Cotidiano

26,6 toneladas de manga são apreendidas em dois dias

Fruta produzida não pode ser exportada desde 2012 por ser hospedeira da Mosca da Carambola; as mangas serão usadas na alimentação escolar

Aproximadamente 26,6 toneladas de manga foram apreendidas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no posto de fiscalização da Defesa Vegetal da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), no posto do Jundiá, em Rorainópolis, neste final de semana. A manga produzida no Estado está impedida de entrar no Amazonas desde 2012 por ser hospedeira da Mosca da Carambola.

A primeira apreensão, de 15 toneladas da fruta, foi feita na madrugada de sábado, 20, por volta das 3h45 da manhã. A segunda foi na tarde de ontem, 21, por volta das 17h, em que foram apreendidas mais 11,6 toneladas de manga.

Conforme o diretor de Defesa, Inspeção e Classificação Vegetal da Aderr, Luiz Cláudio Santos Estrella, nas duas apreensões os motoristas tentaram passar despercebidos pelos fiscais, que suspeitaram e pararam os veículos. “Na segunda, eles empacotaram as mangas em embalagens de cebolas. São maneiras simples de enganar a fiscalização, mas que foram detectadas pelos nossos agentes”, frisou. Com a autuação, os motoristas sofreram uma advertência e, caso sejam flagrados mais uma vez, serão presos por desobediência à lei.

O diretor de Defesa Vegetal informou ainda que nos dois casos foi realizado um termo circunstanciado de ocorrência na Delegacia de Polícia de Rorainópolis para que a manga que está em condições para o consumo em Roraima seja distribuída para escolas e instituições de caridade em Boa Vista. “Apesar de proibida de ser levada para fora do Estado, a manga pode ser consumida e comercializada dentro de Roraima”, ressaltou.

Na semana passada, outras duas toneladas de manga foram apreendidas, também na barreira do Jundiá. A ideia é fazer com que as frutas sejam consumidas em Roraima, sem a necessidade de descartá-las. “Vamos distribuir a manga para as escolas, pois é mais viável que descartá-las, tendo em vista que estão aptas para consumo e vão colaborar com o cardápio da merenda escolar”, disse.

O diretor lembrou que o último foco da mosca da carambola foi detectado em setembro de 2014, na Vila Martins Pereira, município de Rorainópolis. Ele explicou que a Aderr está intensificando o trabalho de controle da mosca no âmbito do plantio comercial, uma vez que o Estado necessita de três ciclos de produção da fruta sem ocorrência da praga para que o transporte da fruta in natura para outros Estados seja autorizado.

“É preciso cumprir a determinação. Essas pessoas que tentam atravessar o fruto não fazem ideia da praga que a mosca da carambola causa. Esta mosca produz 1.250 ovos por fêmea, com um ciclo total de 128 dias. Sob o ponto de vista econômico, o prejuízo é grande e pode ser catastrófico no âmbito social do País inteiro”, afirmou Estella. (J.L)