Cotidiano

Aluno é finalista nas Olimpíadas de Matemática pela segunda vez

Pelo segundo ano consecutivo, o estudante Fernando Tenório, de 15 anos, foi finalista das Olimpíadas Brasileiras de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). A medalha de bronze foi entregue na sexta-feira, 11, durante solenidade no Centro Amazônico de Fronteiras (CAF) da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Único representante da Escola Estadual Hildebrando Bittencourt, no bairro dos Estados, zona norte, Tenório relatou que vai se preparar para garantir ouro no ano que vem.

Na primeira vez que participou, o estudante tinha 11 anos. Contudo, por não saber ao certo a dimensão das Olimpíadas e não ter se preparado, não conseguiu se classificar na primeira fase. A segunda tentativa aconteceu aos 13 anos. Desta vez, o estudante conseguiu chegar às finais e conquistou a medalha de bronze. “Eu gosto de matemática e pretendo tentar outra vez no ano que vem para ganhar uma de ouro”, afirmou.

A primeira fase costuma acontecer em junho, em todas as escolas públicas do País. A partir daí, as maiores notas conquistam vaga para a segunda fase, considerada a mais difícil. Tenório explicou que, apesar de nem todos os estudantes competirem, toda a sua classe participou. Em toda a instituição, ele foi o único estudante a ficar entre os finalistas. Em relação à preparação, ressaltou que não existe uma fórmula certa e que procura se basear nos estudos dados em sala.

Professor de matemática na Escola Hildebrando, Nilton Raposo relatou que tem procurado fazer um trabalho junto aos alunos utilizando as ferramentas que a escola proporciona, como a internet. Para ele, além do apoio dado em sala de aula, a valorização por parte da coordenação da instituição e principalmente dos pais contribuiu para o resultado positivo em meio ao cenário de discriminação junto às escolas públicas.

Raposo informou que Tenório chegou a sentir dificuldades em estudar por conta dos problemas de visão, mas que não desistiu. “Ele me cobrava, no ano passado, porque não sabia de algumas coisas. Hoje a gente se sente vencedor com essa medalha. Para nós é uma vitória, porque a escola também tem sofrido preconceito por parte da sociedade dizendo que os alunos são preguiçosos. Sobra preconceito”, enfatizou.

Apesar dos problemas em que a educação no País passa, Raposo considera resultados como esse um incentivo para continuar o trabalho. Enquanto as escolas públicas ficam cada vez mais abandonadas pelo poder público, o professor apontou que diversas instituições têm se esforçado a dar o apoio que os alunos precisam. Além disso, frisou que a participação dos pais em relação ao desenvolvimento escolar dos filhos tem sido essencial para o avanço. (A.G.G)