Cotidiano

Número de acidentes com ciclistas caiu 80%, diz Prefeitura de Boa Vista

Até dois anos atrás, Boa Vista era a única capital a não ter ciclovia ou ciclofaixas

Criada com a proposta de aliar a prática de hábitos saudáveis a melhorias no ordenamento do trânsito na capital, as ciclovias e ciclofaixas, espaços exclusivos para ciclistas, fazem parte do Plano de Mobilidade Urbana da Prefeitura de Boa Vista implantado no município há cerca de dois anos.

Orçado em R$ 60 milhões, o projeto prevê ainda a construção de pontes, abrigos de ônibus e reforma do miniterminal Luiz Canuto Chaves, localizado no Centro. Segundo a própria Prefeitura de Boa Vista, essa já é considerada a maior obra idealizada na capital, que era a única no País que ainda não tinha nenhum quilômetro de faixa exclusiva para ciclistas.

Apesar da grande relevância do projeto, uma boa parte da população parece não ter se acostumado ainda com a ciclovia e o resultado é o número considerável de ciclistas que trafegam fora do espaço criado para eles.

“A importância da ciclovia está justamente em salientar junto ao ciclista da nossa capital que ele tem um espaço exclusivo que garante a segurança no seu deslocamento. É um instrumento tão benéfico que a Prefeitura já identificou que, desde o início de sua implantação, houve uma redução de 80% no número de acidentes envolvendo esse tipo de público”, afirmou o secretário Municipal de Segurança Urbana e Trânsito (SMST), Raimundo Barros.

De acordo com Barros, dos 50 quilômetros de extensão de faixa exclusiva previstas no projeto, a administração municipal já concluiu 40 quilômetros, posicionando Boa Vista na 6ª colocação entre as capitais com mais quilômetro de ciclovia por habitante. “Só para você ter uma ideia da aceitação das ciclovias, em alguns trechos que fizemos levantamentos, nós percebemos um fluxo de uso de 400 usuários em média no período habitual de uso, que seria manhã e tarde. Então, é um uso significativo e, como é uma modalidade nova ainda, há um período de adaptação para as pessoas, mas só o fato de termos conseguido essa redução de 80% nos acidentes envolvendo ciclistas já é um dado bastante significativo para nós”, comentou.

Para reforçar ainda mais a relevância desses espaços para a população, a Prefeitura de Boa Vista lançou recentemente a campanha “Quem Ama Cuida”, ressaltando os cuidados com o patrimônio público. Entre os temas ressaltados nas peças publicitárias está o respeito a quem utiliza as ciclovias.

“Essa foi uma das maneiras encontradas pela Semuc [Secretaria Municipal de Comunicação] de fazer com que a população veja a importância da ciclovia na vida das pessoas. É um projeto que possibilita melhor ordenamento no trânsito, a redução no número acidentes, consequentemente desafoga os hospitais, contribui para a prática de exercício entre a população, e é benéfico para o meio ambiente, pois as pessoas vão optar por utilizar um meio de transporte barato e não poluente”, salientou.

Outro ponto destacado pelo secretário diz respeito à implantação de outros projetos paralelos que reforçam ainda mais a importância da ciclovia na capital. Entre eles está a execução de um projeto para alugueis bicicletas acessível para a população.

“Essa é uma ideia que já está avançada, porém ainda estamos na busca pela empresa que ficará responsável por fornecer essas bicicletas. Essa demora infelizmente está se dando por uma questão meramente de interesse dessas empresas, mas nós queremos implantar essa iniciativa, para que a população tenha a disposição esses veículos para aluguel, para que o interessado possa pegar a bicicleta, que será disponibilizada por um preço acessível, e tenha condições de ir até o seu trabalho ou possa utilizá-la para o seu lazer. Haverá pontos estratégicos onde a pessoa poderá adquirir a bicicleta e, ao término das suas atividades, deixá-la sem dificuldades”, pontuou Barros.

Para finalizar, o secretário afirmou que a Prefeitura já estuda um plano para ampliar a extensão de quilômetros de faixas exclusivas e adiantou que a administração municipal está captando convênios para tornar essa possibilidade em algo real. “Já temos novos projetos que deverão ser implantados com o tempo, entre eles está a ampliação dessas faixas exclusivas. A catalogação de novos trechos, de acordo com o dimensionamento da cidade,  foi iniciada e a nossa intensão é ter estabelecido tudo até o final desse ano, mas ainda é uma questão a ser acertada”, concluiu. (M.L)

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