Opinião

Opiniao 19 01 2017 3540

No caminho certo – Michel Temer*O Brasil começa o ano com o pé direito. A inflação de 2016 caiu de cerca de 10% para 6,29%. O Banco Central, de forma independente, baixou a taxa de juros, e os bancos públicos e privados também reduziram suas taxas.

Isso é fruto de um trabalho feito com muita responsabilidade pelo governo. Começamos cortando na própria carne, com o teto de gastos públicos, medida de ajuste fiscal indispensável para organizar e controlar as contas do próprio governo.

E fomos além. Liberamos o saldo das contas inativas do FGTS; anunciamos a diminuição nas taxas do cartão de crédito. Aumentamos o valor do Bolsa Família; lançamos o Cartão Reforma para quem ganha menos de R$ 1,8 mil ter acesso, na Caixa Econômica Federal, a recursos de até R$ 5 mil, a fundo perdido, para reformar a casa. Anunciamos mudanças pontuais na legislação trabalhista, dando caráter permanente ao Programa Seguro-Emprego e dando às convenções coletivas força de lei no período de vigência acordado entre patrões e empregados, a ser aprovado pelo Congresso Nacional.

São reformas estruturantes, que estão dando novo dinamismo à economia do país. Como a reforma da Previdência, que enviamos ao Congresso Nacional, e que já está sendo discutida na Câmara dos Deputados, preservando o direito adquirido. Oua mudança no marco legal da exploração do pré-sal, que possibilitará a vinda de investimentos externos para o país, sem perdermos a soberania sobre o petróleo. E ainda a regularização fundiária nas cidades e entrega de títulos para assentados no campo.

A inflação e a taxa de juros, a Selic, têm relação direta com a vida de todos os brasileiros. Com inflação mais baixa, o rendimento do trabalhador fica protegido. Tem mais valor. Quando a taxa da Selic é reduzida, os bancos públicos e os bancos privados podem também diminuir os juros que cobram por suas operações financeiras. E isso já está acontecendo.

Isso significa que os juros dos financiamentos para compra da casa própria, de eletrodomésticos, de carros e de empréstimos começam a diminuir também.

As notícias deste início de ano indicam que o nosso governo está no caminho certo. Estamos criando o ambiente para criação de novos empregos, ao longo de 2017. A queda da inflação e a baixa redução da taxa Selic refletem isso.

A inflação atinge com força justamente os mais pobres, penalizando os que mais necessitam. E a boa notícia é que a inflação continuará em queda, com previsão de índices menores ainda neste ano. E o Banco Central sinaliza que as taxas de juros também continuarão em queda.

É importante ainda registrar que a política de recuperação das empresas estatais também já apresenta resultados positivos. Com isso, o valor das ações da Petrobrás, por exemplo, vai aumentando.

Ainda vamos enfrentar dificuldades. Afinal, não se resolve com passe de mágicaa que é talvez a maior crise econômica que o Brasil já enfrentou. Sair dessa crise é esforço que deve ser feito por todos. Essa é uma luta que não se vence sozinho. O governo, o Congresso Nacional, as forças produtivas, a sociedade brasileira têm o mesmo objetivo: fazer o país voltar a crescer, gerar empregos e bem estar para todos.

Vamos sair da crise. Estamos colocando o Brasil nos trilhos.

*Presidente da República————————————Pão ou samba, qual fornece maior atrativo? – Vera Sábio*Vivemos grandes crises pelo Brasil afora e os maiores culpados não são os políticos que lá estão, mas sim o povo que lá os colocou. Às vezes, penso em não falar mais no assunto, visto que o gosto pelos políticos é mais do que uma questão de lógica, uma noção do que é certo ou errado.

Porem, é sim um amor platônico, uma visão ilusória, cultural e simplesmente lunática; onde interesses pessoais e egoístas permitem com que o povo tenha uma doce admiração por aqueles políticos que maquiam a realidade superficial e não percebem a miséria existente atrás da aparência bonita.

Não adianta não querer ver, pois a situação se mostra nua e crua, quando crianças venezuelanas estão morrendo de fome, mas a prefeitura lhes negou um pão com café e uma internação se necessário for. No entanto, ela já anunciou que teremos carnaval e verbas destinadas as festas tradicionais. Qual o nome que se dá a isto?

Verificamos uma cidade bonita, cheia de flores pelas ruas e mesmo assim em muitos locais buracos e mais buracos e ainda esgotos que contamina o ar e os igarapés. Onde falta medicamentos em postos de saúde, melhor remuneração a professores e outros servidores municipais, falta de segurança publica e sempre encontramos adolescentes drogados sem recuperação efetiva, junto com tantos pedintes pelas ruas, onde  as flores parecem murchar.

Mas fechem os olhos e caiam na folia e que as cachaças vos ajudem a se divertirem e depois encontrarem os lares intocáveis quando retornarem para casa.

Afinal, a consequência de nossos atos é responsável pelo nosso futuro e disto não tem como correr.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e [email protected].(95) 991687731————————————

Falhas na memória  – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Minha maneira de pensar música vai continuar viva depois de mim”. (Naná Vasconcelos)Você conheceu o trabalho do Naná Vasconcelos? Se não, não se preocupe porque o Brasil praticamente não conheceu. Foi um dos maiores percussionistas brasileiros, mas conhecido no exterior, e não no Brasil.

Quando ele faleceu, no início do ano passado, o jornal Folha de São Paulo publicou uma matéria extraordinária sobre ele. E foi naquela matéria que o cronista Antônio Prata escreveu: “Se o Naná Vasconcelos fosse americano, o Brasil iria estar de luto”. Eu estava em São Paulo, naquele dia e li isso com tristeza. Procurei assistir ao máximo de noticiários naquele dia e, acreditem, não ouvi um só comentário sobre a morte do Naná.

Na verdade somos um país relapso com nossa história. E a história do Naná Vasconcelos no âmbito da música merecia, pelo menos, um pouco mais de atenção dos atuantes na área. Pelo menos. Mas não é só na música que o menosprezo é gritante, quando o artista não é espalhafatoso. Mas, coisas nossas.

Sabe por que estou falando do Naná? Nem eu sei. Passei grande parte da manhã trabalhando e pensando em falar sobre minha relação antiga com ela. E ela vai continuar sendo ela até o fim desse papo, pra você não descobrir quem é ela. Porque, prometo, amanhã irei falar sobre ela. É uma relação de arenga entre ela e eu, e não entre mim e ela. Fique atento. Lembrei-me dela quando ia pegar o jornal, pela manhã, caminhando pela Rua Logo D´almada. Por que nos esquecemos tão cedo de pessoas e coisas que são importantes na nossa vida? Que nos fazem viver alimentando lembranças, que nos faz feliz.

Sempre que nos encontramos olho-a com indiferença e ela me olha com desdém. Uma relação pelo menos esquisita. Mas deixa pra lá. Vamos viver nosso momento atual, sem preocupações vãs. Por que temos que nos preocupar com os desmandos e descontroles que estão nos preocupando? E não adiante fingir que não está nem aí para o rodo. O importante mesmo é ter maturidade para encarar a onda, sabendo nadar em águas turvas. E isso requer muito treinamento mental, intelectual e, sobretudo racional. E quando soubermos distinguir o que é treinamento intelectual, saberemos distinguir e definir o que é educação. Porque pelo que vemos, nem mesmo as autoridades de alto nível estão sabendo definir. E o negro Naná Vasconcelos tem a ver com isso? Tem. Por que ele não é reconhecido nem lembrado entre os brasileiros, até mesmo os atuantes na música? Faça uma reflexão madura sobre este papo misturado. O que e por que alguma coisa me roubou o papo que eu levaria sobre ela e eu? Pense nisso.

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