Parabólica

Parabolica 13 07 18 6562

Bom dia,

A venda da Boa Vista Energia, que por decisão do governo federal passou a concentrar o fornecimento de energia elétrica para todo o estado de Roraima, depois que o Ministério das Minas e Energia/Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) cassou a concessão do fornecimento desse insumo para o interior por parte da Companhia Energética de Roraima (CERR), é uma questão da maior importância para o povo roraimense. Somos o menor estado da federação brasileira, como toda a Amazônia, temos dentre os consumidores de energia elétrica, comunidades indígenas – algumas completamente isoladas –, pequenas vilas e extensas vicinais onde foram assentados pelo próprio governo federal milhares de pequenos agricultores. Temos inclusive dezenas de comunidades ribeirinhas, todas com direito a uma vida melhor, e a energia elétrica faz parte desse conforto para todos.

Viver sem energia elétrica restou impossível nos dias atuais, mesmo àqueles de vida muito simples como são os interioranos, indígenas e não indígenas. A energia elétrica é insumo fundamental para o desenvolvimento do trabalho, da educação e da saúde das pessoas, vivam onde elas viverem. Em Roraima, esta população mais simples está dispersa por nossos mais de 230 mil quilômetros quadrados de superfície, e esta dispersão não permite que o fornecimento de energia elétrica tenha uma escala suficiente para permitir que este serviço possa ser realizado por empresa privada, que naturalmente só opera onde possa lucrar. Basta ver a questão das comunidades indígenas onde só uma minoria tem renda para bancar o pagamento, ou o caso da energia rural em vicinais, cujos pequenos consumidores se espalham por dezenas de quilômetros.

Isso que estamos dizendo já está acontecendo, basta lembrar que, ainda estatal, a Boa Vista Energia andou cortando o fornecimento da energia elétrica para várias comunidades indígenas, inclusive nas que podem ser consideradas menos pobres, como o são as localizadas às margens da BR-174, em sua direção norte, na Terra Indígena São Marcos. E se o mesmo critério for usado em outras comunidades menores e mesmo contra os milhares de pequenos agricultores que não têm renda mensal certa, e só recebem algum dinheiro quando conseguem vender sua parca produção, quase sempre de sobrevivência.

Assim, vender a Boa Vista Energia para empresários privados significará jogar na escuridão do atraso essa gente, que por ser desvalida tem o direito de exigir tratamento especial do Estado, assim como reza a Constituição Federal. Se o governo federal desejar vender sua estatal, está na obrigação de criar, antes, uma outra estrutura governamental para substituir a empresa privada no provimento da energia a pobre gente interiorana roraimense. Entregar essa gente humilde à própria sorte é um crime de lesa pátria, que só os que pretendem lucrar alguma coisa com essa privatização feita a toque de caixa, e pelo ridículo preço inicial de R$ 50 mil.

Além dessas questões acima referidas, ninguém consegue explicar porque um governo candente, como menos de cinco meses para acabar, está com tanto açodamento para vender a Eletrobras e suas subsidiárias, entre as quais a Boa Vista Energia. O que estaria por trás dessa pressa? Pela história recente de corrupção que tomou conta do setor elétrico federal, é razoável imaginar que tem algo de podre, nesse reino da Dinamarca, com todo o respeito aos dinamarqueses verdadeiros. Tem gente querendo comprar patrimônio público bilionário a preço de banana. E quem garante que não tenham agentes políticos recebendo propina para facilitar essa venda? Afinal, existem denúncias sendo apuradas no Supremo Tribunal Federal (STF) contra parlamentares acusados de receber milhões de reais em propina para legislar em favor de grupos privados.

EXCLUSIVO Sempre é bom praticar jornalismo verdadeiro e de boa fé. E mais uma vez está confirmada a ideia de que a melhor forma de combater as chamados Fake News é a boa e verdadeira imprensa. Para pôr fim à mentira plantada nas redes sociais de que teria como vice, o filho do notório senador Romero Jucá (MDB), que circulou intensamente nas redes sociais, na tarde de ontem, o pré-candidato ao governo estadual, o ex-governador Anchieta Júnior (PSDB) escolheu a Folha para anunciar em primeira mão, que seu candidato a vice estava definido e que será o deputado federal Abel Galinha (Democratas), que, aliás, era voz corrente nos bastidores da política local.

VOTAÇÃO Todos os deputados da bancada de Roraima, mesmo os que tiveram orientação do partido para votar favorável ao substituto, votaram contra a aprovação do texto-base de privatização das concessionárias de energia, por considerar que Roraima será um dos estados mais prejudicados. De toda a bancada federal, apenas os deputados Édio Lopes, que tinha uma audiência marcada em um ministério, e Shéridan (PSDB) não estavam presentes na votação. Nesse caso a ausência se equipara ao voto contra, já que o governo tinha a obrigação de pôr sua bancada favorável em plenário.

SENADO Como dissemos aqui ontem, a senadora amazonense Vanessa Grazziotin (PCdoB) denunciou que o notório senador Romero Jucá estaria pressionando seu companheiro de partido, o senador cearense Eunício Oliveira, presidente do Senado Federal, para colocar em votação o Projeto de Lei que autoriza o governo federal a vender a Eletrobras e suas subsidiárias. Os outros senadores roraimenses, Ângela Portela (PDT) e Telmário Mota (PTB) são contra essa venda apressada. Por que, só ele é a favor, hein?