Cotidiano

Aderr reforça fiscalização em Pacaraima contra a febre aftosa

Caso da doença que atinge rebanho bovino foi registrado na Colômbia e pode ter sido importado da Venezuela

Em entrevista ao Programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, o presidente da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), Gelb Platão, informou que a fiscalização sanitária no posto do município de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, foi reforçada devido a um caso de febre aftosa registrado na Colômbia. Ele informou que as autoridades daquele país informaram que o caso provavelmente foi importado da Venezuela.

Recentemente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) elevou Roraima de médio risco para aftosa para livre de aftosa com vacinação. A conquista representa um avanço para pecuaristas locais, que a partir de agora estão liberados para estabelecer relações comerciais com outros estados brasileiros.

O presidente da Aderr declarou que, a partir de agora, o órgão deve trabalhar para a manutenção do status. “Obtivemos essa conquista e não podemos retroceder. Para isso temos intensificado o trabalho de fiscalização nos postos fixos e em barreiras móveis em todas as rodovias do Estado”, informou.

Ele esclareceu ainda que a fiscalização no posto fixo de Pacaraima recebeu um reforço maior. “Aumentamos a quantidade de funcionários que atuam naquela localidade para coibir a entrada de carne animal de origem venezuelana. Tomamos essa medida devido ao registro de um caso de febre aftosa na Colômbia, que faz fronteira com o nosso país vizinho. Não havia registros ali desde 2009 e agora as autoridades sanitárias acreditam que o caso provavelmente foi importado da Venezuela”, explicou.

COMUNIDADES INDÍGENAS – Boa parte da faixa de fronteira entre o Brasil e a Venezuela é seca, ou seja, sem rios fazendo a divisa, o que facilita a passagem de animais. Além disso, quase todo esse território são Terras Indígenas. “Nossa fiscalização é reforçada nestas localidades, onde estão localizadas um pouco mais de 55 mil cabeças de gado. Na época da campanha de vacinação, a própria Aderr vai até a região e vacina o gado, pois sabemos que as comunidades indígenas não teriam condições de fazer isso por conta própria. Chamamos essa ação de Agulha Oficial”, acrescentou.

Aderr ainda aguarda publicação de instrução normativa que libera exportação de frutas

Apesar de Roraima estar livre da febre aftosa, outra praga assola os produtores locais, porém desta vez na área vegetal. A Mosca da Carambola, que entrou em território roraimense pela Guiana, impede que as frutas aqui produzidas sejam vendidas para outros estados, inclusive para o vizinho Amazonas.

Gelb Platão destacou que o mesmo rigor aplicado à fiscalização animal ocorre na fiscalização vegetal. “Todos os dias apreendemos frutas que as pessoas tentam trazer ou levar para o Amazonas, países vizinhos ou até mesmo entre um município e outro. Sempre alertamos a população quanto aos riscos que essa simples atitude pode causar”, disse.

O presidente da Aderr anunciou que o órgão aguarda a publicação de uma instrução normativa por parte do Mapa, para que a agência se adeque para o combate à praga da mosca da carambola. A medida representa um avanço podendo tornar o Estado área livre da praga, liberando a comercialização de frutas para outros estados.

“Essa instrução deve ser publicada na próxima semana. Isso não quer dizer que assim que publicada seremos declarados área livre da mosca da carambola. A instrução irá nos fazer uma série de exigências para que nos tornemos aptos a combater qualquer foco que surja. Ainda não sabemos quais serão essas exigências, mas teremos que nos adequar, assim como aconteceu na conquista do status livre de aftosa com vacinação”, pontuou.

Ele informou ainda que não há como determinar um prazo. “Poderemos estipular prazos após a análise na instrução normativa, mas uma coisa é certa: teremos que fazer investimentos neste sentido para que possamos nos ver livres da praga da mosca da carambola”, concluiu.