Opinião

Opiniao 13 10 2017 4961

SER PROFESSOR(A) – Joelma Fernandes de Oliveira*

Esta não é a primeira vez que escrevo sobre a profissão docente, pois afinal, é o que eu faço diariamente é a minha vida profissional que se apresenta nela, e nesta muitos sentimentos a atravessam, como vontade de aprender, de ver alunos seguirem suas vidas de forma exitosa, de ainda viver para desfrutar de uma escola pública de qualidade, bem como um real investimento nacional na educação de acordo com as reais necessidades.

Em julho deste ano completei 15 anos de atuação nesta área, já tive a satisfação de professora da educação infantil até a pós graduação Latu sensu, e garanto, em nenhuma delas, é simples, ou fácil exercer a docência e conduzir os discentes ao processo de aprendizagem, fazer intervenções necessárias, ensinar o que realmente precisa ser ensinado.

Atualmente tenho percebido uma discussão em torno da questão: “afinal, professor, é ou não EDUCADOR?” tenho algumas ideias sobre esta situação: primeiro é importante deixar claro que quem ensina nos ambientes formais é o professor, é um profissional que exerce uma profissionalidade, que tem conhecimentos específicos para isso, que tem formação para tal função, que se planeja e faz um trabalho de forma sistematizada, ensinar é uma atividade prolongada, pois, a própria formação deste profissional é longa e exige-se dele um processo contínuo de capacitação. E acredite o fazer pedagógico se antecede e muito a antes a aula em si realizada no cotidiano institucional. Neste sentido, é importante lembrar que quem pratica a docência é um PROFISSIONAL, não é um amigo da escola, e portanto é necessário lembrar que a docência não pode ser desempenhada por “qualquer um”, diferentes profissões exigem esse respeito como no caso dos de educação física que têm efetuado uma campanha rigorosa no sentido de evitar profissionais não qualificados exercendo suas funções em academias etc.

Assim, sigo a linha de compreensão em que somos mais que educadores, pois educador, os pais podem ser, o pastor, o padre, a polícia comunitária, presidente da associação de bairros, a babá, os assistentes de alunos e estes nem precisam de uma formação específica para tal. Não estou diminuindo a importância destes, apenas, sigo no objetivo de esclarecer o que nos diferencia enquanto profissionais qualificados, para outros que também exercem funções de extrema importância na formação do cidadão.

É preciso citar ainda que isso não signifique que enquanto professor, também não exerça a tarefa diária de educar, pois, no exercício do nosso trabalho cotidiano, além dos conhecimentos científicos específicos, que ministramos de acordo com os diferentes componentes curriculares de cada área, nós também ensinamos valores, ética, que são conhecimentos que vão contribuir para efetivar nosso trabalho de ensino no exercício da docência.

Além disso, sinto-me muito feliz em alguma medida compartilhar aprendizados com pessoas, em especial alunos, a docência nos proporciona experiências de amor, de dor, de alegrias e de muito amadurecimento pessoal e profissional, neste sentido o que enxergo é ainda uma vontade extensa de continuar nesta profissão por longas datas e que o investimento nesta área e no professor, seja uma meta efetivada com veracidade.

*Professora do instituto Federal de Roraima – Campus Amajari

A necessidade do diálogo civilizado – Oscar D’Ambrosio*

Vivemos um mundo muito interessante. De um lado, via facebook e instagram, existe a possibilidade de falar de praticamente tudo e de toda maneira possível. Do outro, existem setores conservadores cada vez mais ativos nos mais diversos segmentos. O diálogo entre essas instâncias parece cada vez mais difícil numa sociedade polarizada.

A recente performance de um artista nu no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo, SP, em que uma criança de aproximadamente quatro anos toca no pé dele gerou uma polêmica tão grande quanto o fechamento de exposição em Porto Alegre, RS, devido ao clamor de setores da sociedade.

Desta vez, temos muitos protagonistas. O artista Wagner Schwartz, o Museu, a curadoria, a mãe e a criança. Pelos relatos, embora a houvesse aviso sobre a nudez, não havia informação de faixa etária ou normas sobre a filmagem da performance. A exposição pública da criança poderia ter sido evitada sem a viralização da cena pelas redes sociais.

Afinal, hoje tudo o que fazemos se torna mundialmente visível em segundos. E as leituras são imponderáveis, principalmente porque não estamos num país em que se lide com a nudez com naturalidade. O positivo de mais este episódio polêmico é ver a sociedade mobilizada discutindo, desde que isso ocorra com civilidade.

*Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e mestre em Artes Visuais pela Unesp, onde atua na Assessoria de Comunicação e Imprensa.

Quem para não alcança – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaio. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.” (Charles Chaplin)

Adoro esse pensamento do Chaplin. Por isso o repito sempre. É um ensinamento de como devemos viver nossas vidas. Com alegria, entusiasmo e muito otimismo. Por que se aborrecer com os trancos? É com os erros que aprendemos a acertar. O importante é que você saiba observar os erros. Eles vêm como uma lição de como não devemos fazer o que fizemos. E como ainda não aprendemos a aprender, continuamos vendo e aceitando os erros como erros. Viva cada momento do seu dia, como ele deve ser vivido. E a escolha é sua. E sua felicidade está na sua capacidade de se conhecer e se valorizar no que você realmente é.

Já sabemos de sobejo, que ninguém deve fazer por nós no que nós mesmos deveríamos fazer. Se isso acontecer ficaremos devendo. O que é uma tolice. Porque é uma dívida que você nunca quitará. Então procure viver sua vida. Seja feliz, independentemente dos maus acontecimentos. Eles não são mais do que ensinamentos para os que têm inteligência. E você tem, tenho certeza. Todos nós temos. O que acontece é que nem sempre somos capazes de ver as coisas simples à nossa volta. E são as coisas e momentos simples que nos trazem felicidade.

Mantenha sempre sua mente nas alturas. Não perca seu tempo olhando para o bico dos sapatos. Nunca permita que alguém faça você se sentir um trapo humano. Ninguém tem o poder de aborrecer você, a não ser você mesmo. Porque quando nos aborrecemos estamos demonstrando fragilidade. “Ninguém, além de você mesmo, tem o poder de fazer você se sentir feliz ou infeliz, se você não estiver a fim.” Quando se sentir enganado, ou enganada, por alguém pergunte-se se foi ele que enganou você ou se foi você que se enganou com ele. Garanto que você vai sorrir com a conclusão. Porque se você se enganou, o tolo, ou a tola, foi você. Então corrija seus sentimentos e seja mais feliz.

Somos seres humanos. Ainda. E enquanto formos, seremos passageiros do tempo. Continuaremos no eterno ir e vir. E é em cada passagem que devemos evoluir para deixar de ser apenas seres humanos. Então vamos fazer o melhor nesta passagem. Vamos viver intensamente antes que a cortina se feche. São os aplausos que vão valer para nossa volta. Então procuremos ser aplaudidos no palco da vida que vivemos. Caminhe sempre em direção ao horizonte, mesmo sabendo que nunca o alcançará. É lá que está o pote da felicidade à sua espera. E todas as veredas estão abertas pra você. Pense nisso.

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