Opinião

Opiniao 18 05 2017 4045

 

A Cobiça – Flamarion Portela*A cobiça é um querer sem medidas, um desejo exagerado, uma avidez doentia, uma ganância sem limites. Uma pessoa gananciosa é aquela que quer só para si, a qualquer custo, esquece de ser solidária e termina ficando solitária. Esquece a atitude ética como percepção de que ser humano é ser junto um do outro, num espírito de cooperação.

A cobiça é o desejo de possuir o alheio e parece estar presente de forma cada vez mais forte na vida de muitas pessoas, que movidos pela ganância insaciável, buscam ter o que pertence ao próximo.

Os políticos, hoje detentores de mandato, deviam nos representar e muito bem, defender os interesses da coletividade e se comportar com retidão, lisura e ética. Porém, o que vemos é o desrespeito à coisa pública, uma ganância infinita, enchendo seus bolsos, dos seus familiares e das suas “laranjas”. O público tem dono sim, somos todos nós. É meu, é seu, é nosso. Quem é dono do público é a sociedade, que paga seus impostos, que deveria retornar em forma de uma boa saúde, excelente educação, grande segurança e, infelizmente, nada. E, os políticos, na campanha, prometem tudo isso e muito mais, mas nunca se viu um prometer que irá roubar desviar recursos públicos, que iriam surrupiar o que pertence ao trabalhador, o seu suor e a esperança de um futuro digno para seu filho.

Pagamos impostos quando compramos um quilo de sal, uma lata de óleo, um fardo de arroz, etc. E o dinheiro vai todinho para o Governo que, também, deveria nos representar. Entretanto, o que vemos é um conluio entre governo, representantes no Congresso Nacional e as grandes construtoras, com a finalidade de roubar o que é nosso, do povo, de toda a sociedade brasileira. Pessoas que deveriam estar representando a sociedade e trabalhando em prol dela, se locupletam com vantagens indevidas, dilapidação do bem público e enriquecem de forma ilícita, pelo simples fato de quererem ter mais e mais riqueza.

A Polícia Federal e o Ministério Público nos mostram todos os dias, o volume de dinheiro desviado dos cofres públicos. Retrato fiel do quanto a cobiça desenfreada está afetando o ser humano. Só a Construtora Odebrecht pagou algo em torno de 10 bilhões de reais em propina a esses ladrões ordinários. Os canalhas vendem leis, medidas provisórias e até decretos legislativos, tudo com o objetivo de ficarem mais ricos e ostentarem uma vida sobejamente superior aos seus salários.

A sociedade não suporta mais esse descalabro, essa vergonha nacional, e esboçará uma reação já em 2018, quando haverá eleições para Presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. O voto é a maior arma do cidadão, então, vamos utilizá-lo bem, analisando o perfil, a postura ética de cada candidato. Cabe a cada pai, mãe, irmãos e avós discutirem em família como votar. É um ato de cidadania e de dignidade humana, porque, a partir do voto, traçamos o nosso destino e de toda a sociedade que fazemos parte.

Tudo em nome do “ter” e não do “ser”.Tudo em nome da “ganância”.*Ex-governador de Roraima

Chuvas e maquiagens – Vera Sábio*A verdade é como o sol, não tem como se esconder dele… Brilha para todos e revela o que estiver nas sombras.

No entanto a chuva lava e limpa, retira a maquiagem e empurra nas correntezas da lama todo o lixo e desordem, parando por vezes na curva do rio.

Precisamos ser lavados, limpos de tanta sujeira que escoa pelo ralo da corrupção. Não dá mais para suportar a maquiagem em que propagandas lindas mostram uma cidade bonita e quando qualquer chuva cai, pronto fica tudo alagado e nem começou inverno ainda.

Precisamos ser secados pelo sol; porém imagine quando algo imundo seca, como fica manchado e encardido se tornando cada vez mais difícil de ser limpo.

Vivemos um presente encardido, onde em períodos eleitorais muitas maquiagens foram feitas; mas que agora tanto a chuva como o sol revelam uma realidade totalmente diferente do que a mídia apresenta.

Mesmo que você não veja esta verdade, mesmo que você não escute o grito da corrupção; não tem como não sentir o cheiro, já que dificilmente não exista perto da sua casa ou no percurso em que passa todos os dias, aquele fedor desagradável do esgoto mal feito, da lama produzida e mesmo de igarapés que se tornaram locais imundos que criam mosquitos, doenças e espalham o cheiro mau pelo ar.

Todos fazem parte desta situação desagradável, todos nós ajudamos a aumentar a corrupção e somos responsáveis pelos políticos que aí estão. Observem o quanto ganha um político e o quanto ganha cada um que votou nele?

Tenha coragem de retirar a maquiagem de vítimas e assuma o papel de reconstrutores desta história. Acredite no seu poder e deixe o sol da justiça brilhar. Todavia aproveite as chuvas para limpar intimamente seu caráter, fazendo com que o sol te seque sem tantas marcas sujas da grande corrupção que existe.* Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e [email protected]

Errei, sim – Afonso Rodrigues de Oliveira*“A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte”. (Gandhi)Puxa vida, hoje eu tinha um assunto super divertido. Mas a dona Salete me chamou à atenção para meu desligamento. E tudo se referia à matéria sobre o Augusto Severo. E aí não tive como fugir à obrigação de me redimir. Alclézia… Obrigado pela sua mensagem. Mas você não me conhece e não sabe que sou um cara super moderno e por isso há dias em que nem ligo meu celular. E por isso, só ontem a dona Salete leu sua mensagem e me deu um tremendo puxão de orelha. Doeu pra dedéu. Mesmo porque, só aí li o jornal e descobri o verdadeiro erro. Obrigado por me advertir, mas não há nada de errado por aí. O título aí é parte da letra do hino que cantávamos, em homenagem ao Augusto Severo: “Foi a doze de maio, lá na França, sob o puro e sereno e azul do céu”. Foi o dia em que o Balão do Augusto Severo explodiu e ele morreu aos 32 anos de idade. Valeu Alclézia.

Agora vamos ao verdadeiramente erro. O Balão do Augusto Severo era o dirigível PAX e não PAZ. Foi uma tradução involuntária. Foi um cochilo da idade. Desculpem-me. Mas está corrigido. Alclézia… Por favor, não me interprete mal. E me desculpe por não lhe ter respondido, mas não estou brincando: às vezes fico o dia todo sem ligar o celular. Você nem imagina o bem que me fez em voltar a este assunto que me remete à minha adolescência; quando eu cantava aquele hino e desfilava pela calçada do teatro Carlos Gomes, em Natal, homenageando um dos grandes nomes da nossa cultura. Porque, mesmo com a idade que ele tinha, já era considerado um grande jornalista, político e engenheiro aeronauta. E é legal pra dedéu, a gente relembrar momentos que fizeram de nossas vidas uma obra de arte.

O tempo passa, leva a gente e nem percebemos que voltamos sem perceber que o tempo já não é o mesmo. Aí vamos tropeçando, caindo e nem sempre se levantando. E quando nos levantamos caminhamos mancando. Mas não poderia ser diferente. Se fosse, não seríamos o que somos. Ainda estaríamos andando de quatro e urrando como os chimpanzés. E se formos fazer da vida uma obra de arte, não nos esqueçamos do Miguel Ângelo: “Na arte as insignificâncias causam a perfeição, e a perfeição não é uma insignificância”.

Muitas vezes polimos nossa memória, recordando momentos felizes do passado. Na sua infância sempre há momentos que devem ser arquivados na sua memória, para o retorno em forma de saudade. E há um zilhão de definições sobra o que é saudade. Mas a verdade é que ela só aparece para quem foi feliz. O Laudo Natel já disse que “Saudade é a presença da ausência”. Pense nisso.*[email protected]