Esqueça os erros de ontem e viva o dia de hoje buscando acertos. É assim que caminhamos para a racionalidade. Faça do seu campo de guerra um palco de divertimentos. Atue como um ser humano a caminho do seu mundo racional. Porque, querendo ou não, você está numa caminhada de retorno a sua origem, onde não há unidade de tempo. Sua permanência aqui vai depender única e exclusivamente de você. E essa é sua luta. Pense nisso.*[email protected]