Parabólica

Parabolica 08 05 2017 4003

Bom dia,

Pelo andar da carruagem não vai ser fácil ao governo Michel Temer (PMDB) aprovar no Congresso Nacional a Reforma da Previdência. Mesmo que os cofres do combalido Tesouro Nacional estejam sendo sangrados com a liberação de emendas ao orçamento da União para os chamados deputados da base, e que o Diário Oficial da União tenha publicado a demissão de apaninguados indicados para cargos federais que votaram contra a Reforma Trabalhista, ainda assim, o governo não pode dar como certa a aprovação na Reforma da Previdência.

Neste cenário de incerteza, o presidente Michel Temer chamou a bancada de deputados federais de Roraima ao Palácio do Planalto para dizer-lhe que seu empenho pela construção do Linhão de Tucurui é sincero, e que o reinício da obra é uma questão de tempo. Pelo menos um dos deputados roraimenses que esteve com Temer, está convencido de que a queda do ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Antônio Fernandes Toninho Costa, exonerado na ultima sexta-feira (05), teria sido conseqüência da resistência dele em apressar o entendimento com os índios Wamiri-Atroari que têm o condão de autorizar a passagem do Linhão pela terra que lhes pertence.

É evidente o esforço do Palácio do Planalto para convencer a bancada de deputados federais roraimenses tem muito a ver com a necessidade de votos para aprovar na Câmara Federal a Reforma da Previdência, afinal, apertado como está o possível placar, se a bancada decidir votar contra, complica ainda mais a chance de aprovação da matéria. Temer sabe disso, e sabe que se convencer esses parlamentares que o Linhão de Tucurui vai virar realidade, a possibilidade de contar com os oito votos roraimenses reduzem um pouco suas preocupações. E parece que ele tem conseguido muito do seu intento. E isto faz lembrar a Velhinha de Taubaté, um personagem criado pelo genial Henfil, ainda nos tempos da ditadura.CANCELADANo mesmo momento em que o presidente Temer chama a bancada de deputados federais roraimenses para anunciar sua decisão de retomar a construção do Linhão de Tucurui, as lideranças Wamiri-Atroari fazem divulgar a decisão daquela etnia indígena de cancelar o encontro que teriam, hoje (08/05), com os dirigentes da FUNAI para discutir os termos e exigências que seriam feitas para que eles permitam a passagem do Linhão por suas terras. Diferentemente do que se andou dizendo sobre adiamento, na verdade, voltamos a repetir, o encontro foi cancelado. Não há data prevista para o tal encontro. E seria bom que aqueles que acreditam que tudo é uma questão do preço para comprar a boa vontade dos índios, existem muito mais coisas por trás de tudo isso.MOTIVOAliás, sobre o motivo que levou o Palácio do Planalto a demitir Antônio Fernandes Toninho Costa, do comando da FUNAI, alguns parlamentares federais do estado creditam a vontade do presidente Temer de agilizar o processo de consulta aos índios Wamiri-Atroari sobre o Linhão de Tucuruí. A Parabólica tem uma história de bastidores muito esclarecedora sobre o assunto: na semana retrasada, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, recebeu em audiência dois deputados do Parlamento Europeu, acompanhados de um representante das Nações Unidas (ONU). Eles deixaram com o ministro brasileiro um questionário com cerca de 90 perguntas e questionamentos sobre a política de proteção aos índios. Entre tais questionamentos, os representantes estrangeiros criticavam a incapacidade da FUNAI em evitar mortes de indígenas como aquelas que ocorreram no Maranhão.NO FERROÉ interessante observar a política de “uma no ferro, outra na ferradura”, adotada pelo atual governo com relação à política indígena. Ao tempo que sinaliza com um endurecimento na relação com as organizações não governamentais que aparelharam a burocracia federal, o governo não passa do discurso. Mas, acaba de nomear, pelo menos interinamente, um general de Exército para presidir a FUNAI. Trata-se do general da reserva Franklimberg Ribeiro de Freitas, que comandou o 1º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS) em Boa Vista e depois foi comandante militar da Amazônia, desde Manaus. Ele conhece como ninguém a problemática indígena na Amazônia.SONHOOntem, domingo, no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, o deputado estadual Mecias de Jesus declarou-se pré-candidato ao Senado Federal nas eleições de 2018. Ele disse que disputar o Senado Federal é um sonho que vem sendo acalentado desde a eleição de 2014, que foi adiado por causa de uma articulação montada pelo ex-deputado federal Luciano Castro (PR), com a participação do ex-governador José Anchieta Júnior (PSDB) e do senador Romero Jucá (PMDB). DINHEIROA informação foi dada, ontem, no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, pelo deputado federal Remídio Monai (PR). O parlamentar informou que em vários quilômetros da BR-174, no trecho que a rodovia federal atravessa a Terra Indígena Wamiri-Atroari, as árvores cresceram e precisam ser podadas para evitar acidentes. O Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT) já contratou uma empresa para fazer a podação, mas o serviço não pode ser feito porque os indígenas não permitem. Eles querem uma indenização, começaram pedindo R$ 3,5 milhões, mas agora subiram a exigência para R$ 6 milhões, valor que supera o custo total do serviço. Em tempo: O Decreto que homologou aquela Terra Indígena exclui dela, a chamada Faixa de Domínio, 50 metros marginais para cada lado, medidos a partir do eixo da estrada.