Cotidiano

“Ensino Superior vai proporcionar futuro melhor para minha família”, diz estudante

Com o período de inscrições aberto, os estudantes Matheus Cunha e Régis Lews vão tentar o ingresso no Ensino Superior pelo programa

O ingresso no Ensino Superior é um passo decisivo na vida de um estudante, principalmente quando o curso escolhido possui alta concorrência, como Medicina, Direito, Engenharia Civil, por exemplo. Diante desta realidade, os estudantes Régis Lews, de 19 anos, e Matheus Cunha, 18 anos, viram no Programa Universidade Para Todos (ProUni) outra oportunidade de entrar na faculdade.

Natural de Goiás e residente em Roraima há quatro anos, Matheus Cunha sonha em cursar Direito. Para ele, o ProUni traz uma possibilidade maior de ingresso, tendo em vista o atual cenário de inserção no Ensino Superior público. Por trabalhar durante o dia, ele não pode depender dos horários disponíveis na grade da Universidade Federal de Roraima (UFRR), que requer flexibilidade do horário do estudante.

Apesar da dificuldade em relação ao tempo que possui para estudar, o jovem conta com a ajuda do cursinho preparatório, que segundo ele vem para revisar o que já foi estudado em casa. Para Matheus, conseguir a vaga significa poder proporcionar algo para a família no futuro. “O Ensino Superior não é mais necessário, ele é praticamente obrigatório diante do cenário atual do país”, avaliou.

O estudante contou que no 1º ano do Ensino Médio tinha vontade de cursar Medicina, mas mudou de ideia quando entrou no cursinho. O planejamento necessário para a faculdade de Medicina foi o peso da decisão, levando em consideração o preparatório para ingressar no curso, a residência e as outras etapas necessárias até a formação completa. “Preferi o Direito, porque em cinco anos faço o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pronto”, pontuou.

Pelo curso não ser oferecido nas faculdades particulares de Boa Vista, Régis Lews almeja ingressar no curso de Medicina pelas faculdades do Nordeste e do Amazonas. Conforme o estudante, o desejo de praticar a Medicina esteve presente desde a infância. “Sempre foi um sonho proporcionar saúde com meu trabalho. Conseguir entrar vai ser a realização profissional da minha vida”, disse. (A.G.G)

Inscrições para o ProUni estão abertas
 
O Ministério da Educação e Cultura (MEC) abriu nesta segunda-feira, 31, o período de inscrição para selecionar 77 mil bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni). Os interessados terão que se inscrever apenas pelo site do programa (http://siteprouni.mec.gov.br/). Segundo o MEC, as bolsas ofertadas agora não foram preenchidas na seleção do segundo semestre deste ano, quando foram disponibilizados 147.492 benefícios.

Conforme o MEC, os estudantes terão dois prazos de inscrição. Para os candidatos que não estão matriculados em alguma instituição de Ensino Superior, o prazo de inscrição seguirá até 25 de agosto. Já para os que estão matriculados, as inscrições terminam no dia 30 de outubro.

EXIGÊNCIAS – Os interessados em obter uma bolsa no programa precisam ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010, para tanto, a nota na prova precisa ser igual ou superior a 450 pontos, além de não ter zerado a prova de redação.

Para concorrer às bolsas integrais, o candidato deve ter renda familiar bruta mensal, per capita, de até um salário mínimo e meio. Para as bolsas parciais, de 50%, a renda familiar deve ser de até três salários mínimos por pessoa. Além disso, o candidato deve satisfazer a pelo menos um dos três requisitos: ter cursado Ensino Médio na rede pública ou ter sido bolsista integral numa escola privada; ter alguma deficiência ou ainda ser professor da rede pública de Educação Básica. No caso dos professores, as bolsas são para cursos de licenciatura e não há limite de renda. (A.G.G)
 
MEC deveria aumentar vagas em universidades públicas, dizem alunos
 
Apesar do interesse em se inscrever, os estudantes Matheus Cunha e Régis Lews consideram o Programa Universidade Para Todos (ProUni) como “mais um meio de poder se inserir no Ensino Superior”. Para os dois jovens, em nenhum momento o Governo Federal pensa nas pessoas que também querem fazer faculdades de Direito e Medicina e passam por dificuldades maiores, por não ter condições ou tempo para estudar.

Para exemplificar, Matheus disse que a concorrência ampla na Universidade Federal de Roraima (UFRR) é de 28 vagas para Medicina. “Só aqui no cursinho tem duas classes Supermed, totalmente direcionadas a esse vestibular. Vai ser difícil, em relação aos outros que não puderem se dedicar de fato, passar. O Governo Federal deveria ter mais estrutura pra suportar mais alunos nas faculdades públicas”, finalizou. (A.G.G)