Política

Hiran confirma interesse em continuar como presidente do PP no Estado

Parlamentar confirmou que, durante reunião, a governadora Suely Campos pediu a presidência estadual do partido

O deputado federal Hiran Gonçalves, presidente do Partido Progressista (PP) em Roraima, confirmou o seu interesse em continuar como líder da sigla no Estado e que acredita na não interferência da presidência nacional do PP em uma possível mudança na cúpula da sigla. A afirmação do deputado foi dada em entrevista ao programa Agenda Parlamentar deste sábado, na Rádio Folha AM 1020, em resposta a comentários que circularam em redes sociais e nos bastidores da política sobre sua possível saída da presidência da sigla para atender a um pedido da governadora Suely Campos (PP), que pleiteou assumir a presidência estadual.

“Estávamos guardando essa discussão partidária de uma maneira muito privada, pois se trata de uma conversa interna do partido, em que foi colocada a intenção da governadora (Suely Campos) vir a presidir o partido. Falei que respeito sua história e dos colegas, mas a presidência do partido foi uma conquista pessoal e que pretendo preservar, continuando a presidir o PP”, disse.

“Disse isso de uma forma amigável e que tudo foi acordado quando da minha vinda para o PP. Tenho sido parceiro do Governo do Estado e mantenho o compromisso de apoio à governadora à reeleição e não há nenhuma restrição ao meu comportamento como deputado parceiro e presidente do PP”, acrescentou, confirmando que houve a reunião antes do Carnaval com a governadora Suely Campos e alguns aliados, entre eles o deputado Brito Bezerra, o secretário-chefe da Casa Civil, Oleno Matos, o presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Chicão da Silveira, e o secretário adjunto de Saúde, Paulo Linhares.

O fato de Hiran não ter apoiado Suely Campos na eleição para o Governo do Estado em 2014 foi um dos motivos alegados pelo grupo para que ele cedesse a presidência do partido, o que estaria gerando um enfraquecimento do partido. “Não posso concordar com isso. Nas eleições de outubro passado, algumas movimentações internas de nossos aliados acabaram não indo ao encontro dos interesses da sigla, quando deixaram de apoiar candidaturas do PP nos municípios. Isso contribuiu para que não tivéssemos sucesso nas eleições, alguns por falta de engajamento de aliados e em outros pelo apoio dado a outro candidato”, afirmou, citando como exemplos os candidatos do PP nos municípios de Cantá, Mucajaí e Pacaraima, onde aliados e membros do Governo do Estado deixaram de apoiar os candidatos do partido e fizeram campanha para outras chapas.

“Estas foram às razões fundamentais para que não tivéssemos sucesso nas eleições em alguns municípios e coloquei isso com muito respeito à posição dos colegas. Mas deixei claro que se essa fosse uma decisão da presidência nacional do PP eu até aceitaria, mas não vejo razão para isso, pois me sinto muito capaz de presidir o PP e fazer o partido crescer no Estado”, afirmou.

Também foi confirmada uma visita da governadora ao gabinete do presidente nacional da sigla, Ciro Nogueira, na semana passada, mas que não houve evolução na conversa. “Falei que o grupo poderia conversar com o presidente Ciro Nogueira, sem minha presença, e a governadora falou que não tinha interesse em fazer dessa movimentação um confronto e que só haveria mudança de comum acordo e até pela nossa amizade e respeito mútuo, acredito que houve respeito às posições. Mas fui muito claro com a executiva nacional e a governadora de que ela será nossa candidata à reeleição, até porque percebo essa movimentação já visando às eleições de 2018 e se for da vontade da governadora vamos cerrar fileira juntos para a reeleição”, afirmou.

Quanto a uma data para definição da nacional sobre o pedido da governadora, Hiran disse que essa é uma decisão que não depende dele, mas da executiva nacional. “Se for da vontade da executiva, vamos acatar. Mas não acredito que vá haver uma movimentação neste sentido”, disse. “Inclusive gostaria de continuar contando com a governadora no nosso partido, pois acredito que se possa conversar, termos uma melhor acomodação no partido e discutir nossas estratégias para as próximas eleições. Sei que não serei eterno, mas enquanto for presidente vou lutar para fortalecer o PP no cenário nacional e em Roraima”, frisou. (R.R)