Cotidiano

Sem verba, Força Nacional pode perder 66% do efetivo

Dos 102 homens que foram enviados no início do ano para Roraima, apenas 79 continuam no Estado

Principal braço executor do Plano Nacional de Segurança do governo Michel Temer (PMDB), a Força Nacional de Segurança poderá perder 66% do seu efetivo de 2.350 homens e mulheres por questões orçamentárias até o fim deste mês.

Diante de um déficit previsto de R$ 120 milhões, o coordenador-geral da administração do departamento responsável pela gestão da tropa, João Francisco Goulart dos Santos, sugeriu que o Ministério da Justiça desmobilize 1.550 policiais e militares da reserva que hoje compõem o efetivo ou peça uma suplementação para conseguir pagar diárias e passagens.

As informações foram expostas no Memorando 893, considerado urgentíssimo e direcionado ao coronel Joviano Conceição Lima, diretor da Força. “Tendo em vista o imenso contingenciamento em todas as áreas ao governo federal, considero que, não havendo suplementação orçamentária, rogo pela autorização para aplicação da solução 2 (desmobilização)”.

Em nota, o Ministério da Justiça disse que “o pedido de suplementação orçamentária para a Força Nacional está sob análise no Ministério da Justiça e Segurança Pública”. “Assim que concluídas as avaliações necessárias, uma solução cabível será imediatamente adotada.”
O Ministério do Planejamento informou que “novas liberações de recursos estão condicionadas aos compromissos assumidos pelo governo com o novo regime fiscal, que impõe limite para o teto do gasto da União”.

Em janeiro, Roraima solicitou agentes da Força Nacional no Estado após o massacre ocorrido na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), onde 33 homens foram mortos. O então Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, acatou o pedido e enviou 102 homens da Força Nacional para reforçar a segurança local por um período de 30 dias.

O prazo chegou ao fim e o Estado preparou um ofício solicitando a prorrogação por mais 180 dias da presença dos agentes, que foi acatado em seguida. No final de maio, outro pedido de prorrogação foi feito e os agentes devem ficar no Estado até dezembro. No entanto, dos 102 homens que foram enviados no início do ano, apenas 79 continuam no Estado.