Polícia

Familiares de detentos cobram por educação, saúde e higiene

Cerca de 20 familiares dos presos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), localizada na zona rural de Boa Vista, realizaram um manifesto em frente ao Ministério Público Federal (MPF), na tarde de ontem, 6, no bairro São Francisco, zona Norte. Entre os familiares estavam mães, esposas e filhos, eles informaram que estavam reivindicando, principalmente a educação, saúde e higiene.

Uma das familiares, Sandra Valéria, relatou que o Governo do Estado não está repassando o kit de higiene aos detentos e que a comida, quando é entregue, chega em menor quantidade, além das visitas que passaram a ser quinzenais. “Queremos visitar pelo menos uma vez na semana. E já que não há repasse de alimentação e kit de higiene por parte do governo, queremos autorização para levar isso”, disse.

Ela explicou que os familiares vão continuar realizando o manifesto em órgãos e entidades como Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Roraima (OAB-RR) e no Palácio do Governo, a fim de garantir os direitos. “Somos humilhados, eles não dão resposta. O diretor não se prontifica a falar. Pedimos apoio, eles já estão pagando a pena deles, mas precisam de melhoria para voltar à sociedade”, protestou.

Durante a manifestação, um dos familiares ligou para um detento da Pamc. À equipe de reportagem, o preso relatou por telefone que estão punindo coletivamente os detentos. “Aqui tem 1.200 encarcerados. A direção do presídio está usando de um poder que não cabe a ela”, disse o preso.

DESIPE – Após o caso, o diretor do Departamento do Sistema Prisional (Desipe), Alan Delon, disse que os próprios detentos estão jogando as marmitas nas alas, acumulando lixo. Dessa forma, o órgão achou melhor suspender as visitas desde o fim de semana passado devido ao ambiente insalubre que os próprios presos causaram. “Estão querendo chamar atenção para que o Estado conceda a visita todo fim de semana”, disse.

Ele explicou que os materiais de limpeza e higiene foram aumentados, mas que os presos estão impedindo o recebimento. Conforme relato do diretor, a equipe de guardas se dirige a ala, chama pelo respectivo nome e ninguém responde ou se manifesta. “Eles mesmos estão causando o caos”, frisou.

MPF – Em nota, o Ministério Público Federal em Roraima (MPF/RR) informou que recebeu representantes de familiares de presos que cumprem pena na Pamc. “Os problemas relatados pelo grupo de mulheres serão apurados e irão compor procedimento instaurado pelo órgão ministerial. Articulado com o Ministério Público do Estado, o MPF busca a preservação dos direitos e garantias dos apenados, nos termos da lei”, finalizou. (A.G.G.)