Polícia

Agência da Caixa do Asa Branca é alvo de atentado pela 3ª vez este ano

Membros do crime organizado podem ser os possíveis autores do ataque utilizando bombas caseiras durante a madrugada

A agência da Caixa Econômica Federal (CEF), localizada na Avenida Ataíde Teive, no bairro Asa Branca, zona oeste da Capital, voltou a ser alvo de criminosos na madrugada desta segunda-feira, 04. A ação criminosa já é a terceira seguida em 2017. Conforme testemunhas, bandidos tentaram incendiar os caixas eletrônicos com bombas de fabricação caseira, os chamados “coquetéis molotov”, mas não tiveram sucesso na ação. As vidraças da unidade bancária foram destruídas.

A Polícia Federal (PF) isolou a agência e impediu a entrada de clientes por algumas horas. Quem chegou para resolver questões bancárias encontrou estilhaços e um forte cheiro de queimado. As câmeras de segurança flagraram a ação dos bandidos. As imagens serão analisadas pela PF a fim de identificar os autores do crime.

Até o fim da tarde de ontem, ninguém foi preso. As suspeitas indicam ação de membros do crime organização, que vem promovendo ataques a prédios públicos em represálias às ações policiais no combate a facções criminosas que atuam dentro e fora dos presídios.

OCORRÊNCIAS – Esta não foi a primeira vez que a mesma unidade bancária foi alvo de criminosos. Em abril deste ano, foram dois atentados.  O primeiro ocorreu no dia 04, quando os bandidos tentaram estourar os caixas eletrônicos com dinamite. O outro foi no dia 28, quando supostos membros de facções criminosas atentaram contra a agência atirando bombas, que destruíram os caixas eletrônicos. (J.B)

PM diz que forças de segurança do Estado ajudam na investigação

O início da semana do boa-vistense começou com o registro de mais um ataque criminoso a unidades bancárias. Responsável pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC) da Polícia Militar, o coronel Cledemar Félix destacou que, apesar das investigações sobre o ato criminoso a agência ser de jurisdição da Polícia Federal, os órgãos de segurança do Estado têm atuado em conjunto para coibir esse tipo de prática.

“Nós temos o nosso policiamento 24 horas por dia, sem interrupção. No entanto, o marginal que está com o intuito de cometer crime vai esperar a viatura passar para executar qualquer tipo de ação nesse sentido. Apesar disso, o Estado tem dado uma pronta resposta a essa ações, tanto que nesse caso os policiais que atenderam a essa ocorrência conseguiram impedir que os estragos fossem maiores. Além disso, em paralelo às ações de segurança, tanto a PM quanto a Polícia Civil podem ajudar a Polícia Federal a identificar os responsáveis por esse ato”, destacou.

Além do reforço na segurança de estabelecimentos bancários, já que a cada início de mês há o pagamento de salários dos servidores públicos, o comandante do CPC aproveitou a oportunidade para reforçar a importância da população como principal aliada no combate ao crime organizado. “A sociedade ajuda muito nesse sentido. Sempre que houver alguma atitude suspeita, que o mesmo faça contato com o telefone 190, para que uma guarnição seja acionada para fazer uma abordagem, pelo menos para sanar as suspeitas de um possível ato criminoso”, frisou.

CAIXA – Sobre o ataque registrado ontem, segundo a Superintendência da Caixa, as investigações já estão em curso. “A caixa esclarece que detalhes sobre eventos criminosos são repassados exclusivamente às autoridades policiais, no caso, para a Polícia Federal, e ressalta que coopera integralmente com as investigações das autoridades competentes. Informa ainda, que a agência Asa Branca está funcionamento normalmente”, diz a nota.

A Folha questionou a Caixa sobre quais as medidas que estavam sendo adotadas para minimizar o problema e se houve alguma cobrança sobre a situação junto à Segurança Pública do Estado, visto que prédios púbicos e unidades bancárias passaram a ser alvos frequentes dos criminosos, no entanto, a assessoria de imprensa ressaltou que não se posicionaria a respeito.

BANCÁRIOS – Para o Sindicato dos Bancários, as questões relacionadas à onda de ataques as agências bancárias, sobretudo a cobrança de uma maior ação contra a criminalidade, deve ser encabeça pelos próprios representes dos bancos no Estado.

“Existe sim uma preocupação, de forma globalizada, sobre esses fatos. Aliás, qualquer lugar que trabalhe com dinheiro tem esse temor. No entanto, essa é uma questão de interesse dos representantes dos bancos, ou seja, dos superintendentes e gerentes, cabendo então a eles se manifestarem a respeito”, ressaltou.

PF – Sobre as investigações relacionadas ao ataque à agência da CEF, a assessoria de imprensa da Polícia Federal em Roraima informou que os trabalhos ocorrem em segredo, ficando impedida de dar qualquer tipo de esclarecimento sobre o andamento das atividades investigatórias. (M.L)