Parabólica

Parabolica 01 05 2018 6113

BOM DIA!

O desenvolvimento de um país, uma região, ou mesmo um estado é um processo complexo que abrange um número muito grande de variáveis que vão desde as de natureza econômica, social, cultural e até moral. Qualquer uma dessas variáveis, isoladamente, pode dificultar a promoção do crescimento da riqueza de uma determinada sociedade. Uma dessas variáveis, de difícil percepção está ligada à questão moral e ética, especialmente quando a elite pensante e mandante de uma sociedade está contaminada até a raiz com a bandidagem, a roubalheira, o tráfico de drogas e corrupção endêmica do aparelho estatal.

Um leve apanhado dos escândalos, que vão do tráfico de droga à roubalheira do dinheiro público que são revelados em Roraima, e que rapidamente a sujeira é jogada debaixo do tapete, com a cumplicidade dos órgãos de fiscalização, é, sem lugar à dúvida, um dos entraves mais fortes que amarram Roraima na economia do contracheque chapa branca. A Parabólica não vai revelar esses escândalos, eles são tantos que não caberiam no espaço da Coluna, mas com certeza a maioria dos leitores é capaz de listá-los com um pequeno esforço de memória. Tudo cai no esquecimento, e os malfeitores continuam praticando os mesmos ilícitos. E uma elite tomada pela bandidagem afugenta os negócios lícitos que promovem o desenvolvimento.              

 

Na Inglaterra, uma das ministras mais fortes do governo da primeira-ministra Theresa May, a do interior, que trata das questões migratórias, pediu demissão. O motivo? Em depoimento no Parlamento daquele país, a então ministra deu informações erradas aos parlamentares sobre uma decisão que tramitava no governo e que resultaria na expulsão de muitos imigrantes de lá. Pois bem, aqui, vários ministros são acusados de corrupção com sobejas provas e continuam livres, leves e soltos ainda manipulando dinheiro público. Só para lembrar Renato Russo: Que país é este?

 

ROMBO

Não é sem razão que as contas públicas do Governo Federal apresentaram em março deste ano o pior resultado da história: o déficit – despesas realizadas maiores que as receitas arrecadadas- no mês foi de R$ 25,1 bilhões. Uma montanha de dinheiro que ninguém sabe para onde vai, embora exista a suspeita que está irrigando os cofres de parlamentares aliados através da liberação de emendas, com parte dos recursos sendo sugada para financiar suas eleições. Assim, prefeitos e governadores amigos devem estar com os cofres reforçados para a realização de obras eleitoreiras.

 

É MAIOR

E esse desastroso resultado das contas públicas em março é ainda muito maior. Por uma questão de estratégia o governo não contabiliza mensalmente o pagamento dos juros da dívida pública. Essa conta anual é de cerca de R$ 300 bilhões, o que dá uma média mensal de R$ 25 bilhões, o que elevaria o rombo das contas do governo Michel Temer (PMDB), em março para algo em torno de R$ 50 bilhões. Montanha de recursos que vai elevar ainda mais a dívida pública do Governo Federal para a bagatela de R$ 4 trilhões. E o leitor sabe quem vai pagar essa grana toda: os contribuintes e o povo, pois para pagar os juros, os recursos sairão da saúde, educação, segurança e programas sociais.

 

CUSTO

E ontem, como já virou rotina, tivemos mais uma decretação de Ponto Facultativo no governo estadual. Tudo isso para esvaziar a cidade em mais um feriadão, menos para os empresários e trabalhadores da iniciativa privada, obrigados a trabalhar para pagar impostos que financiam o descanso dos servidores públicos. Se levarmos em conta que a folha de pagamento do governo estadual é de R$ 1,6 bilhão e dividirmos esse valor pelos 365 dias do ano, teríamos um média de R$ 4,44 milhões. Ou seja, cada Ponto Facultativo decretado pelo governo estadual custa ao contribuinte mais de quatro milhões de reais. Sem contar que milhares de pessoas vão gastar fora do Estado, o que ainda resta de poder aquisitivo. Até quando?

 

INDIFERENÇA 1

E o governo Temer está aproveitando a eventual venda da Boa Vista Energia para dar mais um golpe contra o Governo do Estado. É que um decreto assinado pelo presidente transfere a responsabilidade pelo pagamento do ativo da Companhia Energética de Roraima (CERR), avaliado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em R$ 295 milhões, para a empresa que comprar a Boa Vista Energia. É claro, antes de pagar, a empresa vencedora vai esticar a corda – por exemplo, rediscutir a avaliação-, o que pode alongar o prazo de pagamento por quanto tempo não sabemos. Enquanto isso, o governo vai continuar sem poder pagar os salários e as indenizações dos trabalhadores da CERR.

 

INDIFERENÇA 2

O Governo do Estado vai recorrer à Justiça para tentar anular o decreto assinado por Temer, que regula o pagamento de bens que não pertencem ao Governo Federal, depois que se esgotou a tentativa de convencimento do Palácio do Planalto. O que mais surpreende nessa questão é a indiferença da bancada de parlamentares federais que não se aliam ao governo estadual para exigir mais respeito do Governo Federal que aproveita todas as oportunidades que aparecem para tentar criar obstáculos para a atual administração do Estado. Isso sequer é discutido como possibilidade de uma ação conjunta. Ao contrário, alguns desses representantes tentam se aproveitar eleitoralmente dessa perseguição.