Ex-senador nega filiação ao partido Podemos

O ex-senador Mozarildo Cavalcanti negou, em entrevista à Folha, que seja filiado ao Podemos, antigo PTN (Partido Trabalhista Nacional), conforme anunciado na Rádio Folha AM 1020, no domingo, dia 1º, pela deputada estadual Aurelina Medeiros, presidente regional da sigla. 

“Não sou filiado a nenhum partido e achei prudente aguardar a aprovação da reforma política para tomar uma decisão de para onde eu devo ir. É verdade que fui convidado para fazer parte do Podemos pela presidente nacional do partido, deputada Renata Abreu, e pelo senador Álvaro Dias, que é candidato a presidente por esse partido, mas não tomei minha decisão”, disse.

Mozarildo esclareceu que não aceitou ainda o convite, pois não pretende tomar a direção regional de partidos onde políticos roraimenses estejam no cargo e nem apoiar grupos políticos familiares já existentes em Roraima. “Esse é o caso do Podemos, que tem a deputada estadual Aurelina Medeiros, o filho dela, ambos da base de apoio ao governo estadual, grupo que não pretendo apoiar. Então, tenho que analisar tudo isso antes de tomar uma decisão”, explicou.

O ex-senador disse que se o Podemos não tivesse dois deputados estaduais e mais um vereador que pretende ser candidato a deputado federal, os quais já anunciaram apoio ao grupo governista, ele pensaria de forma diferente. “Em resumo, eu vou aguardar a reforma política e ver como fica, conversar com amigos em Boa Vista para tomar uma decisão que eu não tenha que estar nem ao lado de Romero Jucá [PMDB] nem de Neudo e Suely Campos [PP]”.

Para ele, a tendência da reforma política é dificultar a vida dos pequenos partidos, mas acredita que os médios partidos sairão fortalecidos. “É para onde pretendo ir. Se eu tivesse, por exemplo, aceitado o convite do Podemos, apoiando a base governista, como poderia disputar qualquer cargo, ou para senador ou para deputado federal em um partido que já tem decidido um apoio majoritário? Portanto, é pouco provável que eu entre no quadro de filiações do Podemos. Não pretendo entrar em nenhum partido com golpe de cima para baixo, mas a partir de negociações políticas claras e honestas, que é meu perfil”.

Mozarildo afirmou que está conversando com vários partidos dos quais tem relacionamento político. “Estamos buscando uma candidatura que traga um nome diferente, uma nova vertente, um empresário, um profissional liberal, uma pessoa que de preferência não tenha sido político, mas tenha condições intelectuais ou de experiência, a exemplo do Doria. Quero tomar uma decisão com um grupo de pessoas que tenhamos foco em lançar candidato independente, diferente dos grupos políticos diferentes”.