Parabólica

Parabolica 23 06 2017 4268

Bom dia,Já tratamos deste tema na edição de ontem, da Parabólica, mas o nível de indignação que sente qualquer brasileiro minimamente patriota e que sonha com um país soberano, governado por líderes com capacidade para impor os direitos do Brasil no contexto das relações internacionais entre as nações, nos anima a voltar a escrever, hoje, sobre o mesmo assunto.

Vamos inicialmente comparar, em números, o Brasil (país ajoelhado) com a Noruega (lídimo representante do imperialismo europeu). O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é de US$ 1,775 trilhões (2015), enquanto o Produto Interno Bruto da Noruega é de US$ 388,3 bilhões (2015). Isto é, os brasileiros produzem 3,6 vezes mais riquezas que os noruegueses. Com relação ao tamanho da população, e tomando igualmente números de habitantes para o ano de 2015, somos 207,8 milhões de brasileiros contra 5,196 milhões de noruegueses. Isto é, nossa população é cerca de 40 vezes maior que a deles.

Do ponto vista político, a chefia de Estado da Noruega é ocupada por um rei, herança odiosa e elitista dos tempos medievais, sem que sua população possa exercer o direito de escolha, enquanto na República brasileira esta chefia é exercida por um presidente escolhido por votação universal e secreta. Somos, por tanto, um país dirigido por escolha popular, enquanto eles são obrigados a ser dirigidos por alguém pertencente à mesma família real. Essa forma de chefia é absolutamente inaceitável neste alvorecer do Século XXI.

Mesmo assim, por conta de uma contribuição de cerca de R$ 3,2 bilhões, destinada a favorecer seus próprios objetivos, a pequena Noruega, chama a sua capital, Oslo, o presidente do gigante Brasil para lhe passar um pito, com ameaça de cortar a “contribuição”, caso não sejam adotadas as políticas ambientais e indígenas que eles, noruegueses querem. E foi assim a vergonhosa visita que Michel Temer fez ontem a Oslo, acompanhado desse ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, de notória ligação familiar.ERRAMOSOntem, aqui, na Parabólica, erramos ao tratar da reunião do Conselho de Administração da Suframa, que seria realizado aqui, em Boa Vista. Dissemos que o evento estava programado para o próximo dia 12/07 e que teria sido adiado por conta da saída da ex-superintendente Rebeca Lopes. Na verdade, a reunião estava programada para ocorrer no próximo dia 28/06 e foi transferida para o dia 12/07 em virtude da viagem ao exterior do ministro Marcos Pereira, do Ministério da Indústria e Comércio. Está feito o registro.IRONIAQuinto suplente de uma coligação que disputou a eleição para a Assembleia Legislativa do Estado (ALE), que não logrou ser diplomado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Cláudio Paulista, um motorista de ônibus aposentado, filiado ao PDT, entrou com pedido junto à Mesa Diretora da ALE para ser empossado no lugar do deputado estadual Flamarion Portela. A Alegação do requerente é que o ex-governador teria pedido desfiliação do antigo partido e, por isso, sem estar filiado, não poderia exercer o mandato. A ironia fica por conta de que o PDT tem como presidente regional a senadora Ângela Portela, esposa de Flamarion.INTERFERÊNCIANão é a primeira vez que a pequena Noruega interfere na política indígena e ambiental do gigante Brasil. Em maio de 2013, o rei Harald V – chamado por Davi Yanomami de Haroldo Amigo dos índios – fez uma visita “surpresa” à Terra Indígena Yanomami, para ver como estava a situação daqueles índios. A visita foi “desaconselhada” pelas autoridades diplomáticas brasileiras, mas sua majestade não deu bolas para isso. Disse que iria àquela região porque fora convidado pelo líder indígena David Kopenawa. Veio e voltou sem que nossas autoridades fizessem valer a soberania brasileira sobre o território pátrio. Uma vergonha!RETRATOFaz muito tempo, desde os governos Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, e a coisa continua a mesma no governo Michel Temer, que os ministérios deixaram de ser do Estado brasileiro e restaram transformados em feudos de partidos políticos, e até mesmo de parlamentares que tudo fazem pelo governo de plantão. Ontem essa situação foi cristalina aqui, em Boa Vista, com a visita de dois ministros, um do PMDB (Osmar Terra, do Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário) e outro do PP (Ricardo Barros, do Ministério da Saúde). Depois de recebidos no aeroporto – vieram juntos no mesmo avião da Força Aérea Brasileira (FAB) –, seguiram destinos diferentes. O do PMDB foi almoçar com a prefeita Teresa Surita, enquanto o do PP foi almoçar com a governadora Suely Campos (PP). Retrato acabado deste país acabado.ARRAIALFonte da Coluna informa que, ao passar pela Avenida Ene Garcez, decorada por conta do arraial Boa Vista Junina, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, manifestou a vontade de visitar o local dos festejos à noite. Foi constrangedor informá-lo da inconveniência de um ministro do PP visitar a festa promovida por uma prefeita do PMDB. Assim funciona este infeliz país, dominado por uma elite carcomida e putrefata pela corrupção.

A GALOPETemer visitou, na terça-feira, Wladimir Putin, da Rússia, para tentar aumentar a venda de carne bovina brasileira para aquele país. Pois bem. Ontem, quinta-feira, o governo dos Estados Unidos da América (EUA) anunciou a suspensão da importação da carne bovina brasileira alegando questão sanitária. O castigo veio a galope.