Cotidiano

Agentes denunciam que Sejuc teria autorizado entrada de colchões para presos de facção

Colchões que teriam sido comprados com dinheiro do crime organizado para presos integrantes de uma facção criminosa

Agentes penitenciários procuraram a Folha para denunciar que a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc) teria autorizado a entrada de 380 colchões que teriam sido comprados com dinheiro do crime organizado para presos integrantes de uma facção criminosa na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc).

Segundo um agente, que preferiu não se identificar, o acordo entre a secretaria que gere o sistema prisional de Roraima para um suposto beneficiamento de presos que integram a organização criminosa na unidade teria sido efetuado durante uma reunião no presídio.

“Um dos presos informou à Sejuc que o PCC [Primeiro Comando da Capital] comprou 380 colchões e a secretaria autorizou a entrada. Isso é uma afronta e fortalece o crime”, disse o agente.

CONDIÇÕES INSALUBRES- Em meio à denúncia do suposto beneficiamento de presos, os agentes também reclamaram das péssimas condições de limpeza na maior unidade prisional do Estado.

Os corredores do presídio e a parte externa das alas estão completamente tomados pelo lixo. São centenas de marmitas de comidas empilhadas e tapurus espalhados pelo chão e até subindo pelas paredes da unidade.

“Estamos trabalhando nessas condições expostos a todo tipo de doença e o estado quer nos dar de prêmio a retirada da insalubridade dos agentes penitenciários. Não iremos aceitar isso”, afirmou o agente.

GOVERNO- Em nota, a Sejuc informou que não há qualquer tipo de envolvimento com representantes do crime organizado e ressaltou que não recebeu e não irá receber nenhuma doação de colchões para o sistema prisional.

Esclareceu que em setembro de 2016 a Sejuc adquiriu, por meio de processo licitatório, 400 colchões para as unidades prisionais, o que supriu por completo a demanda existente.

A Sejuc reforçou que a Pamc passa por reformas, a primeira grande reforma desde quando foi fundada em 1989, que visa reestruturar as alas e retirar a sujeira e o esgoto a céu aberto na unidade. O objetivo é trazer mais dignidade para todos que convivem no sistema.

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