Política

Disputa deixa relação entre PP e governo Suely estremecida

Após entrevista de Hiran Gonçalves na Folha, sobre sua permanência no partido, governadora Suely fala nos bastidores em deixar o PP

A governadora Suely Campos (PP) admite, nos bastidores da política, que a relação do PP com o seu governo está “trincada”. O motivo seria a declaração do presidente regional do partido, deputado federal Hiran Gonçalves, de que não vai deixar a presidência do PP.

A informação sobre o aborrecimento da governadora após a entrevista do deputado Hiran Gonçalves vem de fontes de dentro do governo. “Ela analisa as peças do jogo e vai verificar o que é melhor na conjuntura atual para sua reeleição, se ficar no PP ou aceitar a presidência regional de outro partido que lhe mais poder”, disse um dos políticos ligados ao governo Campos.

Mas, apesar de a movimentação nos bastidores estar intensa, oficialmente a história é outra. A governadora não quis falar com a imprensa sobre seus rumos partidários para 2018 e, nas coletivas com a imprensa, tem saído antes de ser questionada sobre os assuntos, deixando o secretário Oleno Matos, chefe da Casa Civil, para falar com os jornalistas.

Ao ser questionada sobre o tema, a Secretaria de Comunicação Social do Governo de Roraima informou, por meio de nota oficial, que até a presente data a governadora Suely Campos permanece no Partido Progressista. “Qualquer alteração, se houver, será dada publicidade”, destacou.

MUDANÇA – A governadora contava como certo assumir a direção regional do PP. Mas, após o deputado Hiran Gonçalves manter os pés firmes na direção da sigla, ela pensa em outros rumos visando às eleições de 2018. O atual presidente do PP disse que não acredita que a direção estadual vá compactuar com a mudança regional e que, apesar das divergências de opinião, vai continuar apoiando a administração estadual.

Tudo indica que a direção nacional do partido deverá optar por deixar Gonçalves dirigindo os pepistas em Roraima, afinal, o interesse de cada partido é ter o máximo de deputados federais, que levam tempo de TV nas eleições e mais recurso do fundo partidário. “Falei que o grupo poderia conversar com o presidente Ciro Nogueira, sem minha presença e, se for da vontade da executiva, vamos acatar. Mas não acredito que vá haver uma movimentação neste sentido. Fui muito claro com a Executiva nacional e a governadora de que ela será nossa candidata à reeleição, inclusive, gostaria de continuar contando com a governadora no nosso partido”, frisou Gonçalves.

ABRIGO – Uma das legendas que está sendo cotada como um possível abrigo para Suely Campos é o PRB, do deputado estadual Mecias de Jesus. Se a governadora deixar mesmo o PP, devem acompanhá-la na debandada os deputados estaduais Brito Bezerra, líder do governo na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Oleno Matos, licenciado por estar chefiando a Casa Civil, e o suplente Chicão da Silveira, presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Além deles, quase todas as lideranças pepistas ligadas ao ex-governador Neudo Campos vão seguir o mesmo caminho.