Opinião

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Tecnologia a favor da Aprendizagem Karen Andrade*

Se fizermos uma reflexão sobre o desenvolvimento das tecnologias nos últimos anos, podemos elaborar uma lista interminável de invenções e inovações fantásticas. Se formos além e refletirmos como cada vez mais essas tecnologias estão inseridas em nosso dia a dia, teremos uma lista imensa de possibilidades. Mas como podemos, de fato, usar as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) a favor do ensino-aprendizagem?

Segundo a UNESCO, “alunos e professores devem usar a tecnologia de forma efetiva, pois em um ambiente educacional qualificado, a tecnologia pode permitir que os alunos se tornem usuários qualificados das tecnologias da informação; pessoas que buscam, analisam e avaliam a informação; solucionadores de problemas e tomadores de decisões; usuários criativos e efetivos de ferramentas de produtividade; comunicadores, colaboradores, editores e produtores; cidadãos informados, responsáveis e que oferecem contribuições”.

Desta forma, devemos ter uma postura crítica em relação ao emprego de recursos digitais às atividades propostas aos alunos, pois eles precisam estar inseridos no contexto de organização da turma. O uso das TDICs para fomentar a aprendizagem deve ser selecionado e planejado de forma que a atividade seja coerente com o aluno/turma, a fim de não se perder os fins pedagógicos e o foco principal, bem como o conteúdo que deseja ser trabalhado, seja ele, tecnológico ou curricular, e as habilidades a serem desenvolvidas.

Uma dica é organizar o “ambiente pessoal de aprendizagem” (PLE – Personal Learning Environments), onde cada aluno lista os recursos que utiliza para as ações de comunicar, pesquisar, publicar, organizar e criar. Após esse levantamento, é possível planejar como será a dinâmica de ensino-aprendizagem, com foco nos recursos, interação e colaboração para as atividades. Essa organização também pode ser feita por você, educador!

A Planneta oferece o programa de Tecnologias Educacionais e Formação de Educadores voltado ao uso da tecnologia para além da sala de aula, assim como apresenta uma proposta focada na utilização de recursos digitais integrados a conteúdos pedagógicos, promovendo a valorização das múltiplas fontes de informação; o incentivo à aprendizagem baseada em projetos; o engajamento e a participação efetiva dos alunos; e a motivação para uma aprendizagem colaborativa.

*Consultora em Tecnologia Educacional da Planneta, empresa do grupo Vitae Brasil (www.vitaebrasil.com.br); [email protected]

 Um país em estado de putrefação

Tom Zé Albuquerque*

Analisemos o seguinte cenário: um servidor público federal, ligado à fiscalização e controle, é instigado a fazer parte de um esquema de corrupção na liberação de laudos e autorizações sem o crivo legal. Ao declinar do pitoresco convite, o servidor passou a ser perseguido pelos mafiosos, motivando-o, em face disso, a denunciar à justiça as práticas da máfia e seus autores.

O fato relatado se refere à operação Carne Fraca deflagrada em sete Estados brasileiros pela Polícia Federal, na última sexta-feira (17), envolvendo mais de 1.000 profissionais e 306 mandados judiciais, acarretando na prisão de 36 pessoas das 46 investigadas, além do bloqueio de até 1 bilhão de reais das contas bancárias das empresas alçadas. As ações da polícia deram-se pela investigação sobre propinas recebidas por fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para livrar frigoríficos de uma fiscalização adequada em razão da adulteração de carnes com a utilização de produtos químicos, água injetada e papelão enxertado com o fim de aumentar o peso dos produtos.

As investigadas são as duas gigantes do segmento, JBS e BRF, que juntas são responsáveis pela maior fatia de mercado do país (o CADE silenciou também neste caso?), por administrarem marcas fortes tais como Friboi, Seara e Perdigão. Segundo a Polícia Federal, pelo menos dois partidos políticos se beneficiaram com as propinagens, PMDB e PP. Quando imaginávamos que o fim do poço (mensalão e a lava-jato) já tinha chegado à nação do carnaval e futebol, eis que insurge mais um crime de contornos hediondos, porquanto afetar diretamente a saúde humana. Um fato dessa gravidade ocorrendo num país sério as penas seriam inapeláveis e duradouras, mas no Brasil da alienação as chances de impunidade são gigantes.

Em nosso país os industriais acrescentaram soda cáustica ao leite; cerveja é feita à base de milho; na feira, os alimentos são carregados de agrotóxicos; em anticoncepcional foi usado a farinha; no frango tem-se papel integrado; na salsicha, a cabeça de porco acresce o produto final; na carne, o ácido é ingrediente; na política, a mentira e a corrupção ditam as normas; no serviço público e no campo empresarial, a propina conjunta tem virado regra. É difícil acreditar que o Brasil tem jeito, um ambiente cuja cultura ridiculariza o honesto e rechaça o que é probo. A inversão de valor está tão arraigada em nosso meio que há quem condene as ações da polícia sob a alegativa, pasmem, que ao trazer à tona as corrupções a economia brasileira será enfraquecida. Inacreditável!

A despeito do que tem emergido, a caixa-preta do BNDES precisa ser escancarada urgentemente, porque daí, a sociedade brasileira sentirá a real dimensão do estrago que fora feito com o nosso dinheiro, no financiamento descomedido a empresas brasileiras ligadas ao poder e, principalmente, da perversão financeira feita pelo PT no possível financiamento de obras em países comunistas trasvestidos de socialistas. Só o fato de os dados dos vultosos empréstimos concedidos pelo BNDES nos últimos anos, quando as torneiras de dinheiro foram abruptamente abertas, não estarem à disposição da sociedade (mesmo sendo recursos públicos), já gera desconfiança da bagaceira que deve ter ocorrido naquela que, em tese, é uma instituição financeira de desenvolvimento social.

Enquanto ao pequeno agricultor é proibido comercializar sua farinha, seu mel, seu torresmo, sua geleia ou seu queijo gerado em seu reduto familiar, sem o selo do Ministério da Agricultura, sob o argumento do poder público de haver risco de comprometer a saúde pública, nós ingerimos tudo que é de mais nocivo e impróprio para o consumo humano, avalizado pelo mesmo ente.

A corrupção e má gestão não vingam sem conivência, sem permissividade ou conluio, e certamente a degradação moral construída no Brasil ao longo de décadas está montada em um sistema sólido de apropriação indevida, numa rede meticulosa de saque ao que é público, mas que se mantém blindado de desmanche pelos próprios beneficiados. Haverá perspectivas nobres para o Brasil? É desanimador…

*Administrador 

 Estudar com qualquer idade

Pedro Cardoso da Costa*

Estudar com qualquer idade já foi um título de um texto meu, que dispensa maiores explicações. Pois, apesar de as dificuldades encontradas variarem de pessoa, quem quer foge da desculpa e “arranja” um jeito de frequentar a escola.

São pessoas que estudam após se aposentarem por não ter tido condições financeiras ou tempo, quando jovens; são pessoas que redobraram o esforço físico e passaram a frequentar o banco escolar; são pessoas que ultrapassaram o medo do preconceito e de críticas de familiares e de amigos e lá estão de volta ao banco escolar.

Muitas frases feitas serviriam para justificar o porquê negativo ou positivo do retorno. Uma em especial define para ambas as situações. “Quando se quer fazer algo sempre se arruma um jeito, quando não quer, arruma uma desculpa”.

Mas, chega o momento compensador: as formaturas. Nelas pode faltar roupa padrão, os parentes e amigos podem ficar enciumados, mas não falta orador com a frase “de que perderam noites de sono estudando para as provas”. E é verdade.

Pois, enfrentando todas essas dificuldades, o exemplo supracitado bateu à porta do autor do texto e suas irmãs, Norma e Josélia, as amigas Veraeide e Jadna, jovens com mais de quarenta anos, em 2007 retornaram à escola para concluírem o ensino médio em 2008.

Quando haviam parado nos anos oitentas, o ensino era chamado de primeiro e segundo graus e até a periodicidade mudou. Porém, elas concluíram depois dos próprios filhos, que ainda eram apenas sonhos quando elas pararam. São ou não exemplos a serem seguidos? *Bacharel em Direito 

 Não sei se sei

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“O que sabemos é uma gota, o que não sabemos é um oceano”. (Isaac Newton)

A verdade é que não sou nenhum filósofo, nem sou culto, apenas tenho uma caminhada maravilhosa, feita vida afora. Nunca tive religião nem partido político, porque nunca permiti que me tirassem o direito de pensar. E porque penso, respeito o direito de cada um pensar como pensa. Deu pra sacar? Vez por outra fico meio irritado quando vejo pessoas instruídas discutindo o indiscutível. E todos orientados pelos que discutem sem conhecimento. E tudo porque o conhecimento está no amadurecimento dos pensamentos. E você nunca vai amadurecer seus pensamentos, limitado às orientações dos que lhe dizem o que você deve pensar sobre algo.

Semana passada, assisti a um programa de televisão, no qual se discutia o relacionamento amoroso. E olha que, os que discutiam eram pessoas cultas. Não sei por que ainda se discute o relacionamento amoroso baseado no amor, misturando-o com o desequilíbrio emocional e mental. Em qualquer relacionamento amoroso devemos considerar o quarteto: amor, paixão, ciúme e sexo. Sem o conhecimento a esse quarteto não há como haver um relacionamento sadio e fortalecido. Porque não há relacionamento sadio quando não há respeito mutuo. E sem respeito não há equilíbrio.

E como não temos espaço suficiente para estender o assunto, vamos ao que penso com meu pensamento livre. Amor não tem definição. Quando se desequilibra deixa de ser amor. Paixão não é mais do que um desequilíbrio emocional. É quando se leva o amor ao descontrole emocional. O ciúme, esse sim, é desequilíbrio mental. Ele só chega quando você perde controle à sua mente. E por isso você nunca vai ver uma pessoa mentalmente equilibrada e ciumenta. O ciúme, na mente desequilibrada, toma proporções alarmantes levando você ao desequilíbrio mental extremo. Enquanto isso, o sexo é vida. Sem ele não existiríamos. Ele faz parte da vida e por isso deve ser visto como uma necessidade primordial.

E como já estamos chegando à outra margem do rio, vamos parar com o papo. O que é uma pena. Porque a coisa é simples pra dedéu, mas requer discussão. E como não podemos discutir aqui na beirada do barco, deixemos a conversa pra depois. Mas não deixe de levar isso em consideração. Quando aprendermos a respeitar a pessoa, independentemente do relacionamento que temos com ela, diminuiremos o número de absurdos doentios. E tudo vai depender de uma educação à altura da nossa racionalidade. Se, somos o que pensamos, vamos pensar racionalmente. Senão, não seremos o que devemos ser, e vamos deixar de ser o que somos. Pense nisso.

*[email protected]