Cotidiano

Professores estaduais ligados ao Mote podem paralisar novamente

Novo protesto acontecerá somente no caso de o Governo do Estado não receber os representantes do Movimento Organizado em até duas semanas

O Movimento Organizado dos Trabalhadores em Educação (Mote) promoveu ato de advertência na manhã de ontem, 2, em frente ao Palácio Senador Hélio Campos para demandar melhorias para a categoria. O ato começou com atraso e foi encerrado mais cedo por conta da chuva.

Segundo a professora Albanira Cordeiro, membro do Mote, a manifestação ocorreu de forma tranquila. Três membros do Movimento, escolhidos na hora, foram até o Palácio para receber uma resposta do Governo do Estado.

O Mote havia pedido uma reunião para ontem com a governadora Suely Campos e representantes da Secretaria Estadual de Educação (Seed), com o objetivo de tratar principalmente sobre o pagamento do retroativo das progressões, reposição salarial e o enquadramento de mais 1.200 professores. “Representantes do governo disseram que não iam nos atender porque a governadora Suely estava em agenda no interior e que a gente aguardasse uma ligação, que eles iam marcar uma data”, informou.

Os professores membros do Mote vão aguardar o contato do Estado. Se não houver uma resposta até segunda-feira, dia 14, será organizada uma nova paralisação de advertência para quarta-feira, 16. “A princípio, a paralisação é de advertência. Caso não sejam recebidos pelo governo, os professores pretendem exigir do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Roraima (Sinter) uma assembleia para deflagrar a greve”, frisou.

O Movimento Organizado complementou ainda que, durante esses 15 dias de espera, vai continuar com as ações de mobilização dos professores nas escolas da Capital e do interior, além de intensificar a campanha nas redes sociais pedindo ao Poder Executivo que atenda as reivindicações da categoria.

DISCORDÂNCIA – Sobre o Sinter, Albanira Cordeiro declarou que a determinação do Sindicato de se posicionar contrário à paralisação foi uma ‘surpresa para toda a categoria’. “Eles não fizeram assembleia geral, não convocaram a categoria e quando a gente organiza alguma coisa, para a nossa surpresa, ao invés de eles se posicionarem junto da gente, eles se colocam contra”, argumentou.

A professora comentou ainda as declarações do Sinter de que o Movimento não seria legítimo para defender os professores da rede estadual de ensino. “Toda a categoria entende que legitimidade política não tem necessidade de um respaldo jurídico. Legitimidade política todos nós temos e temos direito de fazer a nossa reclamação. O respaldo quem dá é a categoria”, pontuou.

Por fim, a professora reforçou que o Movimento deverá continuar com uma ação independente. “O nosso movimento só tem crescido. De fevereiro para cá houve um aumento significativo e temos certeza que numa próxima paralisação a participação vai ser ainda maior”, frisou.

OUTRO LADO – Em nota, a Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) informou que os representantes da pasta se reuniram na manhã desta quarta-feira, 2, com a diretoria do Sinter. A Seed alegou que o sindicato é o “representante legal da categoria no estado” e que durante a reunião “foram ouvidas as demandas da classe”.

A Seed disse ainda que continua debatendo as demandas da categoria mesmo diante das dificuldades financeiras e orçamentárias pela qual o Estado tem passado e mantém diálogo aberto com a classe dos trabalhadores em educação.

“O governo ressalta que avanços já foram alcançados, como o enquadramento de 2.807 professores na nova remuneração, que chega a R$ 12 mil. Além disso, mais de mil professores foram beneficiados com o pagamento das progressões verticais e quase R$ 6 milhões em progressões horizontais foram pagos nos últimos três anos. Os professores não recebiam esses benefícios desde 2011”, pontuou.

Ao finalizar a nota, o Estado reforçou que nas questões orçamentárias, com o impacto da crise que o país está atravessando e redução dos repasses federais, a prioridade continua sendo o pagamento do salário dos servidores. (P.C)