Após sequência de assaltos, dono de restaurante muda de endereço

Devido aos assaltos recorrentes e à insegurança, o proprietário de um restaurante situado na Avenida Glaycon de Paiva, bairro Mecejana, zona Oeste, decidiu fechar as portas após 19 anos de atuação na localidade.

Esta semana, o restaurante mudará de endereço e passará a funcionar no bairro Buritis, também na zona Oeste de Boa Vista. Só em 2017, o empreendimento foi invadido durante a madrugada mais de cinco vezes.

Os criminosos, de acordo com o proprietário Rui Moura, chegaram a levar mesas, cadeiras, panelas e todos os mantimentos. “Já fizemos tudo o que podíamos. Instalamos cerca elétrica, alarme, já acionamos a polícia, mas parece que nada resolve. O prejuízo é muito grande”, desabafou Moura, relatando ainda que, durante os 19 anos de funcionamento no bairro Mecejana, o restaurante foi alvo de inúmeros assaltos.

“Perdi as contas de quantos assaltos foram. Já aconteceu de eu chegar de manhã cedo e não encontrar absolutamente nada para trabalhar. A gente supõe que são usuários de drogas pela forma como agem e pelos produtos que levam. Às vezes, deixaram coisas de valor, talvez por falta de conhecimento, e levaram apenas fardos de alimento”, afirmou o proprietário.

Josué Santana começou a trabalhar com Rui desde o início e hoje é sócio do empreendimento. De acordo com ele, os criminosos sempre arrumam uma forma de adentrar no restaurante. “Se entram pelo telhado, nós arrumamos no outro dia, mas não adianta. Eles sempre dão um jeito e entram por outro lugar. Já reforçamos a segurança, mas os assaltos não pararam. A melhor coisa a se fazer agora é realmente mudar de endereço para ver se resolve”, disse.

O estabelecimento vai funcionar na Avenida Manoel Felipe, bairro Buritis. A alguns metros dali, funciona outro restaurante também especializado na venda de frangos, localizado na Avenida Mário Homem de Melo. O proprietário desse estabelecimento é conhecido como Val e sofre com o mesmo problema.

“Só este ano já tive um prejuízo de aproximadamente seis mil reais. Neste endereço já funciono há oito anos e isso sempre aconteceu. Talvez pelo fato de ser rota para o Beiral [bairro Caetano Filho], por onde passam usuários de drogas. Há cinco dias, mais ou menos, levaram todas as minhas pedras de mármore”, relatou.

Val garantiu que já acionou a polícia diversas vezes, mas não obteve resultados significativos. “Não adianta. Os assaltos não param. A polícia até sabe quem faz isso, chega a deter, mas a Justiça solta. Eles entram e saem levando o que encontrarem pela frente: rancho, refrigerantes, materiais, etc. A gente tem que arcar depois com o prejuízo. Alguém precisa fazer algo para que isso acabe”, pediu o empresário.

POLÍCIA MILITAR – Em entrevista à Folha, o comandante de Policiamento da Capital da Polícia Militar (PMRR), coronel Paulo Macedo, afirmou que houve redução de 20% nos casos de roubos e furtos de janeiro a março deste ano em comparação com 2016. Ainda conforme informações do coronel, o 1º Batalhão de Polícia Militar, responsável pela área do Centro, está tomando providências para orientar os comerciantes em relação à segurança de seus estabelecimentos.

“Alguns casos de roubos e furtos são situações planejadas e que fogem do nosso controle. Por sorte, em últimas ações, imediatamente prendemos os autores. Quem tem um comércio não pode confiar apenas na polícia para prover a segurança dos seus bens. É preciso ter condições e pôr equipamentos eletrônicos de vigilância e/ou contratar empresas para ajudar na proteção, afinal de contas a pessoa se esforçou para montar o seu comércio. Vale ressaltar que sempre estaremos à disposição para ajudar no que for preciso”, garantiu.

Em relação aos restaurantes citados na matéria, o coronel afirmou que militares do 1º Batalhão farão visitas aos estabelecimentos. “Vamos visitar os donos dessas empresas e identificar onde estão as falhas e quais são os problemas de segurança. Queremos ajudar a manter o negócio seguro”, prometeu. (C.C)