Parabólica

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Bom dia, O empresário rural Afrânio Weber foi entrevistado, ontem, domingo (17.06) no programa Agenda da Semana da Rádio Folha. Foi convidado para falar da expectativa da safra de grãos 2017/2018 para o estado. Estimou que foram plantados 43.500ha, de soja e milho, o que representa um aumento porcentual de 31,8% em relação ao cultivo do ano passado. Se continuarmos aumentando nesse ritmo, em três anos teremos atingido a marca de 100.000ha, que é, segundo muitos especialistas, a marca necessária para que o agronegócio roraimense atinja a escala para baratear os custos, e ter mais competitividade com a produção de outras regiões do país.

Além de dar aos ouvintes da Rádio Folha essas notícias alvissareiras, Afrânio Weber disse algumas coisas importantes que deviam ser levadas a sério pelos políticos e pelos eleitores nesta antevéspera de eleições gerais. Na opinião do produtor a indução do desenvolvimento do estado depende de medidas concretas, e todas ao alcance das autoridades federais e estaduais. Citou, por exemplo, a necessidade premente de trazer a energia de Tucuruí, a finalização do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), e a titulação de terras rurais do estado, feita de forma séria como vem sendo feito pela atual administração do Instituto de Terras de Roraima (Iteraima).

Nada disso custa dinheiro que o governo federal e o governo estadual não tenham. No caso da construção do Linhão de Tucuruí, se houver segurança jurídica, capitais privados podem fazê-la com rapidez. Quanto ao ZEE e à titulação de terras, quase nada será gasto se comparado com a importância dessas duas questões para desamarrar o processo de desenvolvimento do estado. A resolução desses três problemas é tudo, rigorosamente, uma questão política. É só querer respeitar os sonhos de uma população que já passa do meio milhão de pessoas. Está tudo na mão do governo federal, que bastaria parar de tratar Roraima a partir dos interesses menores de seus correligionários.

Outro aspecto de importância capital para o desenvolvimento do estado, segundo aquele produtor, é a maneira como o eleitor e a eleitora roraimenses vão votar nas próximas eleições. Para ele, o crescimento de Roraima e a geração de empregos dependem muito da escolha de candidatos, que possam, depois de eleitos, formarem uma bancada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, capaz de se unir em torno dos problemas, e das soluções, que sejam do interesse maior de Roraima. É preciso que os eleitores sejam capazes de não reeleger políticos que colocam seus interesses pessoais à frente dos interesses comuns aos roraimenses, e que por isso desunem os representantes federais em Brasília. E ele tem razão, dizemos nós.

DESCONTO 1 Outro entrevistado, ontem, domingo, no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, foi o senador Hudson Leite (PV), que substitui o senador Telmário Mota (PTB), licenciado por 120 dias para se dedicar integralmente à campanha ao governo do estado. Hudson disse que desde 2014, por conta de um trabalho feito por ele – enquanto militante político –, e a senadora Ângela Portela (PDT), a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) modificou a legislação que impedia os produtores roraimenses de se beneficiarem de uma redução de 70% na tarifa durante a utilização de energia elétrica para irrigação de lavoura no período da noite.

DESCONTO 2 Esse impedimento devia-se ao fato de Roraima ser o único estado da federação brasileira a não estar ligado ao Sistema Nacional de Energia (SNE). Pois bem, faz mais de quatro anos que o benefício foi estendido aos agricultores locais, mas ainda hoje parece que ninguém procurou a concessionária local para fazer a inscrição. Agora, na condição de senador, Hudson Leite está apelando para os produtores procurarem a Boa Vista Energia, a atual concessionária para atender o interior do estado com energia, para exigir o cumprimento da legislação. Se não forem atendidos, o senador se propõe a levar a questão até a diretoria da ANEEL.

SURPRESA Quase de surpresa, o cerimonial do Palácio do Planalto anunciou para a bancada federal de Roraima, ou pelo menos para parte dela, que o presidente da República Michel Temer (MDB) chegará a Boa Vista na próxima terça-feira (19.06). O que, de fato, ele vem fazer nesta viagem programada de última hora ninguém sabe. O que se sabe até agora é que a governadora Suely Campos, a maior liderança formal do estado, não foi convidada, até ontem, a participar da viagem presidencial. Temer cumpriria uma agenda que inclui visita a um abrigo de refugiados venezuelanos, e almoço em unidade militar do Exército em Boa Vista. A princípio, é uma agenda sem qualquer significado que justifique o deslocamento do presidente desde Brasília até Boa Vista. Afinal, essas viagens são muito custosas ao contribuinte.

CAMPANHA Segundo um experiente observador político ouvido pela Parabólica, o verdadeiro objetivo da presença inesperada do presidente Michel Temer a Boa Vista é eleitoral. Ele vem fazer campanha para seu líder no Senado Federal, o notório senador Romero Jucá (MDB) que anda preocupado com as dificuldades que enfrenta para conseguir a reeleição. Este mesmo observador arrisca um palpite: Temer pode sancionar na Capital roraimense a Medida Provisória que regulamenta a Emenda Constitucional Nº 98, aquela que trata do enquadramento dos servidores dos ex-Territórios de Roraima, Rondônia e Amapá nos quadros da União Federal. Será?