Polícia

Agentes penitenciários denunciam regalias de presos da Pamc

“Humilhados, de mãos atadas no que se refere à conduta dos presos e sem poder algum de ação dentro do presídio”. Foi assim que um agente penitenciário lotado na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) iniciou a denúncia feita contra a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc). O estopim do descontentamento dos agentes se deu na manhã de ontem, dia 20, quando reclamaram à reportagem da Folha sobre o tratamento que estão recebendo do Estado, bem como a comodidade dada aos detentos da Unidade Prisional.

“Hoje em dia as coisas estão funcionando assim: Tudo o que temos que entregar aos detentos, é entregue para um líder, que coordena os demais. Nós não agimos de maneira alguma. De fato, os presos estão soltos, à vontade dentro da Unidade Prisional e isso já vem acontecendo há uns oito dias. Se ninguém tomar providências teremos uma nova fuga”, destacou.

Um dos denunciantes ainda ressaltou que a Sejuc tem conhecimento dos fatos, mas age em conformidade com o crime organizado. “O adjunto, por exemplo, vive perseguindo os agentes. A Sejuc está rezando a oração do PCC [Primeiro Comando da Capital] e fazendo afronta aos agentes todos os dias”, acrescentou.

Apesar do clima tenso entre os agentes e a Sejuc, os denunciantes não informaram se irão se manifestar em busca de melhores condições de trabalho e reconhecimento dos responsáveis pela pasta. “Ainda não vamos afirmar nada a respeito de mobilização, manifestação ou greve. Por enquanto estamos denunciando o caso à imprensa, a fim de que nossas reclamações cheguem à sociedade”, concluiu.

GOVERNO – Em nota, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) esclareceu que a informação de que todos os presos da Pamc possivelmente estariam soltos dentro de suas instalações e que devido tal situação agentes não conseguem mais adentrar o recinto, não procede. Informa ainda que o momento que os presos estão fora das celas é durante o banho de sol, previsto na Lei de Execuções Penais.

Quanto às reclamações relacionadas às condições de trabalho, perseguições e humilhações, a Sejuc não se manifestou. (J.B)