Cotidiano

Sem trabalhar há mais de três meses, venezuelano pede emprego nas ruas de Boa Vista

A falta de oportunidade obrigou o mecânico a pedir emprego de forma nada convencional: uma placa de papelão no pescoço e o pedido de uma chance para trabalhar

A falta de oportunidades de emprego não desanimou o venezuelano Geise Mota, de 37 anos. Há mais de três meses ele anda pelas ruas de Boa Vista com uma placa de papelão pendurada no pescoço pedindo uma chance para trabalhar.

Em novembro do ano passado, o venezuelano deixou o município de Puerto Ordaz, no Estado de Bolívar, e veio para Boa Vista com mulher e filha em busca de melhores condições de vida.

No começo, o venezuelano contou que chegou a conseguir emprego, mas a falta de serviços fez com que ele fosse demitido. “Trabalhei como mecânico, mas sai porque estava fraco de serviço nesses meses”, disse.

Mota relatou que a crise econômica e política tornaram a permanência dele e da família no país vizinho insustentável. “Vim para cá em busca de melhorias de vida, porque a situação na Venezuela está caótica sem alimentos, remédios e sem dinheiro. Emprego lá até tem, mas não dá para se sustentar”, contou.

Sem oportunidades de trabalho na Capital, o venezuelano optou por pedir ajuda nas ruas de uma maneira nada convencional. “Quando vim para o Brasil pensei que fosse diferente e que iria achar emprego mais rápido. Procurei vários lugares e até cheguei a conseguir empregos, mas depois ficou difícil. Todo trabalho é honesto. Trabalho por diário, faço mudanças, de pedreiro, sei fazer de tudo”, afirmou

O venezuelano cobra R$ 50,00 pela diária, mas disse que espera conseguir trabalho fixo para ajudar a sustentar a família. “Dependendo muito das condições de quem precisa, tem gente que só tem R$30 ou R$20, e acho que é melhor isso do que nada. É muito difícil se sustentar aqui com aluguel, energia e água sem emprego. Mesmo assim não vou desistir e vou continuar até conseguir trabalho fixo”, frisou.