Jessé Souza

Um ano para nunca se esquecer 3412

Um ano para nunca se esquecerO ano de 2016 ficará marcado definitivamente no Brasil, tudo a reboque do escancaramento do ataque sistemático dos corruptos aos cofres públicos, e com um detalhe importante: tentaram, por meio do oligopólio da mídia, encabeçado pela Globo, fazer a opinião pública acreditar que existiria apenas um único partido responsável pela corrupção, o PT. A partir dessa investida organizada pelos “donos do poder”, fizeram as maiores atrocidades às instituições, à Constituição e à política. Começou em setembro, quando sacaram do poder uma presidente sem ter cometido crime, ao arrepio da Constituição, por meio de um conluio de uma maioria formada por canalhas, pois os corruptos queriam o poder a qualquer custo como forma de sobrevivência.Ao tirarem uma presidente legitimamente eleita, mas isolada pelo Congresso e aviltada pelo maior ataque midiático já visto pelo oligopólio da mídia, os canalhas que tomaram o poder deram sequência aos seus planos de minarem a Operação Lava Jato, nem que para isso enlameassem o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).O Senado foi o primeiro a dar sequência à anarquia jurídica, instalada no País a partir do impeachment, ao não obedecer a uma liminar do STF, a mais alta Corte judicial do País, invertendo a mais elementar máxima da legalidade brasileira: “Ordem judicial não se discute, se cumpre”. O STF, desmoralizado pelo Senado, decidiu dar sequência à anarquização jurídica, permitindo que um de seus réus possa conduzir o Congresso, desde que não assuma a Presidência da República, abrindo uma aberração que só se conhecia nos falares do povo, o qual sempre dizia que réus engravatados têm mais direito do que réus pés de chinelo.Inaugurada a esculhambação geral da nação, a crise econômica permaneceu, dando indicativo de que ela seguirá até quando a crise política persistir. E não há sinais de que isso possa se reverter, uma vez que os canalhas estão lutando para minar as investigações de corrupção, numa trama articulada no centro do poder desse grupo que comanda o país.Significa que o passo definitivo para começar a mudar esse quadro é a convocação de novas eleições presidenciais, como vem se pedindo nas redes sociais, a partir de quando será possível pensar em fazer uma ampla reforma nesse país. Enquanto isso não ocorre, o Supremo deveria estar tratando de suas feridas, abertas por alguns ministros que agiram claramente de forma política desde o impeachment até a crise com o Senado. Afinal, é preciso dar um ponto final nessa anarquia jurídica e tirar da cabeça dos desprivilegiados intelectualmente que acham que saída seria uma nova ditadura militar ou um maluco no poder, a exemplo dos bolsonaristas. *[email protected]: www.roraimadefato.com