Cotidiano

Ambulâncias do Samu estão sucateadas, denuncia Sindicato

Problemas de refrigeração nos veículos, por exemplo, podem causar danos a medicamentos

A situação dos veículos de atendimento e transporte de pacientes voltou a ser tema de discussão por profissionais da área. Desta vez, o Sindicato dos Condutores de Ambulâncias do Estado de Roraima (Sindiconam-RR) acionou a Folha para relatar descaso com os veículos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em todos os municípios, a nível estadual e municipal.

A informação é que os veículos estão sucateados, com problemas de refrigeração que podem influenciar na durabilidade dos medicamentos e pneus carecas, passíveis de proporcionar acidentes de trânsito. A categoria também reclama do uso de carros não apropriados para o transporte de pacientes e pede a retirada dos veículos de circulação.

A contratação de motoristas no lugar de condutores de ambulância para fazer o serviço, falta de fornecimento de alimentação aos profissionais, bases descentralizadas nos municípios, a mudança de endereço da Central de Regulação Samu 192 para outro local e aplicação de recursos no setor também foram motivos de reclamação. O Sindiconam protocolou ofício com as reclamações nos órgãos de controle no início do mês de março.

“Recentemente saiu uma denúncia sobre a situação das ambulâncias do Município de Boa Vista. Gostaria de reforçar tanto essa denúncia quanto o descaso do serviço móvel de urgência a nível estadual, em todos os municípios, e a falta de compromisso dos nossos gestores, de forma geral”, informou o Sindicato. “A falta de refrigeração é gravíssima. A maioria dos medicamentos deve ser acondicionada em temperatura de 15ºC a 30ºC e ter uma ambulância rodando nesse sol quente aqui de Roraima pode facilmente trazer malefícios ou uma reação ao paciente”, explicou.

Conforme o Sindicato é comum ver motoristas como condutores de ambulância, que são profissionais e que passam por um curso técnico. “Aqui já teve capotamento de carro levando um paciente. Já aconteceu. Só que as autoridades não despertam o interesse de fiscalizar. Então, a gente está colocando como forma de prevenção para que não ocorra um acidente mais grave e depois ter que vir a fiscalização”, acrescentou.

BOA VISTA – A Prefeitura de Boa Vista informou que todo o corpo profissional das equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/BV) está dentro do que é preconizado pelo Ministério da Saúde, bem como o número de veículos e tipos adequados para as ocorrências. “Os profissionais que dirigem as ambulâncias estão habilitados para condução de veículos de emergência”, afirmou o município.

Sobre os veículos, a Prefeitura informou que Boa Vista receberá mais duas ambulâncias adquiridas por meio de doação do Ministério da Saúde. “É importante ressaltar que o estado físico e de funcionamento de uma ambulância é diretamente afetado pela rotina intensa de uso. Todas as unidades do Samu passam por manutenções preventivas mensalmente, além das manutenções corretivas, quando necessário”, ressaltou.

ESTADO – A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), por sua vez, pontuou que a mudança da sede do Samu foi feita para que o serviço fosse integrado ao Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops). “A medida facilita a comunicação com outras instituições afins como a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, tornando o atendimento das ocorrências mais eficiente”, frisou o Estado.

Quanto aos veículos, a Sesau informou que a manutenção das ambulâncias do Samu é de responsabilidade das prefeituras, mas que um processo de compra de novas ambulâncias anunciado no meio do ano passado precisou ser readequado, mas já foi retomado pela secretaria para garantir veículos novos para todos os municípios.

O governo citou ainda recentes ações de investimento no setor, como a entrega de uniformes completos aos servidores do Samu e que em breve a instituição receberá aproximadamente R$ 500 mil em novos equipamentos, além da chegada de equipamentos pré-hospitalares como a prancha e o head block, que serve para imobilizar a cabeça e proteger a coluna cervical do paciente em casos de grande impacto como em acidentes de trânsito. (P.C)