Parabólica

Parabolica 09 05 2017 4008

Bom dia,Quem mora em Roraima não pode torcer contra o desenvolvimento do estado, mas igualmente, não deve fazer como a avestruz que enterra a cabeça para não enxergar o que se passa ao redor. Nesta segunda-feira, dia 8, um dia chuvoso, como já não fazia há muito tempo em Boa Vista, um de nossos redatores decidiu dar uma volta num dos shoppings da cidade, por volta do meio dia. O clima chuvoso parecia propício para compras em ambiente fechado e até mesmo para almoçar confortavelmente na praça de alimentação. Diga-se a bem da verdade, que os preços cobrados pelos restaurantes e lanches do local são razoavelmente aceitáveis.

Pelas condições climáticas e por ainda estarmos no começo do mês – afinal não é bom esquecer que sobrevivemos da economia do contracheque chapa branca-, a expectativa do nosso redator era a de encontrar o shopping cheio de gente, como costuma ser nesses horários e ambientes de cidades com economia mais robusta. Ledo engano, o que se via eram corredores e lojas quase entregues às baratas, e por volta das 13 horas, apenas 12 mesas da praça de alimentação estavam com clientes, o resto vazias.

Nessas ocasiões, dá vontade de largar tudo em Roraima e buscar outros lugares onde o dinheiro corre com mais afluência. É uma pena que os políticos e administradores públicos do Estado parecem estar pouco se ligando para tal cenário. Eles estão de alguma forma com a mão do butim e pouco importa se empresários que investiram fortunas para desenvolver Roraima enfrentam essa ausência crônica de clientes capazes de viabilizarem o retorno do investimento realizado. Pobre Roraima.CONCENTRADAUm especialista em negócios ouvido pela Parabólica arrisca um palpite para identificar a raiz dos males que afetam a economia local. “Nossa economia, como sabemos, depende muito dos salários, das compras e das obras realizadas pelo setor público. Tanto os salários pagos à nova elite do estado – composta por ocupantes da alta e média hierarquia dos poderes e órgãos-, bem como os pagamentos realizados à fornecedores – muitos de fora do estado-, tornam a renda muito concentrada em Roraima. Esta elite privilegiada viaja muito, e faz suas compras em outras praças, deixando à míngua aqueles que investem no estado”, diz o especialista. Ele tem razão.VISITAO embaixador do Brasil na República Cooperativista da Guiana, Lineu Pupo de Paula, visitou esta segunda-feira, dia 8, a Folha. Estava acompanhado da vice-cônsul do Brasil em Lethém, Liza Mary Souza dos Reis. O embaixador falou das oportunidades de negócios que empresários brasileiros podem realizar na Guiana e afirmou que o objetivo dele é sensibilizar as autoridades diplomáticas brasileiras da parceria estratégica que o Brasil pode aprofundar nas relações com o nosso vizinho. Lineu de Paula também falou com entusiasmo sobre a retomada das conversas entre Brasil e Guiana em torno do asfaltamento da estrada que liga Lethém a Linden, ambas em território guianense, que facilitaria muito o escoamento da produção agrícola de Roraima, bem como a compra de insumos para o estado.QUALIDADEPelas reclamações que chegam à redação da Folha, vindas de moradores e lideranças do Interior do estado, a promessa da Eletrobras Distribuidora Roraima de que o fornecimento da energia aos 14 municípios interioranos iria melhorar no curto prazo, não se concretizaram. Desde que a estatal federal assumiu o lugar das Cerr (Centrais Energéticas de Roraima) já se passam mais de 120 dias, sem que as irregularidades e mesmo a falta de energia fosse sanada. E quem pensa que a privatização, no final do ano, pode trazer essa melhor qualidade, pode tirar o cavalinho da chuva: A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) já decidiu que para atrair mais investidores, as exigências sobre a qualidade dos serviços às empresas ganhadoras do leilão serão amenizadas. É mole?ENCARGOSNão é sem razão que o rombo nas contas públicas no Brasil não para de crescer. Até o final do ano, só o rombo no Governo Federal pode chegar a inimagináveis R$ 200 bilhões. Também pudera, levantamento feito recentemente por um jornal do Sul do país, estima que 28% das pessoas no Brasil recebem, de alguma forma, dinheiro do governo, sobre forma de salários ou de outros tipos de pagamento. É muita gente pendurada nos cofres públicos, que só não quebraram de vez porque o governo arrecada hoje mais de 35% de toda a riqueza que se produz no país, o chamado PIB (Produto Interno Bruto).DEMISSÃOEsse rombo que se amplia continuadamente vai fazer com que, segundo os melhores especialistas em finanças públicas do país, a União, os estados e os municípios sejam obrigados a demitir milhares de servidores públicos num horizonte de médio prazo. Essa medida vem sendo adiada por conta do brutal desemprego vigente no país, mas chegará a hora que nem o populismo, que costuma ser a característica da maioria dos administradores públicos tupiniquins vai ser capaz de evitá-la. CNJO CNJ (Conselho Nacional de Justiça) tem reunião marcada para esta terça-feira, dia 9, em Brasília. A pauta está atulhada com 90 itens, entre processos, consultas, processos administrativos disciplinares, sindicâncias e outros. Dente eles, dois dizem respeito a Roraima; um trata da questão do recente concurso para cartórios no estado, e outro de pagamento irregular de PAE (Parcela de Autônoma de Equivalência), cuja interessada é a Amarr (Associação dos Magistrados de Roraima) e o requerido é o TJRR (Tribunal de Justiça de Roraima).