Política

Afastamento de Temer pode piorar situação econômica do país, diz Édio

Tendo em vista a aproximação da votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) na Câmara dos Deputados, os parlamentares têm procurado analisar a questão junto com os partidos e a base eleitoral. No entanto, a maioria da bancada roraimense ainda não tem uma intenção de voto definida.

O deputado federal Édio Lopes (PR), por exemplo, informou que se a avaliação fosse agora, não saberia como votar. “A posição é tão ruim, de deixar ou tirar o presidente, que eu não saberia responder nesse momento. O meu pensamento, que acompanha a sociedade, é de tirar Temer, mas a razão ainda me faz relutar, pelo que vai acontecer no dia seguinte”, afirmou o deputado no programa Agenda Parlamentar, na Rádio Folha AM 1020, no sábado, dia 30.

Para Édio, o ponto principal a ser analisado não é só o afastamento do presidente, porém, quais as consequências que esse ato poderia trazer para o Brasil. “Nós estamos numa situação de difícil decisão. Os fatos que aí estão são graves e fosse uma situação comum o presidente Michel Temer já teria saído na primeira denúncia que chegou na Câmara. Mas é preciso se perguntar quem vai assumir no caso da saída de Temer”, explicou o parlamentar, lembrando que no caso de afastamento de Temer, quem assumiria os trabalhos da Presidência da República é o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que também é denunciado em alguns pontos no STF (Supremo Tribunal Federal).

Para o deputado, com um presidente interino, a situação econômica do país iria piorar. “Nenhum empresário vai vir colocar dinheiro aqui, em um país que não tem um governo definido. Deixar o presidente Michel Temer é uma situação ruim. O país não merece ter um presidente denunciado. Agora, tirar resolve a questão? Eis a grande interrogação que nós teremos que enfrentar”, observou.

QUESTÃO ENERGÉTICA – O deputado também informou que um dos focos atuais que tem é com relação ao setor de energia elétrica. Uma das iniciativas é o Projeto de Lei 5.457/2016, que dispõe sobre a exclusão da base de cálculo das contas de energia elétrica da cobrança pela previsão de ligações clandestinas e inadimplência, e limita em 5% as compensações por perdas técnicas e não técnicas na transmissão e distribuição de energia elétrica.

“Nós encabeçamos na Câmara dos Deputados esse projeto que vai proibir a cobrança das chamadas não técnicas. Hoje, no Brasil, cobra-se a energia de alguém que fez o ‘gato’ e furtou essa energia, cobra-se pela inadimplência, ou seja, esse ‘prejuízo’ está inserido na conta do consumidor que paga as suas despesas. Esses dois itens chegam na média de 18% da conta de luz”, disse o parlamentar.

Conforme Lopes, o projeto já passou pela Comissão do Consumidor na Câmara e agora segue para avaliação na Comissão de Minas e Energia. “Nós acreditamos que muito em breve, nós poderemos proibir essa afronta por meio de lei”, pontuou. (P.C.)

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