Cotidiano

Acidentes envolvendo motos são os que fazem mais vítimas na Capital

Houve redução no número de acidentes, mas as mortes violentas continuam sendo frequentes nas principais avenidas

A frota de veículos em Boa Vista aumentou consideravelmente nos últimos anos. Os novos carros e motos em circulação nas ruas acabam colaborando para um trânsito cada vez mais caótico, com altos índices de acidentes. Os principais envolvidos nestas ocorrências são os condutores e passageiros de motocicletas. Dos 3.549 acidentes registrados até o mês de abril, 2.329 foram com motociclistas e apenas 239 envolveram automóveis de quatro rodas.

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), as vítimas de acidente de trânsito são dividas em seis categorias. De janeiro a abril, 185 pessoas se envolveram em acidente de bicicleta. No mesmo período, mais 83 foram atropeladas, 239 se envolveram em acidentes de carro e 2.329 em ocorrências com motocicleta. Já a colisão entre veículos afetou 38 pessoas. Encerrando a lista, surgem os casos que entraram no Hospital Geral de Roraima (HGR) diretamente no setor do trauma, com 675 registros.

Embora os números sejam altos, nos últimos dois anos a quantidade de acidentes vem diminuindo. Nos quatro primeiros meses de 2016 foram registrados 4.299 acidentes, 17% a mais do que no mesmo período deste ano. Os números são ainda mais positivos se comparados a 2015. Nos quatro primeiros meses daquele ano foram registrados 4.367 acidentes, 18,7% a mais do que em 2017.

De janeiro a dezembro de 2016 foram contabilizados 11.931 acidentes de trânsito, sendo 7.307 envolvendo motocicletas e 798 com carros. Também foram registradas 436 ocorrências com bicicletas, 337 atropelamentos, 410 colisões entre veículos e 2.643 entradas pelo trauma. Já em 2015 foram 13.259 acidentes, sendo mais de 60% deste total, acidentes envolvendo motocicletas, com 8012 registros.

MORTES – Apesar da redução no número de acidentes, o trânsito em Boa Vista ainda é responsável por muitas mortes. Um dos casos mais recentes foi a idosa que morreu após ser atropelada por um veículo que invadiu a parada de ônibus na Avenida Estrela D’Alva, no bairro Raiar do Sol, zona oeste, no dia 9 deste mês. Carolina Apocina Gato, de 64 anos, faleceu logo após dar entrada no HGR.

Dois dias antes, a colisão entre um carro e uma moto na avenida Ville Roy, no bairro Caçari, tirou a vida do estudante de Geologia Álvaro dos Anjos, de 19 anos. A família realizou uma manifestação na semana passada, e fez uma espécie de monumento, fixando no poste de energia a moto destroçada no acidente, pintada de branco. Faixas e cartazes de protesto também foram fixados no muro.

Segundo o chefe de fiscalização do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Vilmar Florêncio, os acidentes fatais ocorrem com mais frequência nas avenidas Ville Roy, entre o Centro e o Caçari, na zona leste; Estrela D’alva, no bairro Raiar do Sol, Ataíde Teive e Princesa Isabel, todas na zona oeste. “Boa parte dos acidentes fatais ocorre nessas vias. Nossa atenção é redobrada nestas localidades para evitar que mais casos assim ocorram”, explicou.

Ele destacou que os acidentes se intensificam aos fins de semana, quando a maioria das pessoas está de folga. “O deslocamento para sítios e locais de lazer é maior neste período. As pessoas costumam abusar do álcool antes de conduzir um veículo. Esses condutores potencializam as chances de ocorrências graves de trânsito”, disse.

SEM CNH – Outro fator que preocupa o órgão de fiscalização do trânsito é o alto número de pessoas que dirigem sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH). “Os condutores de motocicletas são maioria quando falamos de falta de documento. Estes também são os que mais se envolvem em acidentes”, relatou.

Vilmar Florêncio lembrou que o maior número de óbitos no trânsito envolve motocicletas. “Isso se deve pela própria estrutura física do veículo. É um veículo mais ágil, a estrutura dele é menor e possibilita isso, mas também proporciona pouca segurança para os ocupantes. Em qualquer acidente as chances de haver ferimento e lesões corporais são muito grandes”, esclareceu.

Para evitar acidentes, o chefe de fiscalização do Detran recomenda revisão nos veículos, seja moto ou carro. “Neste período de chuva, sabemos que a frenagem dos veículos fica mais dificultosa. O inverno é um momento apropriado para fazer uma checagem no veículo, verificar como estão os pneus, os freios, checar óleo do motor e o que mais for necessário. Também é importante dirigir com atenção, nessas condições adversas, o cuidado do condutor tem que ser redobrado”, aconselhou.