Parabolica 13 09 2017 4770

Bom dia,O governo e as forças políticas que o apoiam comemoraram às escâncaras a notícia do recorde de pontos alcançado pela Bolsa de Valores na segunda-feira, 11.09. O Ibovespa, número que mede a valorização média das ações negociadas naquela bolsa de valores atingiu mais de 74 mil pontos. Logo apareceram os analistas de mercado vaticinando que este espetacular desempenho das ações de algumas grandes empresas brasileiras devia-se fundamentalmente ao fortalecimento político do presidente Michel Temer (PMDB), depois da divulgação pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que poderia ser anulado o acordo de delação premiada feito pelo empresário Joesley Batista e o Ministério Púbico, já homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Na visão desses analistas, as enroladas explicações do empresário goiano de que não dissera tudo o que sabia de práticas de corrupção envolvendo suas empresas e o governo teriam enfraquecido a situação do procurador-geral, que não teria mais condições de apresentar mais um pedido de abertura de inquérito contra o presidente junto ao STF. Com isso, Temer ganharia nova força política, o que ensejaria uma reorganização da base governista na Câmara dos Deputados com musculatura política suficiente para levar em frente, e aprovar, a reforma da Previdência, joia da coroa dentre todas as reformas sonhadas pelo governo.

Claro, todos devemos comemorar como algo positivo o bom desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA). É sem dúvida o indicador de que a economia brasileira deixou a trajetória de queda e inicia, embora lentamente, outra trajetória, agora de crescimento. Mas, é preciso cautela na análise desse resultado tanto do ponto de vista econômico, quando do ponto de vista político. Do ponto de vista econômico, ninguém de boa-fé, e um mínimo de conhecimento da matéria, pode garantir que esse resultado seja sustentável. Bolsa de Valores flutua em direção oposta à taxa de juros SELIC e taxa de câmbio. Em outras palavras, quando juros e câmbio descem, a bolsa sobe e vice-versa. Mas bolsas são sensíveis a outros fatores e podem mudar de uma abertura para outra.

Do lado político, embora as peripécias de Joesley Batista possam ter renovado o fôlego de Michel Temer para enfrentar as acusações de praticar, no exercício do cargo, corrupção passiva, do final da semana passada para o início desta, uma carrada de acusações novas caíram sobre a cabeça presidencial, inclusive a de que participava de um grupo criminoso formado por peemedebistas na Câmara dos Deputados para roubar dinheiro público. Assim, foge de qualquer bom senso, imaginar que essas denúncias cada dia mais fortes, do envolvimento do presidente da República em práticas criminosas, possa estimular o crescimento da economia do país.FACÍNORASVocê, caro leitor, acreditaria num país cujo dirigente maior chama policiais que lhes são subordinados de facínoras? Pois foi isso que fez, em nota oficial, o presidente Michel Temer em relação à conclusão de um inquérito feito por delegados federais que concluíram pela participação dele, num grupo criminoso de peemedebistas na Câmara Federal formado para cobrar propinas. Sem citar nomes de profissionais e ou instituições, a nota de Temer diz que um grupo de facínoras se utiliza de delatores para caluniá-lo. Só para lembrar o também enrolado em denúncias de corrupção, Lula da Silva, disse: nunca dantes neste país, a vulgaridade na conduta de autoridades públicas esteve em tão baixo nível moral e ético.DIFICULDADES 1Ambos os lados, da governadora e do deputado federal Hiran Gonçalves, negam com bastante força, qualquer problema de relacionamento político entre eles. Como em política a análise dos fatos parece ser melhor conselheira do que os discursos querem fazer entender, é bom acompanhar o que andam fazendo a governadora e o presidente de seu partido. A Folha divulgou a decisão de Suely Campos de efetivar como secretário estadual de Saúde, o ex-vereador Paulo Linhares, o que segundo fontes da Parabólica não era assimilável pelo deputado federal Hiran Gonçalves, afinal, como dissemos aqui, os dois devem se bater no próximo ano, na disputa de uma vaga à Câmara Federal.DIFICULDADES 2Você vai ler aqui na Folha, em breve, a declaração de Hiran Gonçalves lançando a candidatura ao Senado Federal, pelo PP, do empresário e professor Haroldo Campos. Ora, Hiran é presidente do PP e, com esse lançamento, começa a formar o palanque do partido às eleições majoritárias (Governo e Senado) para 2018. Acontece que a governadora Suely tem feito gestos indicando que gostaria de ter em seu palanque como candidatos às duas vagas em disputa para o Senado, a atual senadora Ângela Portela (PDT) e o deputado estadual Mecias de Jesus (PRB). Para ter Haroldo Campos como candidato ao Senado de seu partido, como é a vontade do presidente da sigla, a governadora terá de abrir mão do apoio de Ângela ou de Mecias.ATRITOSEmbora a Parabólica não tenha detalhes para informar, ficou muito claro que ontem, terça-feira, as coisas não andaram bem na Assembleia Legislativa do Estado (ALE). Nenhum parlamentar, exceto o presidente Jalser Renier (SD), compareceu à Sessão Plenária. Por falta de quórum nada foi apreciado e, dos servidores, veio a informação de uma forte discussão entre dois integrantes da Mesa Diretora, motivada pela demissão de alguns assessores. Como não temos os detalhes evitaremos dar nomes aos bois.