Opinião

Opiniao 25 05 2017 4087

Obediência às leis – Flamarion Portela *

Dura lex, sed lex. A lei é dura, mas é a lei. A expressão latina, traduzida para o português, nos mostra a necessidade de obediência às leis em todos os casos, mesmo nos mais rigorosos.

As leis são o conjunto de regras e normas que regem um povo, de modo a garantir ou mostrar os direitos das partes, e, assim, atingir a igualdade e a liberdade entre os cidadãos.

“Para os pobres, é dura lex, sed lex. A lei é dura, mas é a lei. Para os ricos, é dura lex, sed latex. A lei é dura, mas estica”. A frase do escritor e jornalista Fernando Sabino parece refletir bem o que se vê com frequência no Brasil.

Enquanto os “ladrões de galinha” são enjaulados e colocados à mingua em penitenciárias sem a mínima estrutura, verdadeiras “escolas do crime”, os grande dilapidadores do patrimônio público, os famosos “ladrões do colarinho branco”, quando são punidos, recebem todas as regalias de um presídio equipado com todo conforto, isso quando não são colocados em prisão domiciliar.

Os recentes acontecimentos no cenário político brasileiro, com altíssimos índices de corrupção, colocando o país nos primeiros lugares do ranking mundial, nos dão a medida do que esses crápulas que se locupletam do dinheiro público pensam a respeito das leis brasileiras. É notório que a maioria dos envolvidos nos escândalos de corrupção no Brasil acredita que sairão impunes casos sejam pegos com “a boca na botija”.

Essa sensação de impunidade para os ricos, sobretudo da classe política, tem gerado uma insatisfação muito grande na sociedade que, cada vez mais madura e conhecedora dos seus direitos, tem clamado por uma justiça mais célere e, como o próprio nome já diz, mais justa e igualitária para todos.

Mas, o que se vê, ainda, é uma verdadeira desobediência às leis por parte de políticos inescrupulosos, que na ânsia de enriquecer mais e mais, passam por cima de valores morais e éticos e transgridem a própria Constituição, com a certeza de que não serão punidos por seus delitos.

Mesmo depois de inúmeras operações da Polícia Federal e do Ministério Público, que levaram alguns poucos bandidos para a prisão por crimes de corrupção, não vimos um decréscimo desses atos, que parece estar arraigado na cultura dos políticos brasileiros. A cada dia, vemos nos noticiários um novo escândalo de corrupção envolvendo políticos e empresários.

Até quando vamos ver essa desobediência às leis acontecendo, sem que nossa Justiça impute aos criminosos os rigores da lei? Até quando assistiremos a transgressão do Artigo 5º da Constituição Federal, que estabelece que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza…”?

Até quando as leis serão inúteis para os corruptos?

 *Ex-governador de Roraima

‘Ingenuidade’ de um tucano – Ranior Almeida Viana*Você deve se lembrar do Aeroporto de Cláudio de R$ 14 milhões, nepotismo em Minas, mensalão tucano, do famoso helicóptero e outros escândalos envolvendo o político e neto de Tancredo Neves e que também ocupou espaço em uma coluna em um dos maiores jornais do país durante exatos seis anos (ainda bem que a do dia15/05 foi a última). Os leitores da Folha de SP se livraram de seus choros e delírios.

Também é irmão da Andrea (a mesma que bem antes publicou um vídeo chorando e alegando inocência bem antes de ser detida) e primo do Frederico, esses que foram detidos semana passada em operação da Polícia Federal.

É dele mesmo que falo, do senador afastado Aécio Neves, quando presidenciável em 2014 teve a expressiva votação de pouco mais de 51 milhões de votos no segundo turno. E foi afastado de suas funções de senador, agora suspeito de pedir propina de R$ 2 milhões aos irmãos da JBS. Segundo ele era apenas um empréstimo pessoal para custear suas despesas na Lava Jato. Como já reportado não foram pra conta dos advogados de Aécio, e sim para as empresas do senador Zeze Perrella do PMDB/MG.

Recordo que no segundo turno das eleições de 2014 um amigo me dizia: “Nunca vou perdoar Aécio por me fazer votar na Dilma”. Fazia muito sentido isso, pois disse que não anularia ou votaria em branco. A propósito, aquelas suspeitas apontadas no início do texto são anteriores ao ano de 2014. Nessa ação controlada percebemos o quanto é boca suja. Na gravação saiu tanto palavrão que deve ter dado muito para as redações editar as matérias a respeito do assunto.

Em seu texto “O crime da calúnia”, publicado no jornal Folha de SP (22/05/17), ele diz: “Lamento sinceramente minha ingenuidade, a que ponto chegou ter de lamentar a boa-fé!” O texto fica parecendo mantras de lamentações, em vez do mesmo aproveitar o espaço para explicar seus atos falhos. Mas assim como o presidente da República, ele também se diz ingênuo na conversa com o Rei da Proteína Animal. Só pode ser patológico o excesso de vontade de estar em todos esses esquemas que o senador afastado é suspeito.

Portanto, essa limpeza necessária na República e as últimas revelações são importantes para que as pessoas que deixaram de se falar pelo clima de Grenal (rivalidade) instalado desde as eleições de 2014, passando pelo impeachment de 2016 e até o presente momento, se reaproximem e deixem essas intrigas fúteis de lado. Pois, segundo uma frase de autor desconhecido: “Nem coxinhas nem mortadelas! Neste caso, somos todos pamonhas!”

*Licenciado em Sociologia – UERR e bacharelando em Ciências Sociais – UFRR

Produzindo resultados – Afonso Rodrigues de Oliveira*“As invenções são, sobretudo, o resultado de um trabalho teimoso”. (Santos Dumont)Os grandes inventores, da humanidade, sabiam e conheciam o poder da persistência. Thomas Edson foi um exemplo. Sua história conta que, quando criticado por um amigo, por já ter feito milhares de experiência com a lâmpada, sem conseguir acendê-la, ele respondeu: “Eu não errei, aprendi como não fazer da próxima vez”. Porque é assim que aprendemos, errando e aprendendo com os erros. Simples pra dedéu.

“Errar é humano, mas insistir no erro é estupidez”. Não sei de onde vem esse ditado, mas sei que ele era muito usado pelo meu pai, lá pelos idos dos anos quarentas. Aliás, também não sei se você costumava, ou costuma prestar atenção ao que dizem seus pais. E se eles forem de origem bem simples e cultura bem básica, melhor. No auge dos Pontos de Cultura, aprendemos muito, em como é importante a cultura no cidadão interiorano. Não imaginamos o quanto aprendemos com as pessoas de origem dos interiores brasileiros.

Meus pais eram de origem simples no interior potiguar. Mas me orgulho sempre que falo para meus netos, coisas que minha mãe nos dizia quando éramos crianças. Por exemplo: sempre que estávamos reunidos em grupo, e discutindo muito, ela nos advertia:

– Quem muito fala, muito erra.

Éramos crianças e não dávamos atenção à sabedoria na fala de uma mulher, mãe simples. Meu pai era um verdadeiro criador de “ditos”. Aliás, o escritor e historiador, potiguar, Manuel Rodrigues de Melo, fala no seu livro “Várzea do Açu”, sobre essa qualidade no meu pai. É bom que você preste mais atenção às falas dos seus pais, mesmo sabendo que eles estão vivendo o mundo que é seu. Mas é na luta teimosa da vida, que vivemos o mundo novo, com as experiências trazidas do velho mundo. Procure aprender com os erros cometidos involuntariamente, pelos seus antecessores. E não se esqueça de que seus pais fazem parte desse grupo. E se você já é pai, ou mãe, moderem nas repreensões, baseadas nas suas experiências trazidas de um mundo que já é passado. Use dele apenas o que for válido nas mudanças.

Nunca desista dos seus projetos, sejam quais forem os obstáculos enfrentados no seu dia a dia. Os sambistas antigos diziam que o mundo é um pandeiro sem fundo. Porque o responsável pela batucada não é o pandeiro, mas quem o toca. Realize sempre, não desistindo, nunca. Seja qual for seu sonho, ele é seu. É você quem tem que realizá-lo. Não espere que alguém faça por você o que você mesmo deve fazer. E quando o fizer, faça-o como ele deve ser feito. Porque só assim realizamos nossos sonhos. Pense nisso.

*[email protected]

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