Artistas de rua realizam mutirão de limpeza na Casa da Cultura

Cerca de onze artistas, que trabalham com artesanato fizeram uma limpeza dentro do prédio da Casa da Cultura. A ação teve como proposta conscientizar a necessidade de manter prédios públicos que contam a história de Roraima.

De acordo com Henrique Bahia de 22 anos, a ação contou com apoio de alguns comerciantes da Jaime Brasil, que doaram produtos de limpeza, tinta e vassouras.

Henrique trabalha com artesanato e está de passagem em Roraima. Na companhia do seu fiel cachorro Pancho, o jovem passa as tardes em frente ao prédio vendendo colares e peças artesanais, enquanto fotografa a sua rotina.

“A Jaime Brasil virou um ponto de encontro de vários artistas que escolheram a rua como modo de vida. Resolvemos fazer a limpeza por que utilizamos esse espaço, amanhã não estaremos aqui, porém a Casa da Cultura deve ser usada por outros artistas e públicos” relatou.

Segundo o amazonense Thiago Xavier, alguns empresários não gostaram da atitude e chamaram a Polícia. “A Polícia nos pediu para saírmos de dentro da casa, e a casa voltou a ficar suja. É uma pena, deu trabalho revitalizar o espaço, queremos apenas que fique a conscientização que a limpeza desses lugares é papel de todos nós, e não apenas dos órgãos públicos” disse.

De acordo com a cearence Jéssica Felix, a ação tinha como intuito exclusivamente a limpeza. “Fomos alvo de preconceito, disseram que queriamos morar na Casa da Cultura, o que não é verdade, não planejamos nem morar em Roraima, vamos seguir nossa viagem a partir de amanhã. Infelizmente, a casa vem sendo usada como banheiro público e como ponto para usuário de drogas, queriamos que essa ação fosse divulgada, por que a casa está abandonada e ninguém faz nada por ela” conta.

Para ela, a vida do artista de rua não se resume a apresentações nos sinais ou a venda de artesanato. “Queremos mostrar que no meio do caos urbano, você pode se deparar com um artista de rua espalhando sua arte pelo mundo. Hoje em dia, os jovens estão sendo criados para valorizar apenas shoppings e coisas materiais, a arte, o patrimônio, a história vão sendo esquecidos e deixados de lado” finalizou.