Opinião

Opiniao 21 07 2018 6615

De que maneira o divórcio afeta os filhos – Antonio de Souza Matos*

O divórcio traz, sem dúvida, sérias implicações para a saúde física, emocional e mental dos filhos. Segundo o médico Marcelo Reibscheid, psiquiatra do Hospital e Maternidade São Luiz, os problemas causados aos filhos variam de acordo com a faixa etária.

Se a separação ocorre durante a gravidez, a criança, afetada pelo estado de ânimo da mãe, nasce com pouco peso ou com atraso no desenvolvimento cognitivo e emotivo. Se ocorre quando a criança está com idade de 1 a 2 anos, ela se torna muito tímida, passa a comportar-se como se tivesse uma idade inferior e começa a exigir muito mais atenção, além de ter pesadelos noturnos. 

Quando a criança tem de 2 a 6 anos, como ainda não entende o que é uma separação, ao notar que um dos pais não dorme em casa, pensa que é por culpa delae reage de maneiras opostas: ou fica muito obediente (pensando que se for boa, o papai voltará) ou muito mais agressiva e rebelde, como era de se esperar. 

Nessa faixa etária, algumas negam a separação tanto a si mesmas quanto aos outros. Costumam mentir aos amigos dizendo que os pais ainda dormem juntos. As meninas, na maioria das vezes, preferem brincar de boneca simulando a própria família.

Além disso, as crianças sentem um grande temor de serem abandonadas, junto com uma profunda sensação de perda e tristeza. Podem sofrer transtornos do sono, de alimentação e adotar condutas regressivas. 

Na idade de 6 a 9 anos, aparecem sentimentos de rejeição, fantasias de reconciliação e problemas de atitude. É possível que as crianças experimentem raiva, tristeza e nostalgia pelo pai ou pela mãe que se foi. Nos casos em que os cônjuges tenham tido conflitos graves, alguns filhos podem viver uma luta entre seus afetos pelo pai e pela mãe.

Os filhos na faixa etária de 9 a 12 anos podem manifestar sentimentos de vergonha pelo comportamento dos pais, cólera ou raiva pelo que tomou a decisão de se separar. Além disso, aparecem as tentativas de reconciliar os pais, o descontrole dos hábitos adquiridos e problemas somáticos (dores de cabeça, de estômago, entre outros). 

Nos filhos de 13 a 18 anos, a separação dos pais causa problemas éticos e provoca, portanto, fortes conflitos entre a necessidade de amar o pai e o sentimento de desaprovação da conduta deste. Em geral, as reações mais comuns nessa fase são amadurecimento precoce (assumir a postura do progenitor ausente) e conduta antissocial (não aceitação de normas, desobediência, furtos, consumo de drogas, etc.).

Como se vê, a separação conjugal causa sérios problemas nos filhos. Portanto, na hora de decidir separar-se, a pessoa deve avaliar bem. Caso contrário, terá de arcar com o peso da culpa de ter provocado graves danos à saúde daqueles que deveria proteger.

(Informações extraídas do site www.bonde.com.br)

*Professor e revisor de textos. E-mail: [email protected]

Mulheres na Ciência: Tributo a Hildegard Von Bingen – Ronaldo Mota*

Neste mês, ocorrerá a 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Maceió, Alagoas. No dia 26/07, quinta-feira, das 15h30 às 18h, participo na Mesa-Redonda “Mulheres na Ciência”. Sendo o único palestrante do sexo masculino, escolhi, naturalmente, homenagear uma mulher cientista. Deparei-me com textos impressionantes descrevendo uma pensadora singular, precursora em vários aspectos e por certo uma pioneira na ciência. Portanto, este Tributo a Hildegard Von Bingen, considerada a monja beneditina que no século XII uniu o céu e a terra, é uma modesta forma de homenagear a todas as cientistas que romperam barreiras e preconceitos ao longo de todos os tempos.

Hildegard, nascida em 1098 na Alemanha, viveu até os 81 anos de idade. Em 1584, foi canonizada pelo papa Gregório XIII, em ato administrativo e sem processo formal, tendo o papa Bento XVI, em 2012, reafirmado oficialmente sua santidade, ao mesmo tempo em que a proclamou Doutora da Igreja.

Ela provinha de família nobre da região de Alzey, no sul da Alemanha. Desde criança a futura abadessa demonstrava habilidades visionárias. Seus pais a entregaram aos oito anos a um mosteiro de monges de Disivodemberg, o qual mantinha uma ala para mulheres dirigida por Juttavon Spannheim, que se tornaria sua segunda mãe e instrutora. Embora tenha começado a ter visões aos três, somente aos quarenta ela convenceu o papa a lhe permitir escrevê-las. Foi assim que começou a registrar tanto as visões, como livros de medicina, remédios naturais, cosmogonia e teologia.

Hildegard Von Bingen escreveu e foi ativa em muitas áreas e, em especial, suas considerações sobre o orgasmo feminino foram absolutamente peculiares e inéditas. Ela tratava do tema sexo sem receio, tendo sido pioneira na descrição do orgasmo do ponto de vista de uma mulher, descrevendo que o prazer era experimentado a dois e que a mulher também o sentia. Considerando tratar-se de uma monja no século XII, há que se considerar o impressionante nível de atrevimento para a época. O ato sexual, para ela, era visto como algo inocente, sublime e ardente. Quanto ao pecado original de Eva, o único culpado era Satanás, invejoso da capacidade da mulher de gerar vida.

Em particular sobre ciência, Hildberg, entre os anos de 1151-1158, escreveu uma grande obra de medicina, Liber subtilitatum diversarum naturarum creaturarum, um livro das sutilezas das várias naturezas da criação. Após sua morte, esta obra foi dividida em duas partes: I. Physica ou Liber simplicis medicanae, um tratado de medicina naturalista, em nove capítulos, e II. Causae etcurae ou Liber compositae medicanae, acerca da medicina composta. Nos textos as causas das enfermidades, seus remédios e o funcionamento interno do corpo humano e sua relação com o cosmos são abordados dentro de uma visão terapêutica de totalidade holística entre os quatro elementos formadores do universo: terra, água, ar e fogo.

Hildegard foi sempre fiel à sua visão integrada e holística dos fenômenos, na qual o natural e o sobrenatural, bem como o corpo e a alma, refletiam relações harmônicas entre o homem e a natureza. Ela conseguia conjugar esses elementos com a concepção de que boa parte das doenças seria consequência do pecado original, da separação entre o criador e a criatura. Neste sentido, a doença deixa de ser um assunto exclusivamente de ordem física, abrangendo também o espiritual, conectando os males que atingiam a alma e aqueles que afligem o corpo humano.

Em suma, nada mais atual, interessante e ilustrativo do que os pensamentos de Hildegard Von Bingen. Por ocasião do evento na SBPC, tratarei de outros temas complementares associados a esta precursora da ciência moderna, em especial de sua incrível produção enquanto compositora, cujas contribuições à música são igualmente surpreendentes. 

O que fazer quando se tem vontade de fazer nada? – Flávio Melo Ribeiro*

Quem já não se sentiu para baixo, com dor no corpo e com um grande mal-estar? A vontade de produzir vai à estaca zero e as ideias somem da cabeça, o único objetivo é voltar a dormir. Enquanto isso as horas passam devagar e o ciclo da vida se mantém aberto esperando o tempo escorrer, aguardando o corpo se
restabelecer. Essa espera é uma oportunidade para uma avaliação, pois é importante verificar se estava correndo demais com os compromissos, ou mesmo se estressando e ficando ansioso por resultados que necessitam de tempo para aparecerem. Em contrapartida, os pequenos contextos para apreciar o lado bom da vida são ignorados, sem se dar conta de que as grandes lembranças surgem a partir de pequenos momentos.

Às vezes é necessário um mal-estar para mostrar que o ritmo que se está vivendo não está saudável. O corpo perde a saúde quando a vida está desequilibrada. É comum que diante do fim da vida, a pessoa perceba que poderia ter vivido melhor e ter dado mais atenção às pequenas coisas que a vida lhe apresentava todos os dias. 

A vida de uma pessoa pode ser comparada a dois cronômetros acionados no instante do seu nascimento: um marca o tempo progressivamente, possibilitando contar sua idade em anos de vida, e o outro está em contagem regressiva a partir das informações gravadas nos genes, indicando a condição e o tempo máximo do organismo. Quando esse chegar no seu final, o ciclo da vida se encerra, independente da vontade ou dos projetos que estão em curso. O tempo regressivo pode ser abreviado dependendo do modo de vida.

Desta forma é possível tomar dois pontos de vista sobre a vida: esperar a morte chegar achando que não vale a pena lutar ou focar na construção dos projetos que deseja edificar e não perder tempo com lamentações. Dias ruins são normais. Dias em que a única coisa que queremos fazer é nada. Dias em que tudo parece em vão. Não se preocupe, esses dias são passageiros. Dê um tempo para si e reavalie como você está organizando a sua vida. Preste atenção no que quer para o seu futuro e analise os erros do passado a fim de não repeti-los. E não se esqueça: busque um contexto de vida que te faça feliz. 

*Psicólogo; CRP12/00449 E-mail: [email protected], Contato: (48) 9921-8811 (48) 3223-4386

Seja positivo – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Transforme seus momentos difíceis em oportunidade. Seja criativo, ou criativa, buscando alternativas, e apresentando soluções em vez de problemas; veja o lado positivo das coisas e assim você tornará seu otimismo uma realidade”. (Aristóteles Onassis)

Quando aprendemos a aprender com as dificuldades as coisas se tornam mais fáceis. O problema está em baixarmos a cabeça quando o problema chega. E é aí que nos mostramos inferiores. Já sabemos que a única certeza que o ser humano tem da vida, é a morte. E se é assim, porque temer os riscos de morrer? Não vamos com isso nos tornar precipitados diante do perigo. Afinal de contas temos que viver a vida para que possamos vencer. O ideal é que aprendamos a ver a vida como ela realmente é para cada um de nós. Somos todos iguais nas diferenças. Mas somos iguais. 

Não perca seu tempo tentando driblar os problemas. O que você deve fazer é resolvê-los, e não driblá-los. Os mais expertos, que são expertos porque aprenderam com os erros, sabem sobejamente disso. O Thomas Edson nos deu essa lição quando disse, quando não acertava na experiência com a lâmpada elétrica: “Eu não estou errando. Estou aprendendo como não fazer na próxima vez”. Não se aborreça com seus problemas, vença-os solucionando-os. Por maior que e eles sejam não serão maiores do que você. Na verdade, eles são apenas um insulto à sua inteligência.

Somos todos de uma mesma origem. Viemos do mesmo mundo racional. Chegamos aqui porque viemos por livre arbítrio. Sempre tivemos o poder de governar nossas vidas e resolver os problemas que fazem parte dela. Mas tudo vai depender da evolução racional de cada um de nós. O que indica que o reino de Deus está dentro de cada um de nós. De onde viemos e para onde voltaremos, não há unidade de tempo. Nosso regresso depende do nosso conhecimento de nós mesmos. O tempo que passarmos por aqui é problema de cada um. E tudo está na sua evolução mental e racional. E não vamos evoluir enquanto ficarmos esperando que os outros nos digam o que devemos e como devemos fazer o que é responsabilidade nossa.

Veja as coisas sempre pelo lado positivo delas. Todos os males têm o seu lado bom. E nunca conseguiremos ver o lado bom, enquanto ficarmos mirando o lado mau. O que é comum no ser humano. Como seres humanos, somos inclinados ao negativismo. O que nos mantém no nível mais baixo da evolução racional. Vamos nos cuidar para que possamos evoluir dentro da racionalidade. E, embora lhe pareça estranho, comece pela política. Ela é fundamental para o nosso desenvolvimento social. E sua responsabilidade é muito grande. Pense nisso. 

*Articulista [email protected] 99121-1460