Parabólica

Parabolica 24 05 2017 4084

Bom dia!ARENAAs enchentes que estão ocorrendo no município de Uiramutã, com a inundação de algumas comunidades indígenas, têm servido, pelo menos, para estabelecer uma arena de disputa antecipada pelos votos dos eleitores da região, predominantemente ocupada por índios. Além de instituições governamentais, a ação de um parlamentar motivou ciúmes de outros, que também tem olhos e ouvidos voltados para 2018. Ainda bem, é melhor ver brigas em torno de realizações do que sobre discussões vazias.SURPRESAO mundo político local acordou ontem surpreso com a notícia da troca de comando na Polícia Militar de Roraima (PMRR). A governadora Suely Campos (PP) fez divulgar a informação de que exonerara o atual comandante, coronel PM Dagoberto Gonçalves, e colocara em seu lugar, o coronel PM da reserva, Edison Prola, um dos nomes mais poderosos no governo de Anchieta Júnior (PSDB).MOVIMENTOFontes da Parabólica informam sobre a existência, ainda embrionária, de um movimento entre coronéis da ativa da Polícia Militar, estudando questionar na Justiça, a nomeação de um oficial da reserva para o comando da PMRR, dada a existência de vários coronéis ainda na ativa. Eles voltaram a lembrar que a governadora já teria tido o mesmo comportamento quando nomeou um oficial da reserva para comandar o Corpo de Bombeiros.OUTROE a irresistível vocação do presidente Michel Temer (PMDB) para se cercar de gente enrascada com malfeitos no uso do dinheiro público teve ontem mais um triste capítulo. Tadeu Fellipeli, ex-vice-governador do Distrito Federal, e assessor especial da Presidência da República, trabalhando diretamente com Temer, foi preso pela Polícia Federal por decisão do juiz federal Wallisney Oliveira. Vai cumprir prisão preventiva sob acusação de recebimento de propina por conta da construção da Arena Mané Garrincha. No meio da tarde de ontem, o Palácio do Planalto anunciou a exoneração de Fellipeli.LIMPEZANoutro dia, o juiz federal Sérgio Moro disse que o processo de moralização da política brasileira seria mais rápido e efetivo, se os partidos políticos brasileiros extirpassem de seus quadros a carne apodrecida pela corrupção endêmica que dilacera as instituições públicas no país. Tadeu Fellipeli, preso ontem pela Polícia Federal, é da alta cúpula do PMDB. Já imaginou se a recomendação do juiz Moro fosse seguida ao pé da letra? Só para dar um exemplo, os dirigentes dos dois maiores partidos brasileiros Aécio Neves (PSDB) e Romero Jucá (PMDB) são campeões de citações de delatores na Operação Lava Jato.DIFICULDADEA prefeita Teresa Surita (PMDB) está encontrando dificuldade para aprovar na Câmara de Vereadores de Boa Vista (CMBV) o Projeto de Lei que aumenta em 5% os salários dos servidores efetivos da Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV); concede reajuste na Gratificação de Incentivo à Docência (GID) de R$ 350,00 para R$ 500,00; e também concede aumento de 20% na gratificação de docentes que atuam em cargos de direção nas escolas municipais. Segundo fontes da Parabólica bem situadas na PMBV, o aumento dos servidores efetivos se dará com cobertura de recursos próprios do Município, enquanto os aumentos para a área educacional só serão possíveis devido a remanejamento feito no âmbito do FUNDEB.MAIORUm assessor muito bem situado no Palácio 9 de Julho, sede da PMBV, disse à Parabólica que alguns vereadores estão querendo jogar para plateia quando sugerem um aumento de 20%, feito de forma linear, para todos os servidores municipais. Segundo ele, se a Câmara Municipal aprovar essa proposta, a lei será inevitavelmente vetada pela prefeita Teresa Surita, por absoluta falta de recursos. “É bom lembrar que 5% é um reajuste maior do que aquele que vem sendo dado por estados e municípios Brasil a fora. Alguns sequer reajustaram salários”, diz o assessor.NO SUPREMOA Associação dos Moradores e Produtores da Região do Murupú deve ter dado entrada ontem, via online, no Supremo Tribunal Federal (STF) a uma reclamação contra a decisão juíza federal Luzia Farias da Silva de Mendonça, que mandou o Governo Federal demarcar, no prazo de cinco anos, uma nova área indígena em Roraima, a Terra Indígena do Anzol. Os moradores pedem ao STF que anule a decisão da magistrada, que segundo eles, contraria decisões da própria Suprema Corte.AUDIÊNCIAAinda sobre a questão indígena no Estado, ontem, o vice-governador Paulo César Quartiero (sem partido) foi à Justiça Federal local para prestar depoimento sobre um processo que ele responde ainda devido as escaramuças que ocorreram durante a expulsão de produtores da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. O autor da acusação é o Ministério Público Federal de Roraima, na época, chefiado pelo procurador Ângelo Goulart, hoje na prisão, por envolvimento nas falcatruas praticadas pelo empresário goiano Joesley Batista, dono da JBS.IRMÃOS BATISTAQuem está acompanhando o noticiário nacional sobre as peripécias dos donos da JBS, chamado pela imprensa tupiniquim de “Irmãos Batista”, deve lembrar-se daqueles tristes dias do início do governo de Ottomar Pinto (anos 90 do século passado), quando os filhos de um desembargador do Tribunal de Justiça do Estado, Luís Batista, foram acusados de mandar matar o advogado roraimense Paulo Coelho. O advogado questionava a nomeação do desembargador feita ao arrepio da Lei, pelo então governador Ottomar Pinto. Na época, os filhos do desembargador eram tratados na crônica policial por “Irmãos Batista”.

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