Cotidiano

Servidores participam de palestra com representantes de Fundação

O intuito é apresentar propostas de projeção da cidade para crianças pequenas

Há dois dias, as representantes da Fundação Bernard Van Leer, Fernanda Vidigal e Irene Quintáns, estão em Boa Vista com a intuito de conhecer a cidade e formar propostas que reforcem o olhar para a Primeira Infância. Na tarde dessa quinta-feira, 4, elas se reuniram com os servidores das secretarias municipais, no Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI) para apresentarem propostas de projeção da cidade para o público infantil e para famílias com crianças pequenas.

Entre os convidados estavam engenheiros, urbanistas, arquitetos, servidores do social, saúde, educação e secretários municipais. A palestra buscou difundir a importância de projetar cidades do ponto de vista das crianças, proposta pelo programa Urban95. Esta é uma iniciativa da instituição através da qual se pretende pensar em uma resposta para a seguinte pergunta: Se você pudesse ver a cidade a partir de uma elevação de 95 cm – altura média de uma criança de 3 anos – o que você faria de diferente?

A intenção é apresentar ideias inovadoras que possam ajudar no planejamento urbanístico da cidade, usufruindo dos programas que a prefeitura já desenvolve. A Fundação é uma instituição holandesa que atua apoiando diversos projetos no Brasil e no mundo, sendo uma das mais respeitadas entidades atuantes no desenvolvimento infantil.

A palestrante Irene Quintáns, arquiteta urbanista, que atualmente trabalha na consultoria da Fundação, quis mostrar aos servidores que uma ação simples, sutil e delicada interfere e se torna importante para a primeira infância. Uma das dicas dada foi usar a criatividade dos jovens do Projeto Crescer para produzir algo que melhore confortavelmente o ambiente da cidade tanto para crianças, gestante e idoso. Exemplo, fazer bancos de pneus e instalar em diversos pontos da cidade, que servirá para a mãe amamentar, o idoso descansar e diversos outros benefícios.

“Se você não consegue aplicar uma solução real, não vai entender a importância de trazer esse olhar. Trouxemos algumas propostas, não vamos executar, mas falar do que esses lugares precisam. A cidade tem parques grandes, todavia precisa de pequenos espaços distribuídos por toda cidade. Proximidade é a palavra-chave, pequenos lugares de proximidades, seja de espaços físicos próximos dos domicílios ou facilidades de locomoção para chegar até esses lugares”, frisou.

Boa Vista tem inúmeros exemplos de ações já executadas pelo município, através do Programa Família que Acolhe e de uma rede integrada de serviços sociais. Mas não se trata apenas de ações, o plano é pensar em como a criança usa a cidade para o seu crescimento e desenvolvimento. Ações que garantem o desenvolvimento saudável da criança dentro do contexto urbano.

O servidor Edward Soares, urbanista do Programa Braços Abertos, assistiu a palestra e frisou a importância da ideia de planejar a cidade com essa intenção urbanística pensada e voltada para este público.

“Isso é algo que aprendemos na faculdade de arquitetura, de aprender a fazer projetos de joelho no chão para imaginar a visão da criança. Sendo que ela tem alguns riscos que adulto não tem. Por exemplo, o canto da mesa, o adulto pode no máximo bater a perna ali, mas uma criança pode bater a cabeça. Isso se estende para a cidade, em pensar no tamanho do degrau, nas calçadas. E não é só físico é uma questão sensorial, como eu me sinto seguro e confortável usufruindo a cidade”, ressaltou.

É fato que Boa Vista, precisa melhorar alguns pontos para se tornar a melhor capital do Brasil em qualidade de vida e ainda se tornar a Capital da Primeira Infância. Aos poucos, a prefeitura vem adequando a cidade para o público infantil, como por exemplo, a revitalização das praças e a construção de novos espaços públicos, que tem levado inúmeras famílias a usufruírem mais dos ambientes livres da cidade.

Os novos abrigos de ônibus adesivados promovem o fortalecimento dos vínculos afetivos com os pais enquanto esperam o transporte coletivo. “Nessa construção de uma rede de proteção e desenvolvimento infantil existem várias ações que sustentam o nosso propósito de transformar Boa Vista na Capital da Primeira Infância. Além do FQA, temos os projetos sociais, o trabalho nas escolas e nas obras feitas pela cidade que evidenciam um olhar diferenciado para as crianças. Temos que melhorar, mas já demos passos importantes”, disse a prefeita de Boa Vista, Teresa Surita.