Cotidiano

Abrigo para venezuelanos está com superlotação; Veja fotos e vídeos em 360 graus

Com falta de espaço e de acomodação, imigrantes vivem de forma improvisada em abrigo mantido pelo governo

Devido à grave crise no país vizinho, o número de venezuelanos no Estado vem aumentando diariamente. O Centro de Referência ao Imigrante (CRI), localizado no Ginásio Poliesportivo do Pintolândia, zona oeste da Capital, que funciona como abrigo, está lotado. O ginásio aloja 570 venezuelanos, sendo 447 indígenas e 123 não indígenas.

Segundo uma liderança indígena dos abrigados, o cacique Jorge, o abrigo se transformou em uma grande aldeia para os indígenas da etnia Warao. Mas ele disse que o local está superlotado e que no momento estão aceitando apenas famílias com crianças. “Não há mais espaço aqui para ninguém. Tudo muito cheio. É difícil ter que dizer isso aos que chegam para tentar ficar, porque eles acabam tendo que dormir na rua”, afirmou.

Ele disse que incidentes com venezuelanos não indígenas está dificultando o convívio em conjunto nos últimos dias devido ao excesso de consumo de bebidas alcoólicas entre eles. “Quase todo dia o pessoal não indígena chega bêbado aqui ou bebe bastante ali fora. Isso é muito ruim. Atrapalham a gente com barulhos e preocupam também. Queremos só indígenas aqui, porque assim diminuem esses problemas”, explicou.

SEM ESTRUTURA – No alojamento para os imigrantes constatou-se a existência de muitas crianças e idosos. Algumas famílias vivem em barracas precárias na parte de fora do ginásio. Os banheiros estão em péssimas condições, com cerâmicas do piso quebradas, algumas pias e chuveiros que não funcionam direito, além da falta de comodidade no local com pessoas dormindo no chão ou nos degraus da arquibancada do ginásio.

Conforme o cacique Jorge, a assistência com comida e atendimento médico são satisfatórios. No entanto, a água para tomar banho é pouca e às vezes falta. “Eles nos dão comida de manhã, de tarde e à noite. Material para limpar também e a gente reveza o serviço. O médico acabou de sair e vem duas vezes por semana”, disse.

GOVERNO – O Centro de Referência ao Imigrante é mantido pelo Governo do Estado, sem auxílio federal. O chefe da Divisão de Minimização de Desastres da Defesa Civil do Estado e responsável pelo CRI, tenente Fernando Troster, explicou que os critérios para permanência no local é de acordo com a necessidade de cada um ao chegar. O tempo limite para ficar no abrigo é de 15 dias, também podendo haver exceções.

Ele disse que os indígenas são maior número por apresentarem dificuldades de adaptação. “Para esses indígenas aprender português e conseguir trabalho é mais difícil”, frisou.

Sobre os casos de venezuelanos não indígenas consumindo bebidas alcoólicas e se envolvendo em confusão no alojamento, o tenente afirmou ser proibido e que advertências são realizadas para coibir e punir esse tipo de conduta. “Quando somos acionados para esse tipo de ocorrência, agimos dando uma primeira advertência verbal, explicando a situação. Caso se repita, a pessoa é expulsa. Dependendo da gravidade, a expulsão é imediata”, explicou. (G.M)

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