Polícia

Crime organizado faz ataques para ter respostas sobre sumiço de presos

Desde domingo, 06, uma série de ataques criminosos a prédios públicos, instituições policiais e agências bancárias estão sendo alvo de ações possivelmente arquitetadas pelo crime organizado. Duas agências de banco foram queimadas na noite do domingo. Na madrugada de segunda-feira, 07, três indivíduos tentaram incendiar o prédio onde funciona a Delegacia do Idoso, no bairro Tancredo Neves, zona oeste. Na madrugada desta terça-feira, 08, criminosos incendiaram o plenário da Câmara de Vereadores de Mucajaí, município que fica a 52 quilômetros de Boa Vista.

Na madrugada da segunda-feira, os bandidos tentaram um ataque à sede do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) do bairro Nova Cidade, zona oeste da Capital. Na ocasião, deixaram um bilhete escrito à mão como recado do PCC (Primeiro Comando da Capital) para autoridades do Estado,que seriam responsáveis pelo desaparecimento de sete detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), no mês de abril deste ano.

A intenção dos elementos é intimidar o Estado diante do que eles chamam de “opressão” dentro do sistema prisional. A Polícia Civil por meio da Delegacia Geral da Polícia Civil de Roraima e a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) uniram-se, no dia 15 de maio, para anunciar que uma força-tarefa com intuito de investigar o sumiço de detentos seria desencadeada. Passaram-se quase três meses e a polícia ainda não concluiu o inquérito, tampouco anunciou qualquer resultado.

FORÇA TAREFA – A Polícia Civil de Roraima informou, por meio de nota, que a investigação em questão está em andamento e tramita no Núcleo de Pessoas Desaparecidas e corre em segredo de Justiça. E acrescentou que outras informações não podem ser repassadas no momento para não atrapalhar as investigações.

OAB – A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também comunicou, por meio de nota, que ao receber denúncia de familiares de detentos, afirmando o suposto desaparecimento dos presos, em abril deste ano, de imediato encaminhou os relatos ao Ministério Público e à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), pedindo providências para o caso.

Posteriormente, a CDH tomou conhecimento, através da imprensa, que o Governo do Estado havia constituído uma comissão composta por membros da Sejuc e Secretaria de Segurança Pública (Sesp) para investigar e esclarecer o desaparecimento/fuga dos internos.

“Não é crível que as investigações sobre as denúncias feitas há mais de 90 dias, dentro do sistema prisional, ainda não tenham sido concluídas. É preciso que haja o efetivo e célere esclarecimento dos fatos ocorrido a fim de que se possa dar uma resposta aos familiares e à sociedade.

A OAB vem acompanhando o caso e cobrando do Executivo estadual o resultado das investigações a fim de apurar as devidas responsabilidades”, afirmou o presidente da OAB, Rodolpho Morais. (J.B)