Polícia

Adolescente de 15 anos é morto a tiros no Pérola

No fim da tarde de quarta-feira, 28, o adolescente R. da S. L., de 15 anos, foi morto com três tiros na cabeça enquanto aguardava numa parada de ônibus localizada no Conjunto Habitacional Pérolas do Rio Branco, no bairro Airton Rocha, na zona Oeste da Capital. Ao menos três pessoas têm envolvimento direto com o crime. A Polícia Militar teve que ser acionada para isolar a área e evitar um tumulto que se iniciava. Segundo a polícia, há suspeitas de que o crime tenha sido um acerto de contas entre facções rivais.

De acordo com uma testemunha, os autores do homicídio apareceram na parada de ônibus e imediatamente um deles sacou a arma e disparou contra o adolescente, que não teve tempo para reagir ou fugir da abordagem dos elementos. Com os tiros, os vidros que cercam a parada de ônibus ficaram estilhaçados.

Apesar de muitas pessoas terem visto o fato, ninguém quis relatar aos policiais o que realmente aconteceu. A mãe do menor, que, segundo a Polícia, já foi interno do Centro Socioeducativo (CSE), entrou em desespero ao ver o filho morto. Ao redor do corpo havia uma grande quantidade de sangue, proveniente da hemorragia causada pelos tiros na cabeça.

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado para atender à ocorrência e confirmar o óbito, mas, devido à demora e ao grande número de pessoas que estavam ao redor do corpo, foi necessário que o IML (Instituto de Medicina Legal) fizesse a remoção após os procedimentos realizados pela Perícia Criminal e por agentes da Delegacia Geral de Homicídios (DGH).

Conforme as informações do Boletim de Ocorrência (B.O.), elaborado a partir do Relatório de Ocorrência Policial (ROP) do Batalhão de Operações Especiais (Bope), as poucas informações obtidas no local do crime dão conta de que o menor pertencia a uma facção criminosa e que a morte seria motivada por uma rixa entre o Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC).

Os policiais não apresentaram qualquer suspeito do homicídio ao delegado do Plantão Central do 5º DP, no entanto, um estojo e um projétil de pistola 9 mm [milímetros] foram apreendidos e entregues à Polícia Civil para integrar o inquérito que será montado para investigar o caso. Até o fim da tarde de ontem, 29, nenhum elemento apontado como autor do delito tinha sido preso.

No perfil da vítima, numa rede social, as fotografias e os textos que ela supostamente tenha escrito fazem alusão ao Comando Vermelho e a prática de crimes. Também faz menção a presidiários mortos dentro da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), como Leno Rocha, que era um dos cabeças do CV, segundo a Polícia. Além disso, as iniciais PJL [Paz, Justiça e Liberdade], lema do Comando Vermelho, acompanhava o nome da vítima e de outros elementos com quem mantinha contato pelo Facebook. (J.B)