Todo mundo experimenta sentimentos de ansiedade ao longo do tempo, incluindo as crianças. Estes sentimentos podem variar de uma leve sensação de desconforto para um pânico, dependendo da pessoa e da situação.
De acordo com o psiquiatra Alberto Iglesias, é natural que situações desconhecidas ou desafiadoras possam trazer à tona sentimentos de ansiedade ou nervosismo em pessoas de todas as idades. “Você pode sentir isso quando você tem uma grande apresentação no trabalho, por exemplo, ou quando a vida fica muito agitado”, explica o médico.
Ele explica que crianças podem se sentir, também, em situações semelhantes – quando enfrenta um teste importante ou mudar de escola, por exemplo. “Estas experiências podem desencadear ansiedade normal, porque eles nos levam a concentrar-se e nos questionar: E se eu fracassar? E se as coisas não saírem como eu planejei?”, conta.
Certa quantidade de ansiedade é normal e pode até ser motivador. Ela nos ajuda a permanecer alerta, focado, e pronto para nós fazermos o nosso melhor. Mas a ansiedade que é muito forte ou muito frequente pode tornar-se paralisante e interfere na capacidade de fazer as coisas e, em casos graves, pode dificultar a realização de diversas coisas boas e agradáveis da vida.
Transtornos que as crianças podem obter incluem:
Causas
Especialistas não sabem exatamente o que causa transtornos de ansiedade. Várias coisas parecem desempenhar um papel, incluindo a genética, a bioquímica cerebral, uma resposta de luta-fuga hiperativa, as circunstâncias estressantes da vida e comportamento aprendido.
Uma criança com um membro da família que tem um transtorno de ansiedade tem uma chance maior de desenvolver um também. Isso pode estar relacionado a genes que podem afetar a química do cérebro e regulação dos neurotransmissores. Mas nem todo mundo com um membro da família que tem um transtorno de ansiedade desenvolverão problemas com ansiedade.
Para o especialista, coisas que acontecem na vida de uma criança podem definir o cenário para transtornos de ansiedade na infância ou mais tarde na vida. Entre os exemplos, Perda (como a morte de um ente querido ou separação dos pais) e transições importantes da vida (como se mudar para uma nova cidade) são gatilhos comuns. Crianças com histórico de abuso também são mais vulneráveis à ansiedade.
“Crescer em uma família onde os outros estão com medo ou ansiosos também pode “ensinar” a criança a ver o mundo como um lugar perigoso. Da mesma forma, uma criança que cresce num ambiente que é realmente perigoso (se houver violência na família da criança ou da comunidade, por exemplo) pode aprender a ser medroso ou esperar o pior”, explica o médico.
Tratamento
Uma criança com ansiedade pode ser tratada por um psiquiatra. Um terapeuta pode olhar para os sintomas, diagnosticar o transtorno de ansiedade específico, e criar um plano para ajudar a criança a lidar com a ansiedade.
Um tipo de terapia da conversa chamada terapia cognitivo-comportamental (TCC) é frequentemente utilizado.
“No TCC, as crianças experimentar novas maneiras de pensar e agir em situações que podem causar ansiedade, e para gerir e lidar com o estresse. O terapeuta oferece apoio e orientação e ensina novas habilidades de enfrentamento, como técnicas de relaxamento ou exercícios respiratórios. Às vezes, mas nem sempre, a medicação é usado como parte do tratamento para a ansiedade”, explica o médico.
Ajudando seu filho a lidar
A melhor maneira de ajudar o seu filho é reconhecer o problema, sem julgamento de apoio. Falar abertamente sobre os sintomas do seu filho e realmente tentar entender como eles estão afetando a vida cotidiana. Ela também pode ajudar a falar com outros adultos que participam da vida de seu filho, como professores e treinadores.
“Seja paciente e positivo como o seu filho. Às vezes ajudar a falar com ele sobre suas próprias preocupações e como você foi capaz de superá-los pode auxiliar. Tenha certeza de que com o cuidado certo, seu filho pode superar a ansiedade e aprender a encarar o futuro”, finaliza Iglesias.