Parabólica

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Bom dia,

Pelo menos até a noite de ontem, terça-feira (19.06), continuava programada a visita do presidente da República, Michel Temer (MDB), a Roraima para amanhã, quinta-feira (21.06). Ninguém deu à imprensa até agora, os reais objetivos da vinda presidencial ao estado em plena Copa do Mundo de futebol na Rússia. É um mistério que só vai ser esclarecido mesmo em função de suas andanças e reuniões em Boa Vista e Pacaraima. É pouco crível que o presidente realize uma visita que custa bastante aos cofres públicos apenas para visitar acampamento de refugiados venezuelanos. Ele teria outros meios mais baratos para se inteirar da situação.

E ontem, terça-feira, por mais estranho que pareça, ninguém falou nada na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), de críticas ou de elogios, sobre a visita de Temer a Roraima. É difícil entender a lógica que guia o comportamento da classe política no estado. O mais lógico é que a visita de um presidente da República ao estado fosse objeto da atenção de parlamentares federais e estaduais, afinal, Roraima está sendo estrangulado em suas pretensões de desenvolvimento por conta exclusiva da falta de decisões do governo federal.

PORTUNHOL Essa história foi contada por um líder comunitário, Mão Branca, no último domingo (17.06), em telefonema dado ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha. Ele disse que na noite anterior, sábado (16.06), por volta das 22h, foi assaltado por duas pessoas montadas numa motocicleta, na Avenida N-21 (bairro Pintolândia). Os meliantes falavam um mau portunhol, ficando claro para ele, que eram bandidos brasileiros que imitavam o idioma falado pelos venezuelanos apenas para disfarçar. “Para mim ficou muito claro que eles imitavam os venezuelanos apenas para despistar. Eram pilantras daqui mesmo que aproveitam o preconceito contra venezuelanos para continuar roubando. Levaram meu relógio, meu celular e minha carteira”, disse Mão Branca.

ELOGIOS O mesmo líder comunitário fez questão de elogiar a ação da Polícia Militar: “Depois que eles se foram, atravessei a avenida, pedi um telefone emprestado e liguei para a Polícia Militar, que em cinco minutos chegou ao local. Infelizmente os bandidos já tinham desaparecido. O interessante é que na carroceria da viatura que conduzia os policiais militares já tinha, algemado, outro bandido preso a pouca distância do local onde me assaltaram. Nossa cidade está cheia de gente ruim”, desabafou Mão Branca.

INDÚSTRIA E essa foi mandada, via WhatsApp, por um leitor da Parabólica e que foi renovar o licenciamento de seu carro, e deparou-se com a existência de nada menos que sete multas de trânsito aplicadas pela Prefeitura Municipal de Boa Vista. “Daqui para frente vou chamar de mentiroso quem disser que a prefeita Teresa Surita (MDB) não trouxe indústrias para gerar emprego no município. Ela trouxe sim, e uma vigorosa indústria, que é a indústria de multas. Tem muita gente com dezenas de multas. Conheço um proprietário que decidiu, por convicção própria, faz mais de três anos, não atender telefone enquanto está dirigindo. Mesmo assim acaba de receber uma notificação sob acusação de dirigir falando ao celular”, concluiu.

CRISE? A Prefeitura de Boa Vista parece que não está medindo gastos para a realização do Boa Vista Junina, apesar da crise econômica que atinge o país. De acordo com o Diário Oficial do Município, a prefeitura pagará R$ 215 mil para a empresa que organiza as apresentações da cantora sertaneja Naiara Azevedo, que fará o show principal da festa. Especula-se que o cachê da artista, uma das 10 mais bem pagas do país, fique em torno de R$ 165 mil. Os restantes R$ 50 mil devem ser comissão da empresa e despesas com transportes e hospedagem.

PT 1 Mesmo para aqueles que não são petistas fica difícil não concordar quando eles dizem que existe na justiça, tanto de primeira instância quanto nas demais instâncias da justiça brasileira, certo tratamento mais rigoroso quando se trata de apurar e julgar os malfeitos de que são acusados seus integrantes. Esse caso do julgamento, iniciado ontem, pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) da senadora Gleisi Hoffmann (PT), e de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo (PT), é emblemático nesse sentido. O casal é acusado de ter recebido um pouco mais de um milhão de reais, de propina proveniente da Petrobras, para o financiamento da campanha de Gleisi para o Senado Federal pelo estado do Paraná.

PT 2 Gleisi Hoffmann é presidente nacional do Partido dos Trabalhadores e esta denúncia pela qual está sendo julgada é bem mais recente do que dezenas que ainda dormitam no Supremo Tribunal Federal. Outros presidentes de partidos, que respondem por dezenas de acusações envolvendo o recebimento de montanhas de dinheiro público roubado – que comparado a elas, faz o pouco mais de um milhão de reais recebido pelo casal do PT parecer troco – continuam sem previsão de julgamento. Parece que contra eles, os ministros da Suprema Corte deixam o tempo passar para que os crimes de que são acusados prescrevam e eles continuem roubando dinheiro público. Quando escrevíamos a Parabólica saía o resultado do julgamento da petista: pela maioria dos ministros da 2ª Turma do STF, a presidente do PT obteve absolvição.